Durante o mês de junho, o aumento da oferta interna de grãos, em decorrência do andamento da colheita, seguiu sendo fator determinante nos preços do milho e da soja. Com a pressão de baixa ainda sendo exercida, os preços renovaram as mínimas dos últimos três anos, com a soja sendo negociada em média por R$ 136,34/sc em Paranaguá/PR e o milho por R$ 55,02/sc em Campinas/SP, segundo dados do Cepea.
Gráfico 1. Preços do milho no mercado físico e no mercado futuro em Campinas/SP
Fonte: Cepea; B3; elaborado por MilkPoint Mercado.
Gráfico 2. Preços da soja no mercado físico e no mercado futuro em Paranaguá/PR
Fonte: Cepea; CBOT; B3; elaborado por MilkPoint Mercado.
A oferta continuou crescente com o andamento da colheita. Segundo o último levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a colheita do milho 1ª safra já foi realizada em 83% da área semeada, enquanto a soja estava com a colheita mais adiantada, atingindo 99% da área semeada. No último levantamento, a Conab renovou os altos patamares esperados para a produção na safra atual, chegando a um aumento de 11,1% para o milho e 24% para a soja, em relação à safra anterior.
Gráfico 3. Produção total de milho no Brasil (milhões de toneladas)
Fonte: Conab; elaborado por MilkPoint Mercado.
Gráfico 4. Produção total de soja no Brasil (milhões de toneladas)
Fonte: Conab; elaborado por MilkPoint Mercado.
Apesar do resultado ter sido de quedas nos preços, houve um aumento na volatilidade dos preços ao longo do mês. Esse aumento de volatilidade esteve associado principalmente as mudanças de previsões climáticas nos Estados Unidos. Por ser o segundo maior produtor de grãos do mundo, a piora das condições observadas em suas lavouras e as expectativas de menor produção de grãos diante desse resultado, trouxe algumas valorizações nos preços praticados dentro do Brasil.
Porém, assim como as previsões de piora nas condições climáticas, esse avanço dos preços não durou muito tempo, com o mês encerrando com a manutenção do viés de queda no mercado físico.
Desta forma, as expectativas em relação aos preços para os principais grãos que compõem a alimentação concentrada dos animais, milho e soja, ainda é a mesma: manutenção da pressão de baixa por conta da oferta interna.
Porém, esses preços se mostram próximos de um limite de desvalorização, dentro de um cenário de normalidade. Também é necessário estar atento a questões internacionais que envolvem a oferta e demanda global de grãos, principalmente em relação a produção dos Estados Unidos e as exportações Ucranianas, que ainda enfrentam grandes problemas e podem ser encerradas ainda este mês em decorrência da possibilidade do fim do acordo do Mar Negro.