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Métodos de fornecimento e utensílios para dieta líquida

POR CARLA MARIS MACHADO BITTAR

E JACKELINE THAIS DA SILVA

CARLA BITTAR

EM 29/08/2013

5 MIN DE LEITURA

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No sistema de aleitamento artificial, os animais podem ser aleitados através de mamadeiras, bibeirões ou baldes. Os três métodos de fornecimento são igualmente eficientes e resultam em mesmo desempenho animal desde que a higiene desses utensílios seja adequada. Caso isso não ocorra, maior frequência de diarreia e redução no desempenho podem ocorrer, principalmente com o uso de mamadeira e bibeirão. O uso de mamadeira apresenta a vantagem de resultar em maior secreção de saliva e enzimas digestivas; mas, mais importante, de estar associada ao melhor bem-estar animal uma vez que sacia a vontade inata que o animal tem de mamar e reduz a ocorrência de mamada não-nutritiva. No entanto, as mamadeiras com capacidade para 2L fazem com que o produtor muitas vezes entenda que este volume é suficiente para os animais, independentemente do sistema de aleitamento.

A principal desvantagem do uso de baldes é a necessidade de treinamento dos bezerros. Além disso, em sistemas onde os animais são criados em baias ou piquetes coletivos o fornecimento da dieta líquida é dificultado. Nestes casos, o uso de canzil ou mesmo a contenção individual dos animais é necessária de forma a garantir o aleitamento de todos os indivíduos. No entanto, a grande vantagem é a facilidade de limpeza, o que está intimamente ligado a freqüência de diarreia no bezerreiro e, consequentemente, ao desempenho animal.

Independentemente do tipo de utensílio utilizado para o aleitamento, fornecer dieta líquida para um grande número de animais é uma tarefa laboriosa e demorada, de forma que tentativas de automatização tem aparecido no mercado, inclusive nacional. O alimentador automático, que pode ou não ter o fornecimento de concentrado acoplado, é normalmente provido de um único bico, sendo o sucedâneo liberado depois da identificação do bezerro por sistema eletrônico. Esse tratamento individual permite que animais de um mesmo lote tenham programas de alimentação diferenciados. O uso do aleitador automático permite que animais em programas de alimentação intensiva realizem um maior número de refeições, reproduzindo o comportamento natural de alimentação e, provavelmente, apresentando melhor nível de bem-estar. Por outro lado, no caso do uso de baldes, o maior número de alimentações aumenta o custo com mão-de-obra, devido ao maior tempo investido no preparo e fornecimento da dieta líquida e depois na lavagem dos baldes.

O emprego do aleitamento coletivo, sem alimentador automático, mas com containeres com bicos de mamadeira (Figura 1), é muito comum na Nova Zelândia e tem crescido no Brasil. Embora este sistema reduza de forma marcante o tempo gasto com o aleitamento, reduzindo custos com mão-de-obra, requer atenção especial para a formação de lotes homogêneos do ponto de vista de peso e tamanho dos animais, reduzindo problemas de dominância. Da mesma forma, é importante que o número de bezerros no lote seja menor que o número de bicos disponíveis, reduzindo problemas de dominância.


Figura 1. Aleitamento coletivo de bezerros leiteiros

Alguns produtores têm insistido em adotar a mamadeira com o argumento de que a goteira esofagiana não se fecha quando o leite é fornecido no balde. Entretanto, vários trabalhos mostram que o fechamento da goteira independe do posicionamento da cabeça do animal. O fechamento ocorre em função de estímulos nervosos, principalmente gustativos, mas também visuais. Um experimento clássico demonstrou que quando o leite é fornecido diretamente no esôfago do animal, a goteira esofagiana se fecha pelo fato do animal estar esperando o fornecimento de leite. Com a idade, este estímulo se perde embora alguns animais ainda em aleitamento também possam perdê-lo. Alguns animais deixam de consumir a dieta líquida pelo ato de sugar, passando a bebê-la, o que é reflexo do não fechamento da goteira. No entanto, estes animais podem ser novamente treinados a fechar a goteira apenas deixando-os mamar com o auxílio do bico de uma mamadeira ou dos dedos do tratador. Isso ocorre mais comumente em animais que tem a dieta líquida fornecida em baldes os quais são colocados na altura do solo. Por isso, muitas vezes somente elevar a altura do balde pode reduzir a ocorrência deste problema.

A temperatura da dieta líquida a ser fornecida deve ser próxima à temperatura corporal do animal, sendo isso mais importante para regiões de clima frio. O fornecimento de leite frio em regiões de clima quente não apresenta problema algum aos bezerros, os quais apresentam mesmo desempenho e incidência de diarreia que animais recebendo leite morno. Entretanto, o consumo de leite apresentando temperatura inferior a 10C pode reduzir a secreção de fluídos e enzimas abomasais e pancreáticas. Por outro lado, em países de clima frio, o fornecimento de leite em temperatura abaixo da temperatura corporal pode resultar em redução no desempenho, visto que o animal gasta energia para elevar a temperatura do leite consumido.

A freqüência de aleitamento foi discutida durante algum tempo, mas com os trabalhos de aleitamento intensivo e resultados de maior bem-estar animal com o aumento no número refeições, esta discussão se esvaziou. Embora a maior parte dos trabalhos não mostre diferenças quanto ao desempenho de animais, a adoção do aleitamento uma vez ao dia exige maior habilidade de manejo, principalmente por que implica em bezerros mais susceptíveis a estresse, infecções e ocorrência de diarreias, especialmente em bezerros que recebem grande quantidade leite.

