Intestino em alta - Iogurte em alta
Nossos ancestrais estavam certos, o "intestino é nosso segundo cérebro". Como foi feita primeiramente essa associação, não sei ao certo. Mas acho que boas pistas foram o próprio aspecto do encéfalo e das alças intestinais que olhadas em conjunto têm alguma semelhança. Outra possibilidade foi a percepção de que muitas emoções são percebidas diretamente no intestino, sejam elas boas como ruins. E muitas vezes emoções fortes são percebidas como perturbadoras do bom funcionamento do intestino, acelerando muito seu fluxo ou ao contrário, causando um "congestionamento geral".[...]
Publicado em: - 2 minutos de leitura
Gastroenterologistas podem confirmar, o intestino está em alta. Existe um novo enfoque sobre a função do intestino humano, que deixou de ser visto apenas como um tubo digestivo para ser reconhecido como órgão de apoio do sistema imune. Outros destaques são: é órgão com a segunda maior quantidade de neurônios, sendo que destes, 100 milhões de neurônios ligam diretamente intestino ao cérebro. Além disso o intestino é responsável pela produção de cerca de 80% da serotonina circulante em nosso organismo (conhecido como hormônio da felicidade e bem-estar). E para completar, é o único órgão com função independente do cérebro.
Quando comemos bem (uma alimentação balanceada e saudável) o sistema digestivo nos agradece com sensação de bem-estar. O mesmo acontece quando nosso hábito intestinal está regulado. Ficamos de bem com a vida. Infelizmente, o contrário também se observa quando nossa alimentação está cheia de compostos que nos intoxicam e quando alimentação pobre em fibras, falta de exercícios físicos e falta de água, fazem o intestino ficar preguiçoso. Ficamos incômodos e mal-humorados. É o sistema nervoso entérico em ação, sinalizando “curtir” ou “não curtir” nossas escolhas.
E o que o iogurte tem a ver como tudo isso? Acontece que a microbiota intestinal (antigamente conhecida como “flora intestinal”) está intimamente ligada a tudo que acontece no intestino, podendo inclusive influenciar na ocorrência ou prevenção de doenças gastrointestinais. Isso já era de se esperar. Mas a novidade é que essa mesma microbiota quando desequilibrada pode ter papel relevante na depressão, ansiedade e até mesmo no autismo, que são disfunções do sistema nervoso central.
Iogurte probiótico é um auxiliar no aporte de bactérias do bem, que podem ajudar no equilíbrio dinâmico desta população de microrganismos que habitam em nós e harmonizam nosso segundo cérebro que, por sua vez, interfere no seu nobre colega: o “primeiro” cérebro.
Ser feliz é um consenso – todos queremos! Então iogurte probiótico na geladeira de casa é um bom começo!
Referências:
ANTUNES, A. E. C. ; SILVA, E. R. A. ; MARASCA, E. T. G. ; MORENO, I. ; LERAYER, A. L. S. . Probióticos: agentes promotores de saúde. Nutrire (SBAN), v. 32, p. 113-132, 2007.
PALESTRA DANONE, o eixo instestino-cérebro e seu impacto na qualidade de vida.
ZUPPINI A. O intestino é nosso segundo cérebro. http://www.microfisioterapiaabc.com.br/2014/02/o-intestino-e-nosso-segundo-cerebro.html#.VYakFPlViko
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Material escrito por:
Adriane Elisabete Antunes de Moraes
Docente da Faculdade de Ciências Aplicadas-FCA/UNICAMP. Graduação em Nutrição (UFPEL), Mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial (FAEM/UFPEL), Doutorado em Alimentos e Nutrição (FEA/UNICAMP), Pós Doutorado no TECNOLAT/ITAL.
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LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO
EM 25/06/2015
Existem fermentos que são de culturas "starters" ou seja, fermentadoras do iogurte, queijo, etc., e culturas que são chamadas probióticas. As primeiras são empregadas para conferir características tecnológicas típicas dos produtos (acidez, aroma, textura) e as segundas não tem esse papel, mas o de conferir benefícios à saúde.
Cordialmente
Adriane

PARANAVAÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 24/06/2015
Obrigado.
LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO
EM 24/06/2015
Esse é um ponto muito debatido na comunidade científica. As culturas empregadas para fazer iogurte (L. bulgaricus e S. thermophilus) auxiliam na quebra parcial da lactose do produto o que favorece intolerantes a lactose. Mas as culturas reconhecidas como probióticas, apresentam outras atividades mais diretas no trato digestivo. Isso porque as culturas L. bulgaricus e S. thermophilus são selecionadas por critérios tecnológicos (tempo de fermentação, liberação de compostos aromáticos, etc.), enquanto que as probióticas são selecionadas por outros critérios (sobrevivência durante o processo de digestão, competição com bactérias nocivas, produção de citocinas, etc.). Desta forma, efeitos mais diretos na saúde são esperados pelo consumo de culturas probióticas.
Cordialmente
Adriane
SÃO CARLOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 24/06/2015
LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO
EM 24/06/2015
Agradeço pelo comentário!
Conto com sua ajuda para ajudar na divulgação de informações como essas, visando a valorização dos produtos lácteos.
Cordialmente
Adriane

COTIA - SÃO PAULO
EM 24/06/2015
São informações que sustentam o nosso cotidiano em desenvolver novos produtos e melhorar os derivados de lácteos.
Parabéns Adriane. Ótima explanação!