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Efeitos da alta produção de leite na eficiência reprodutiva

POR JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 12/05/2000

4 MIN DE LEITURA

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José Luiz Moraes Vasconcelos

As correlações entre características reprodutivas e produção de leite indicam estar a última associada à redução na performance reprodutiva, refletida pelo atraso na atividade ovariana pós-parto e/ou diminuição na taxa de concepção. Em vacas de alta produção, as baixas taxas de detecção de estro e de concepção são os principais fatores responsáveis pela redução da eficiência reprodutiva.

A maneira pela qual a produção de leite pode influir na taxa de concepção é muito controvertida, embora entender os possíveis mecanismos que associam a produção de leite com a taxa de concepção seja importante.

1.Ingestão de matéria seca (IMS)

Uma primeira associação que é bastante conhecida é a que envolve reprodução com déficit energético e, indiretamente, com ingestão de MS.

Vacas de alta produção no início da lactação, muitas vezes não conseguem ingerir o suficiente para atingir os requerimentos necessários, ocorrendo perda de peso e menor produção de leite na lactação. A quantidade de matéria seca ingerida pela vaca depende de muitas variáveis, incluindo: peso vivo, nível de produção de leite, estádio da lactação, condições climáticas, manejo, fatores sociais do grupo, histórico da alimentação, condição corporal, tipo e qualidade dos alimentos oferecidos, principalmente das forragens (NRC, 1989).

Desta forma, as vacas no início da lactação não conseguem ingerir o que necessitam para a produção de leite, uma vez que o pico na produção de leite ocorre entre quatro e oito semanas pós-parto e o pico na IMS, entre a 10ª e a 14ª semana pós-parto. O atraso da IMS em relação a produção de leite causa balanço energético negativo no início da lactação, quando ocorre mobilização dos tecidos corporais, principalmente gordura (NRC, 1989).

A densidade da dieta depende do nível de produção de leite, peso vivo, % de gordura no leite, ganho de peso desejado e principalmente IMS. Para vacas que não conseguem ingerir o necessário para os seus requisitos, deve-se aumentar a densidade nutricional da dieta, a fim de que não ocorra grande perda de peso, com redução da eficiência reprodutiva e da produção de leite (NRC, 1989).

O conceito para expressar a condição energética do animal é o balanço energético, definido como a diferença entre a energia ingerida, menos a energia dispendida. Vacas com balanço energético positivo depositam gordura, enquanto que vacas com balanço energético negativo, mobilizam reservas corporais. O balanço energético negativo não é problema apenas em vacas subalimentadas, mas também, naquelas de alta produção (NRC, 1989).

Desta forma, o déficit energético negativo é um dos aspectos que afetam negativamente a eficiência reprodutiva de vacas de alta produção. A tabela 1 resume dados de um trabalho no qual a intensidade de perda de peso pós-parto esteve diretamente relacionada ao desempenho reprodutivo.

 

Tabela



2.Relação entre IMS e níveis séricos de progesterona

Por outro lado, o aumento da ingestão de MS pode reduzir a concentração de progesterona, afetando negativamente a reprodução. Há citações na literatura de que existe uma relação inversa entre o nível de ingestão de alimento e a concentração plasmática de progesterona em ovelhas. Isto ocorre porque, com a maior ingestão, o fluxo sangüíneo na veia porta é aumentado, disponibilizando mais progesterona no fígado. Considerando que não há redução na eficiência de remoção deste hormônio por parte do fígado, o resultado é uma menor concentração de progesterona circulante quando a ingestão é maior.

De forma semelhante, em suínos, foi avaliado o efeito do plano nutricional no fluxo sangüíneo do sistema porta e na taxa de "clearance" ou remoção de progesterona em marrãs recebendo 1 ou 3 kg de ração por dia, verificando-se aumento de 45% no fluxo sangüíneo do sistema porta e de 47% na taxa de remoção de progesterona ao se aumentar a ingestão de 1 para 3 kg de ração/dia. Ou seja, aumenta o fluxo sangüíneo, aumenta a remoção de progesterona.

Em vacas leiteiras, a correlação entre produção de leite e ingestão de matéria seca é alta e positiva (0,88). Estes dados sugerem que, vacas de alta produção poderiam apresentar menores níveis de progesterona em função da maior ingestão de matéria seca de dieta com alta densidade nutricional, provavelmente em função do maior fluxo de sangue para o sistema porta e maior "clearance" ou remoção deste hormônio pelo fígado.

Estas informações sugerem que, além do déficit energético que pode afetar a reprodução, vacas de alta produção de leite podem ter reprodução comprometida mesmo em situação oposta, caracterizada pelo alto consumo de MS (e conseqüentemente de energia), uma vez que parece haver redução da progesterona.

O resultado final é que, seja por déficit energético ou seja por este efeito na concentração de progesterona, vacas de alta produção apresentam maior dificuldade de reproduzirem-se com eficiência.

Uma alternativa para melhorar a taxa de prenhez do rebanho é a utilização do protocolo "Ovsynch", que elimina a necessidade de detecção do estro por sincronizar o momento da ovulação. PURSLEY et al. (1997) verificaram a mesma taxa de concepção obtida com o Ovsynch quando comparado a do grupo controle, onde o manejo tradicional da propriedade era mantido com utilização de PGF2a e IA após a observação do estro. O resultado final foi o maior número de animais prenhes obtido em função do maior número de vacas inseminadas, visto que não houve a necessidade de deteção do estro.

fonte: MilkPoint

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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