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Os preços mais altos e o consumo de leite

POR MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

PANORAMA DE MERCADO

EM 06/09/2002

3 MIN DE LEITURA

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Na virada do mês de agosto para setembro, foi observado um novo reajuste, em torno de 1%, nos preços do longa vida no atacado. Na verdade, tal reajuste pode ser considerado como firmeza de mercado, ou seja, os preços estão se mantendo firmes nos atuais patamares.

O que parecia ser uma situação fora do comum, hoje pode ser avaliado como realidade de mercado. Os preços do longa vida no atacado próximos a R$1,10/litro estão praticamente consolidados.

Os dados colocam frente a frente duas linhas de analistas, a que pregava que os preços não poderiam subir pela situação econômica da população brasileira, pois provocaria retração no consumo, e os que acreditam que o baixo consumo de leite no Brasil seja reflexo cultural e não apenas das condições financeiras do consumidor.

Enquanto pesquisas econômicas avaliavam o leite como um produto de baixa elasticidade preço - demanda, na prática do mercado as indústrias sentiam retrações no consumo quando os preços aumentavam. Tal fato levava à errônea conclusão de que o comportamento do consumo de leite fluído era de alta elasticidade, ou seja, se o preço sobe o consumo cai proporcionalmente e vice versa. Sendo assim, teoricamente os preços atuais do longa vida no atacado seriam penalizados com conseqüente redução nas vendas.

Parte dos analistas, no entanto, atribuíram como causa da retração no consumo as elevadas oscilações nos preços ao longo do ano. Em 2000, por exemplo, chegou-se a apurar diferenças de 78% entre o preço máximo e mínimo do leite longa vida, variação ocorrida num prazo de cinco meses. Este tipo de comportamento de preços afasta o interesse de qualquer consumidor, que sempre exigirá preços baixos pelo leite, não avaliando assim outros atributos de qualidade do produto.

Pois bem, com a não ocorrência de elevados picos de preços durante o ano de 2002, os preços do longa vida se mantiveram nos atuais patamares, sem necessidade de recuo nos valores. O próprio mercado depõe a favor da tese de que havia espaço para aumento nos preços do leite, pois se não houvesse os preços já teriam recuado, não se sustentando nos atuais patamares.

No entanto, há ainda quem acredite que os preços se firmaram pela ocorrência simultânea da queda tanto no consumo como na produção de longa vida. Desta maneira, o bom desempenho do mercado seria ilusório, pois o volume de vendas teria se reduzido.

Mesmo confirmando-se as notícias de redução, ou pouco crescimento, da produção de leite no campo, as indústrias garantiram suas participações no mercado através de importações. Tanto é que tem sido comum nos depararmos com notícias sobre indústrias que precisam importar para honrar os compromissos de exportação. Reforçando o argumento, as importações de leite em pó aumentaram 70% no período de janeiro a agosto, quando comparadas ao mesmo período de 2001, segundo dados do Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Portanto, a baixa oferta de leite no mercado interno, que foi provocada pela crise de preços nos anos anteriores, tem sido compensada pelas importações, mesmo em condições desfavoráveis de compra.

Nos últimos meses os preços do longa vida se sustentaram num mercado comprador e em expansão. Não houve redução de oferta de longa vida, tanto é que de acordo com estudos de mercado da ACNilsen, empresa de consultoria, as vendas internas de longa vida aumentaram 18,96% no primeiro semestre de 2002, quando comparadas ao primeiro semestre de 2001.

Este desempenho se deu num mercado com preços mais elevados, conforme é ilustrado no gráfico abaixo.
 

 


O comportamento deste ano trouxe perspectivas mais animadoras com relação ao setor leiteiro. Há espaço para melhor remuneração da cadeia de produção leiteira, das indústrias aos produtores. Porém, todo o processo exige uma política de construção do mercado. De nada adianta jogar os preços lá para cima e depois competir com preços baixos.

A estabilidade permitirá recuperação gradual nos valores do leite.
Novamente, dando seqüência aos últimos artigos desta coluna, hoje não há lógica em redução dos preços do leite pagos aos produtores.

E daí se a oferta aumentar? Não estão importando a preços mais altos que os do mercado interno? Se a oferta aumentar é ótimo para a indústria. Aliás, não é de se duvidar que alguns compradores passem a incentivar o aumento da produção com melhoria nos preços do leite em plena entrada da safra. Seria uma estratégia bem lógica, ainda se for implementada com remuneração pela qualidade e estabilidade na entrega.

Todo o mercado vai contra as notícias veiculadas, e amplamente discutidas, sobre a iminente redução nos preços que seria praticada por algumas indústrias.

 

MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

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