Em um interessante trabalho de pesquisa, não foram observadas diferenças no desempenho de animais da raça Holandês ou Jersey quando compararam o fornecimento de uma ou duas refeições de sucedâneo em volume correspondente a 10% do peso inicial (Tabela 1). Ainda em relação a maior habilidade de manejo de bezerros, é importante salientar que a ocorrência de diarreia e flutuações no consumo de leite são mais comuns em bezerros que recebem toda a dieta líquida uma única refeição, do que em bezerros que recebem refeições menores e mais freqüentes. Mesmo com algumas vantagens, apenas 0,6% dos produtores americanos aleitam seus bezerros uma vez ao dia e apontam como principal motivo para esta decisão o fato de que o aleitamento em uma única refeição reduz de forma marcante o tempo de permanência com os bezerros. O horário de aleitamento é uma oportunidade para observar e conhecer os animais e, portanto, diagnosticar problemas que possam estar ocorrendo.

Tabela 1. Efeito da frequência de aleitamento no desempenho de bezerros leiteiros
Holandês Jersey


Considerações práticas

1) Baldes, mamadeiras, bibeirões ou equipamentos para aleitamento coletivo podem resultar em desempenho animal semelhantes, desde que bem manejados, principalmente no que se refere a limpeza.

2) A temperatura da dieta líquida deve estar próxima da temperatura corporal. O fornecimento de leite frio (10°C) pode levar à menor secreção de fluidos no trato digestório.

3) A redução na freqüência de aleitamento pode reduzir o custo com mão-de-obra, mas pode resultar em aumentos na freqüência de diarreias e flutuações no consumo.
 

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

CARLA MARIS MACHADO BITTAR

Prof. Do Depto. de Zootecnia, ESALQ/USP

JACKELINE THAIS DA SILVA

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PEDRO HENRIQUE L. DE AMORIM

PIRES DO RIO - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/08/2016

Sebastião a gente diminui bastante a produção de leite, e agora estamos criando os bezerros com as vacas. Grato.
SEBASTIÃO ALEXANDRE VIEIRA RAMOS

SÃO SEBASTIÃO - DISTRITO FEDERAL

EM 22/08/2016



Pedro Henrique L. de Amorim, Boa noite, você tem bezerros machos com frequência sou de Basilia e me interesso, caso queira entrar em contato meu Email e´alexgrande03@bol.com.br
MARIANA POMPEO DE CAMARGO GALLO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 20/03/2014

Gostaria de convida-los a participar do Curso Online sobre Aleitamento de bezerras com sucedâneos lácteos.



O curso terá início em 29/04 e a instrutora Carla M. M. Bittar, irá esclarecer os principais aspectos relacionados ao uso de sucedâneo para aleitamento de bezerras, além de tirar dúvidas através do fórum de perguntas e conferência online.



Para mais informações ou realizar sua inscrição acesse nossa página de cursos: https://www.agripoint.com.br/curso/aleitamento-bezerras/



Ou mande um e-mail para: cursos@agripoint.com.br
SERGIO DA SILVA ROCHA

NIQUELÂNDIA - GOIÁS

EM 17/01/2014

Onde consigo comprar essas mamadeiras coletivas?
PEDRO HENRIQUE L. DE AMORIM

PIRES DO RIO - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/12/2013

Agora só tem um, geralmente quando é novinho assim eu dou mesmo, e ainda assim tá dificil.
TÁCIO NUNES

NATIVIDADE - TOCANTINS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/11/2013

Que preço quer nos dez que tens?

PEDRO HENRIQUE L. DE AMORIM

PIRES DO RIO - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/10/2013

Devo estar com uns 10 machos, já tem tempo que ninguém pega.
ELIAS RENOVATO DA SILVA

NIQUELÂNDIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/09/2013

Muito Boa a Materia.
TÁCIO NUNES

NATIVIDADE - TOCANTINS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/09/2013

Pedro Henrique, quantos bezerros tens atualmente e que preço pretende por cada um deles?
CAMILLO GOMES LEAL

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/08/2013

Amigo produtor Pedro, boa noite!

A criação de bezerros realmente é um gargalo de nosso ramo, os machos acarretam em prejuízos, economicamente deveriam ser descartados, mas e desumano pensar nesta foram. Hoje temos a proporção de 54% de fêmeas e 46% de machos na propriedade.

Uma forma de reduzir os machos que encontramos foi a utilização de FIV com sêmen sexado de fêmea, onde em nosso 1º lote nasceram 11 fêmeas e 1 macho, dentro de pouco tempo consigo somente criar as bezerras. Para tratar dos machos utilizo leite em pó  com leite descarte. Forte Abraço.

fazaguacomprida@gmail.com   
PEDRO HENRIQUE L. DE AMORIM

PIRES DO RIO - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/08/2013

Realmente alimentar as bezerras é um problema sério, mas quando bem feito resulta em bezerras mais saudáveis e com maior desenvolvimento. Eu tenho usado o sucedâneo em torno de 38° a 40° C° de temperatura, gostaria de saber se está correto? Outra dúvida é o que fazer com os machos, antes a gente tinha quem pegava eles, agora ninguém tá querendo mais. Criar com um sucedâneo mais barato, será que é viável?

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