Vistoria de tanques comunitários poderá ser alterada

Representantes da cadeia produtiva do leite vão encaminhar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pedido de alteração da Instrução Normativa (IN) nº51, que regulamenta a produção, identidade e qualidade do leite brasileiro. A ideia é que sejam analisadas amostras por produtor e não por tanque comunitário, como prevê a IN nº51.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em:

Ícone para ver comentários 6
Ícone para curtir artigo 0

Representantes da cadeia produtiva do leite vão encaminhar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pedido de alteração da Instrução Normativa (IN) nº51, que regulamenta a produção, identidade e qualidade do leite brasileiro. A decisão que foi tomada na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, nesta terça-feira (31).

A ideia é que sejam analisadas amostras por produtor e não por tanque comunitário, como prevê a IN nº51. Para o presidente da câmara, Rodrigo Alvim, as amostras individuais vão permitir a ampliação da rastreabilidade e garantir mais qualidade ao leite. A câmara setorial vai solicitar também a adequação da Rede Brasileira da Qualidade do Leite para aumentar a demanda de análises.

A próxima reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados será durante o Fórum das Américas sobre Leite e Derivados, em Juiz de Fora/MG, no dia 14 de julho.

As informações são do Mapa, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
Ícone para ver comentários 6
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Nestor Luiz Breda
NESTOR LUIZ BREDA

SÃO MIGUEL DO OESTE - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 12/04/2009

Concordo plenamente com os depoimentos realizados em carta pelos que antecederam. A coleta da amostragem individual não vai melhorar a qualidade do leite. Vai elevar os custos de análise. O que se deve buscar, para melhorar a qualidade do leite, são resgatar os princípios de cooperação entre os componentes humanos que fazem parte do tanque. Se todos os componentes possuirem os mesmos conhecimentos, se todos apresentarem graus elevados de compromentimento, o conteúdo do tanque será de boa qualidade que irá representar a qualidade de cada agricultor.

Se há problemas relacionados com a qualidade do leite, ou ainda relacionados com a idoneidade, deve-se sim, investir em capacitação técnica e criar um ambiente de cooperação solidária para se desenvolver princípios éticos entre os sócios do tanque. Se todos os componentes do grupo utilizarem os mesmos cuidados na produção, agirem de forma ética, o conteúdo do tanque será de qualidade. Logo, uma coleta de amostra do tanque comunitário é suficiente para medir a qualidade do leite de todos os fornecedores.

Acredito que dando responsabilidade, não somente ao coordenador do grupo, mas a todos os componentes do grupo de modo participativo, o grupo vai ter leite de qualidade e qualidade nas relações humanas. Que tal se utilizar dos custo das análises individuais que se pretende implementar para capacitar os sócios do tanques comunitários na melhoraria da qualidade do leite e no fortalecimento das relações entre eles, e estes com a indústria? Nos parece que vai reduzir custos de transação e incluir milhares de produtores ameaçados de exclusão dos processos produtivos.
ISRAEL BARRETO DOS SANTOS
ISRAEL BARRETO DOS SANTOS

IPIAÚ - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/04/2009

O pequeno produtor sempre é colocado em último plano. É o mais sacrificado. Agora eu pergunto, se o leite de um tanque está dentro dos padrões exigidos pela IN 51, há necessidade de análise de cada produtor? Quem irá bancar os custos da análise de produtor de 10, 15, 50, 100 litros diários? É bastante fácil e cômodo, de dentro dos escritórios com ar condicionado, recomendar os procedimentos e obrigações do homem do campo. Talvez se houvesse uma troca de lugares as normas seriam mais justas para os que realmente produzem.
Luiz Borges
LUIZ BORGES

MATO GROSSO DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 04/04/2009

O maior problema dos tanques comunitarios são aqueles que usam como posto de resfriamento, que tem uma, duas e ate três veiculos que recolhem o leite de varios produtores e colocam nos tanques, esses sim tem que ser fiscalizados, porque os que servem como tanque comunitario mesmo, esse sim tem qualidade, mas aquele que o proprio produtor leva o leite ate o tanque, uma hora depois de ordenhado o mesmo.
Nelson Rossato
NELSON ROSSATO

MANDAGUARI - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 03/04/2009

Sabemos que existe um critério muito rigoroso em relação as coletas de amostras de leite, e se isto for regulamentado, quem realizará a coleta? O produtor responsavel pelo tanque? O técnico da região? Será uma amostra confiavel?

Se a coleta não for realizada dentro dos procedimentos de higiene e refrigeração eficiente, será trabalho e dinheiro perdido.

Nelson Rossato - Confepar
André Gonçalves Andrade
ANDRÉ GONÇALVES ANDRADE

ROLIM DE MOURA - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/04/2009

Será que nosso representante conhece a realidade de grande parte da produção de leite de nosso país?

Tanques comunitários são destinados a pequenos produtores, com médias de produção muito baixas. Além disso, a logística para se efetuar essas coletas é praticamente inoperacional. Embora esteja expressando nosso ponto de vista em função de nossa realidade regional, somos conhecedores de diversas regiões de nosso grande país, e temos a certeza de que isso ainda é a expressão da realidade de muitas regiões.

Isso não quer dizer que somos contrários a um controle de qualidade eficiente. Pelo contrário, temos a certeza de que uma qualidade superior é fundamental para os avanços que o setor tanto necessita. Porém é no processo educacional que vamos conseguir melhorar essa qualidade.

Ex.: se em um tanque comunitário temos 10 produtores e as análises do leite desse tanque estão dentro dos padrões, as análises individuais só aumentariam o trabalho, em nada contribuindo com a qualidade. Claro que em dez produtores pode sim ter algum ou alguns com níveis fora do normal, mas aí cabe o item 9 do anexo VI da IN51 e a fiscalização eficiente do MAPA através dos serviços de defesa sanitárias em seus diversos níveis (federal, estadual e municipal).

Enviamos uma carta ao G100 sobre as modificações propostas onde detalhamos melhor todos os nossos pontos de vista.

Temos que ser objetivos na busca da qualidade. Caso contrário estaremos mais uma vez criando leis e procedimentos que não trarão os resultados desejados "a melhoria da qualidade de nosso leite", mas sim, um dispendioso trabalho onde o resultado fica em segundo plano.

P.S.: "após alguns anos de acompanhamento de análises realizadas no laboratório de qualidade de leite da ESALQ, o número de amostras aumentou percentualmente a níveis elevadíssimos, porém a qualidade do leite permaneceu praticamente inalterada" (essa é a mensagem que li em alguma reportagem, mas não tenho ela em mãos aqui comigo, porém a essência da mesma está aí expressada). Vamos refletir um pouco mais sobre isso! E caminharmos juntos em busca de uma qualidade superior.
ILSON JOSE PEREIRA
ILSON JOSE PEREIRA

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/04/2009

Eu até concordo com o pedido de alteração, até porque não está regulamentado na IN/51, a realizar pool de amostras dos produtores e sim individualmente, porém vejo que isto vai elevar o custo para as Empresas que atualmente estão pagando as análises, Vejo também que em primeiro momento para as Empresas o interesante é saber como está o leite dentro do tanque, caso haja não-conformidade ai sim fazer rastreamento.

Att,
ILSON JOSE PEREIRA
Qual a sua dúvida hoje?