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O atípico ano de 2010 chega ao fim equilibrado

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

E RODOLFO TRAMONTINA DE OLIVEIRA E CASTRO

PANORAMA DE MERCADO

EM 14/12/2010

3 MIN DE LEITURA

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O ano de 2010 foi um ano atípico para a atividade leiteira nacional devido, principalmente, à antecipação do pico de preços e queda desses durante a entressafra. Entretanto, no fim do ano, entre setembro e outubro, o mercado se ajustou e a expectativa é de que o ano termine assim.

A explicação para esse comportamento inicia-se com a oferta. No primeiro semestre tivemos quase 10% a mais de leite frente ao mesmo período de 2009. Além disso, balança comercial não ajudou, pois houve entrada de leite superior à quantidade que saiu, elevando a oferta já em excesso. Por fim, devido a um forte crescimento da produção no 2o semestre de 2009, possivelmente entramos no ano de 2010 com relativo volume estocado e elevado patamar de disponibilidade per capita de leite.

Aliado ao aumento da oferta, a indústria de laticínios, principalmente a de UHT, elevou preços ao produtor no início do ano, esperando outro 2009, sem que o mercado apresentasse os fundamentos para tal. Como a oferta aumentou muito, a estratégia não funcionou e os preços mais altos no atacado e varejo só serviram para piorar a situação.

No 2o semestre, entre setembro e outubro, o mercado se ajustou. A queda dos preços desde maio reduziu os investimentos na produção; a alta dos insumos e preços baixos piorou a antes favorável relação da troca; e as intempéries climáticas causadas pelo La Niña causaram severa estiagem e atrasaram a safra do Sudeste e Centro-Oeste, que não teve fundamentos para vir muito forte. Os preços pagos aos produtores desde setembro têm tido certa estabilidade e/ou leve alta.

Em termos de demanda, temos de considerar a força do nosso mercado interno: a elevação de renda da população, a disponibilidade de crédito e o aumento do número de empregos. A previsão para 2010 é que nosso PIB cresça 7,3% ou até mais e, segundo dados da FGV, a estimativa para 2011 é de 4,6%. Em outras palavras, o mercado doméstico em ascensão, ainda mais com o dólar nesses patamares, deve continuar a ser o grande foco das atenções.

Atualmente e desde meados de outubro, com a oferta restrita e os indicadores de demanda ainda fortes, o mercado se equilibrou. Segundos agentes de mercado consultados pelo MilkPoint, as vendas voltaram a ocorrer em bons volumes e os preços se reajustaram. Ainda segundo eles, as empresas não possuem significativas quantidades de leite estocada de qualquer produto, sendo esse um importante fator de estabilidade de preços.

Os mercados de leite longa vida e leite em pó têm apresentando estabilidade de preços desde início de novembro, com preços no atacado variando de R$ 1,40-1,65/litro e R$ 8,50-10,50/kg, respectivamente, dependendo do fabricante e região. O mercado de queijos se "adequou", sofrendo leve deflação para R$ 9,80 a 11,50/kg, já que os preços médios em novembro estavam bastante favoráveis. Segundo a grande maioria dos agentes consultados, o mercado de queijos foi o que apresentou melhores resultados no ano, principalmente no 2º semestre.

O mercado de leite spot (comercializado entre indústrias) esteve mais forte em novembro, mas com o aumento da oferta do centro-oeste e sudeste sofreu leve reajuste. Está precificado em média de R$ 0,78-85/litro, dependendo da região, com expectativa de estabilidade até o fim de dezembro.

Em relação ao preço ao produtor nenhum dos agentes de mercado consultados pelo MilkPoint apontaram queda para dezembro, mesmo com a redução da demanda em razão das férias escolares e crescimento da safra de algumas regiões do centro-oeste que ainda não veio.

Ao que tudo indica, os preços devem se manter nos patamares atuais até o restante do ano e uma possível alteração desse firme mercado doméstico só deve ser observado em janeiro, já na boca de uma nova entressafra e, assim, gerando pouca possibilidade de termos reduções importantes de preço.

Contudo, a perspectiva é de que iniciarmos o próximo ano com um mercado mais equilibrado, com menores estoques de passagem e com preços cerca de 20% superiores no início do ano, podendo estimular a oferta para o final do primeiro semetre e para a segunda metade de 2011.

Gráfico 1. Preços ao produtor (deflacionado).

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

RODOLFO TRAMONTINA DE OLIVEIRA E CASTRO

Engenheiro Agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"-USP, e Analista de Mercado do MilkPoint.

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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/01/2011

Prezados Marcelo e Rodolfo: Parabéns pela pesquisa e pelas conclusões. Somente acho que, pelas catástrofes e pela imensa quantidade de chuva que assola ao Sudeste neste período, que, de forma indene de dúvidas, irá fazer despencar a produção, não só pelo esquema individual do gado leiteiro, que não é adepto a grandes tempestades e pelo sistema de criação extensiva que ainda vige nestes Estados, mas, também, pela impossibilidade técnica de escoamento dos produtos, os preços ao produtor devem sofrer alta neste período inicial de 2011, já que as plantas dos laticínios estarão desprovidas de estoque, em plena safra. É claro que esta situação é sazonal e, até certo ponto, previsível, mas as proporções, desta feita foram descomunais e, portanto, deixaram rompidos quaisquer planejamentos.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 21/12/2010

Caros Ivan e Raimundo,

Obrigado pela mensagem. A todos um Feliz Natal e um ótimo 2011.

Dilmar, acredito que não teremos baixa de preços nesses próximos meses. O viés é de alta, ainda que modesta, a partir de fevereiro.
RAIMUNDO SAUER

UNAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2010

Quero aqui parabenizar Marcelo e equipe, que nos proporcionou durante o ano todo importantes subsidios para o desenvolvimento do nosso trabalho.
Minha preocupacao e, por qunto tempo o mercado interno ainda consegue absorver a nossa producao, visto que o nosso leite hoje, a nivel de preco mundial, e muito bem pago.

Feliz natal e um prospero ano novo, regado a muito leite e bons precos.
IVAN TOMASI

CAXIAS DO SUL - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/12/2010

O Marcelo e o Rodolfo fazem uma análise econômica muito importante, esclarecedora e realista. Um dos aspectos que devem ser tema da pauta para 2011 é a melhora da exportação de lácteos. Muito embora o mercado interno esteja favorável, não podemos deixar de lado que, este mesmo mercado, é limitado e instável. Mais do que nunca esta na hora do governo, juntamente com a indústria, exigirem qualidade do leite do produtor para que tenhamos um leite que o mercado exportados tenha interesse. Portanto devemos fazer nosso já famoso e batido, e por muitos esquecido, que é o dever de casa. Priorarmos pelo leite de qualidade e remunerarmos bem por ele. A exportação brasileira de lácteos é um caminho inquestionável.
DILMAR DE SOUZA RIBEIRO

REMANSO - BAHIA - ESTUDANTE

EM 16/12/2010

gostaria de saber, se menor preço do leite para 2011, vai ser em que mês se em janeiro ou fevereiro.

grato...

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