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Queda nos preços: Dá para manter o otimismo?

POR MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

PANORAMA DE MERCADO

EM 05/09/2003

3 MIN DE LEITURA

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Os preços pagos pela produção de leite de julho, pagamento de agosto, se comportaram de maneira diversa considerando as diversas regiões pesquisadas. Observe na tabela 1 as variações nos preços do leite nas bacias leiteiras.

Tabela 1: Variação nos preços do leite - pagamento de ago/03 em relação ao pagamento de jul/03
 


Pela primeira vez, depois de 22 meses, os preços médios no Brasil recuaram. Veja que o valor médio brasileiro recuou basicamente devido ao comportamento do mercado nas bacias de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, respectivamente, a primeira e segunda maiores bacias leiteiras do país.

Mesmo assim, com essa retração pequena, pode-se considerar o mercado como estável, visto que o valor médio da produção de julho retrocedeu apenas dois décimos de centavo de real/litro.

Atualmente o preço do leite no Brasil está cotado em R$0,4941/litro, ou US$0,167/litro, considerando o dólar médio de agosto.

Para o pagamento de setembro, a ser efetivado nas próximas semanas, 50% dos entrevistados acreditam em estabilidade de preço.

De fato, considerando o mercado, o cenário provável seria de preços estáveis, porém houve uma formação de estoques devido ao consumo aquém do esperado. Com isso várias indústrias já planejam mais reduções.

Apesar do período do ano, e a realidade das fazendas, não favorecer um guinada significativa, ainda é possível que os preços recuem, especialmente em Goiás e algumas regiões de Minas Gerais. Acredita-se que em setembro, por exemplo, seja mais fácil exercer pressão sobre os preços do que em agosto.

E o que deve influenciar o mercado nestas próximas semanas? Além do consumo, ligado à falta de dinheiro na praça, pode-se enumerar o volume de leite estocado, a oferta de leite nas bacias leiteiras e, principalmente, como as empresas estão avaliando como será o período de safra (2003/2004) e entressafra de 2004.

As indústrias tendem a evitar problemas com abastecimento e, principalmente, perda de mercado. Mais do que nunca, essas estratégias de posicionamento deverão influir pesado nos preços do leite. O ambiente é de competição e um erro estratégico, perdas desnecessárias de produtores e espaços nas gôndolas dos supermercados pode significar alguns milhões de reais. Evidentemente que sempre funcionou desta maneira, mas qual era o nível de amadurecimento e competição do setor produtivo nos anos anteriores?

O cenário atual do agronegócio brasileiro pesa muito nas tendências para o setor leiteiro. Em diversas regiões do país existe uma demanda por terras para arrendamentos competindo com os resultados da pecuária leiteira. É o famoso custo de oportunidade. Os resultados agrícolas, mesmo que tendam a piorar num futuro bem próximo, hoje afrontam os produtores que não conseguem extrair renda adequada de suas terras.

A própria pecuária leiteira participa do bom momento do agronegócio. O atual preço médio do litro de leite no Brasil está hoje 3,6% acima do valor médio dos últimos cinco anos, em reais deflacionados pelo IGP-DI, ou seja, em dinheiro de hoje. Evidentemente se argumenta que de nada adianta hoje estar melhor que estes últimos cinco anos, que foram praticamente os piores anos da história do setor leiteiro.

Porém, os preços subiram dentro das possibilidades de mercado e permitiram alguma recuperação nas margens, especialmente aos produtores com maior escala e melhor tecnologia de produção de leite.

A dúvida fica por conta de se saber em que patamares os preços poderão chegar caso se concretize uma tendência de baixa.

Pois bem, se os preços caírem demasiadamente, dentro de um cenário positivo para o agronegócio, corre-se o risco de queda de produção. Hoje, a relação de troca entre os principais concentrados por litros de leite está apenas 7,5% melhor comparando com 2002.

Mesmo com retração no consumo, os preços do longa vida, que é balizador no mercado, se mantêm nos mesmos níveis ao longo dos últimos meses, tanto no atacado como no varejo. Isso é bom para que não ocorram aquelas costumeiras e fortes oscilações nos preços.

Com isso, caso não aconteça anomalias no mercado, pode-se esperar preços com menores oscilações, baixando pouco no período de safra e aumentando pouco no período de entre safra. Os valores tendem a avançar ao longo dos anos dentro dos limites da inflação, embora provavelmente abaixo dela, conforme ocorreu durante todo o século XX para os produtos agropecuários.
O mercado parece ter chegado num patamar onde, em relação a preços é difícil aumentar e complicado reduzir.

MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

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