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Vendas aquém do esperado e oferta apertada no mercado

POR MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

PANORAMA DE MERCADO

EM 08/04/2005

4 MIN DE LEITURA

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O mercado de leite de março comprova o momento de elevação nos valores. Na média geral do país, os preços pagos em março, pela produção de fevereiro, aumentaram 1,96% em valores nominais. Em valores reais, deflacionados pelo IGP-DI, o aumento é de 1,6%. Na tabela 1 estão apresentados os aumentos porcentuais e em R$/litro, assim como os atuais preços pagos nas principais bacias brasileiras, responsáveis por mais de 95% da produção nacional.

Tabela 1: Preços pagos em março e variações porcentuais e monetárias do mercado de leite nos principais Estados produtores do país, em relação a fevereiro
 


Principalmente relacionados à seca e à queda na captação de leite, os preços no Rio Grande do Sul são os mais altos pagos no país. Os valores atuais são 7,6% acima da média nacional e 16,2%, em valores reais deflacionados pelo IGP-DI, acima dos preços pagos em março de 2004. E 90% dos entrevistados gaúchos apontam para novos aumentos nos preços médios.

Aumentos nos preços também são esperados pelos entrevistados nas demais praças do país. Cerca de 72% esperam por novos reajustes no pagamento de abril. Outros 26% acreditam em estabilidade nos preços.

Confirmando a tendência observada, o setor leiteiro assistiria o terceiro aumento consecutivo nos preços de leite em 2005. Os valores estão sendo reajustados desde a produção de janeiro, paga em fevereiro. Altas no mês de janeiro não ocorria desde 2003, quando os preços permaneceram em alta por 22 meses consecutivos, depois de passar pelos preços mais baixos da história, em valores deflacionados pelo IGP-DI, registrados em novembro e dezembro de 2001.

Na figura 1 estão comparados os preços médios anuais, em reais deflacionados, pagos pelo leite ao produtor brasileiro. As médias de 2005 referem-se ao pagamento da produção de janeiro e fevereiro.

 


Na verdade, os preços pagos em 2005, quando se considera a inflação, estão ainda dentro da média de anos como 1998, 2003 e 2004. Os preços são melhores quando comparados a anos como 2001 e 2002, os valores médios mais baixos dos últimos 7 anos.

Evidentemente que não interessa ao setor uma elevação de preços acentuada, como ocorrida em 2000, porém precedendo a uma queda nos valores que levou à pior média histórica dos preços pagos pelo leite.

Até o momento, os preços do leite são condizentes com o mercado. Embora os produtores de leite longa vida reclamem dos preços de venda, e com razão, a oferta e a demanda parecem sustentar os atuais preços. O aumento na demanda, pós-férias, não aconteceu nos níveis esperados pelo mercado. Porém o setor ainda aposta em melhora. Sendo assim, haveria sustentação nos preços que estão sendo pagos no campo.

Ao contrário do que andou se apregoando, os preços não aumentaram significativamente em relação à média de 2004. Com base em comparações pontuais, e nominais, argumenta-se que os preços estão 26% acima de 2004. No entanto, quando considera-se valores médios e a inflação pelo IGP-DI, os preços de 2005 estão 0,4%, em valores reais, acima dos preços médios de 2004. Bom para o produtor e, aparentemente, "digerível" pelo mercado.

Vale lembrar que interessa, e muito, aos varejistas que os preços do leite sejam baixos, principalmente o longa vida, produto que representa cerca de 75% da preferência do consumidor na compra de leite fluído.

Atualmente, os preços médios do longa vida no varejo são apenas 6,46% acima dos preços do atacado, a segunda margem mais baixa para esta diferença, desde que a Scot Consultoria começou a acompanhar regularmente os preços do varejo. Menor margem ocorrera em novembro de 2002 (5,4%). Na época o longa vida havia subido R$0,14/litro no atacado, sofreu pressão do varejo e recuou R$0,04/litro no mês seguinte.

