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Efeito do milho floculado e do uso de sucedâneo de leite no desempenho de bezerros - Parte 1: Durante o aleitamento

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/08/2001

4 MIN DE LEITURA

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José Roberto Peres

O consumo de alimentos sólidos nas primeiras semanas de vida é o fator mais importante na transição de pré-ruminante (bezerro lactente) para o ruminante adulto (bezerro desmamado). Ele é o maior responsável pelo adequado desenvolvimento do rúmen. Sendo assim, baixo consumo de concentrado normalmente implica menor desempenho após a desmama, devido à incapacidade do bezerro em digerir os nutrientes no rúmen (mal desenvolvido).

A digestão do amido é chave nesta questão. Em função disso, existem estudos que avaliam o processamento do milho visando aumentar sua digestibilidade ruminal. Neste processo, denominado floculação, o milho é exposto ao calor e umidade e depois é prensado em rolos que produzem um "floco", que pode ter diversas densidades, dependendo da distância entre os rolos. Existem alguma rações comerciais com este tipo de processamento.

Em tese, as razões para o uso do milho floculado em dietas iniciais para bezerros seriam o aumento da digestibilidade do amido, da palatabilidade e principalmente da aceitação pelo bezerro. A forma física da dieta, ou o tamanho da partícula, é extremamente importante na preparação de rações iniciais para bezerros. Flocos muito grossos diminuem a palatabilidade, da mesma forma que os muito finos se quebram, formando grânulos muito pequenos, de menor aceitação pelos bezerros.

Um experimento conduzido por pesquisadores da ESALQ-USP, em Piracicaba-SP, utilizou 72 bezerros(as) da raça Holandesa para avaliar dois tipos de dietas líqüidas (leite integral ou sucedâneo de leite) e três diferentes densidades (283, 360 ou 437 g/l) de milho floculado em dietas iniciadoras. Os concentrados consistiram de uma mistura comercial peletizada, conforme composição da tabela 1, sendo que 5% do milho foi incorporado ao pelete e o restante na forma de floculado.

Os animais receberam colostro até o segundo dia de vida. Após o terceiro dia, receberam 4 litros de leite integral. Os animais do tratamento com sucedâneo passaram a recebê-lo a partir do 15o dia de vida. O concentrado foi fornecido a partir do primeiro dia de vida em quantidades crescentes, sempre à vontade. Quando o consumo atingia 800 gramas/dia, por 3 dias consecutivos os animais eram desmamados.

Tabela 1: Composição do concentrado com milho floculado

Tabela 1


Os efeitos da densidade do milho floculado e da dieta encontram-se na tabela 2.

O consumo de concentrado com base na matéria seca (MS) não foi afetado pela densidade do milho floculado, tipo de dieta líqüida ou pela interação dos dois fatores (P>0,05). No entanto, ao se avaliar o consumo total de MS (concentrado + dieta líqüida), os animais recebendo sucedâneo consumiram menos MS que os que receberam leite (P=0,001). Este menor consumo de MS foi atribuído pelos autores à menor quantidade de MS no sucedâneo do que no leite. Por análise bromatológica, constatou-se que os animais que receberam sucedâneo consumiram apenas 378 gramas de MS/dia, enquanto que os que receberam leite, consumiram 566 gramas de MS/dia. Embora a diferença de consumo de MS da dieta líqüida seja de 33%, a diferença no consumo total foi de apenas 17%, de certa forma compensado pelo consumo semelhante de concentrado. Os autores argumentam que era de se esperar maior compensação no consumo de concentrado, talvez igualando o consumo de MS, o que não foi observado, sem possível explicação aparente.

Tabela 2: Efeitos da floculação e da dieta líqüida no consumo e desempenho pré-desmama

Tabela 2

Letras diferentes na mesma linha diferem entre si (P<0,05);
1- CV = coeficiente de variação; 2 - Conversão alimentar = kg MS/kg ganho de peso


Os animais que receberam sucedâneo tiveram ganho 46,4% menor que os animais recebendo leite (P=0,001). Em função disso, mesmo com menor consumo, sua conversão alimentar foi inferior, bem como o peso à desmama. A única vantagem foi a menor idade à desmama, indicando um consumo mais precoce de concentrados.

Em relação às médias de ganho em relação aos diferentes concentrados, os autores argumentam que elas foram superiores a outros trabalhos que avaliaram o sorgo floculado. Eles afirmam ainda que os bezerros mastigam muito mais os alimentos que os animais adultos, o que poderia anular os efeitos benéficos do milho floculado encontrados em novilhos de corte e em vacas em lactação, explicando dessa maneira, as respostas similares entre os tratamentos.

Os autores concluem que as densidades do milho floculado não afetaram o desempenho dos bezerros até a desmama. Os bezerros que receberam sucedâneo apresentaram pior desempenho, quando comparados aos que receberam leite integral.

Comentário MilkPoint: seria interessante que se tivesse neste trabalho um tratamento "testemunha", sem milho floculado, para que se pudesse comparar uma possível diferença de desempenho. Em todo caso, os resultados parecem indicar ausência de resultado da floculação do milho no período de aleitamento. Isto é importante devido ao alto custo deste processamento, que reflete no custo do concentrado. Outra questão que não pode ser perfeitamente avaliada é o uso do sucedâneo de leite. Em primeiro lugar, não se fornece, nos dados, a composição do sucedâneo, de fundamental importância para obtenção de resultados positivos; além disso, a maior diluição do produto, errônea, muito embora freqüentemente indicada até mesmo pelas empresas que comercializam tais produtos e praticada pelos criadores, logicamente não permite desempenho semelhante, o que deve ser considerado, quando se interpreta os dados.

Fonte: BAGALDO, A R., et al., 2001. Efeito do processamento do milho e do uso de sucedâneo no desempenho de bezerros(as) da raça Holandesa 1. Durante o aleitamento. In: Anais da XXXVIII Reunião da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Piracicaba, SP.

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LAURO LUCIO VIANA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/10/2016

Desejo receber o e-mail do sr ricardo Serpa de São Lourenço do sul--R.S.

Me interesso em comunicar com ele sobre criação de bezerras e comercialização das mesmas.

Meu e-mail:

laurolucioviana@gmail.com
JOSÉ ROBERTO PERES

SOROCABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 12/07/2011

Caro Ricardo Serpa,





Como pode verificar pelos comentários que fiz ao final do texto, no trabalho não foi especificada a composição e manejo (diluição) do sucedâneo, oque, sem dúvida alguma, pode ter influenciado os resultados.
RICARDO SERPA

SÃO LOURENÇO DO SUL - RIO GRANDE DO SUL

EM 11/07/2011

Bom dia José Roberto

Gostaria de saber qual a qualidade do sucedâneo usado pois tenho uma criação de bezerras holandesas e o desempenho delas com leite de vaca e o sucedâneo são semelhantes e uso ração com milho laminado com leite em pó.

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