Em março os preços do atacado subiram R$0,11 por litro, situação semelhante a do final de 2002. Com certeza haverá pressão do varejo para reduzir as cotações. Resta saber se o mercado penderá mais pela pressão de alta, pela baixa oferta de matéria-prima, ou pela pressão de baixa, pela dificuldade de ajustar preços no varejo. Especialmente no período de alta nos preços que durou do início de 2002 ao final de 2003, por várias vezes houve pressão de baixa do varejo, sem sucesso.

Em média, a diferença entre os preços do longa vida no varejo, em relação ao atacado, é de 13,5%.

O mercado "spot", leite comercializado entre as indústrias, parece confirmar a pressão de oferta. Em março, os preços médios negociados foram cerca de 13% acima dos preços de fevereiro. Apesar de, ao final de março, muitos reclamarem da inviabilidade de pagar os preços mais altos no "spot", os mesmos eram cotados a R$0,09/litro acima do valor médio.

Considerando o valor médio, o mercado "spot" está em torno de 12% a 14% acima do preço médio nacional pago ao produtor.

Na figura 2 estão representados os valores médios, mais baixos e mais elevados encontrados para o mercado "spot" de março de 2005.

 


Mesmo com toda a provável pressão do varejo, a época do ano, a seca e a perspectivas de quebra da estimativa da safra de grãos depõem a favor de preços firmes aos produtores de leite.

Espera-se ainda que esta firmeza no mercado seja sustentável, ou seja, que os preços não avancem além do possível e nem voltem para patamares inferiores a resultados favoráveis no campo.

MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

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EDSON NOVAES

GOIÂNIA - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 08/04/2005

Caro Maurício, compartilhamos com sua análise a respeito dos mercado de leite, até porque essa foi a análise que realizamos no Estado de Goiás, mesmo levando-se em consideração que foram divulgadas opiniões contrárias. Segue abaixo, a entrevista que esta entidade deu a um jornal de circulação local:



"Leite ainda precisa recuperar preço, diz Faeg"

Edimilson de Souza Lima



A Comissão de Leite da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg) contestou, ontem, que os produtores estejam vivendo um momento de alta rentabilidade. "Não se pode fazer uma análise da pecuária leiteira com base no desempenho do segmento durante cinco ou seis meses", diz o economista Edson Novaes, assessor técnico da Faeg. Ele se refere a declarações do secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindileite), Alfredo Luis Correia, em matéria publicada pelo POPULAR, na quinta-feira, em que considera bastante boa a remuneração atual do produtor de leite.



"A situação hoje é mais confortável para o produtor, mas não se pode esquecer que ele vem de três a quatro anos de trabalho no vermelho", diz o técnico da Faeg, a propósito da afirmação do secretário do Sindileite de que os preços do leite devem se estabilizar entre R$ 0,55 e R$ 0,60. Edson Novaes argumenta que é pura futurologia tentar antecipar patamares de estabilização dos preços do leite: "O mercado é soberano e é ele que vai definir qual o limite de preço do produto, e não uma mera especulação sobre que preço seria ou não assimilável pelo mercado", diz o economista da Faeg.



Crescimento



Para Edson Novaes, o momento agora é de recuperação dos preços ao produtor, pois o consumo interno de produtos lácteos está aumentando, bem como as exportações. "Ao contrário do que diz Alfredo Correia, no primeiro bimestre deste ano as vendas de lácteos para o exterior cresceram, em valores, 254,4% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 5,67 milhões de dólares para 20,12 milhões", afirma o técnico. Segundo ele, é justamente esse aumento de demanda que vem permitindo melhoria no preço do leite ao produtor, devido à concorrência dos laticínios na aquisição da matéria prima.



O economista Edson Novaes chama a atenção para o fato de que não é o preço do leite que determina se o produtor está sendo ou não remunerado adequadamente, mas a relação preço ao produtor/custo de produção."



Edson Alves Novaes

Economista FAEG





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