Venezuela: inseminação aumentará produção de leite

A Venezuela inicia este mês um plano de inseminação artificial que atingirá até 65 mil cabeças nos próximos quatros anos, com o objetivo de quadruplicar a produção de leite e tentar acabar com o déficit do produto.

"Com esta genética que estamos desenvolvendo, estimamos que em cinco ou seis anos devemos duplicar a produção de leite no país e poderemos nos tornar exportadores", disse o presidente do centro técnico produtivo socialista Florentino, Freddy Escalona. Esse é o primeiro centro da Venezuela, com 3,7 mil hectares de um terreno desapropriado pelo governo em Barinas, sudoeste do país.

O Plano Nacional de Inseminação terá seleção, congelamento do sêmen e inseminação das raças Siboney, Gir Leiteiro e Girolando, consideradas de "alta genética" por sua abundante produtividade leiteira. Com esse projeto, somado à importação de animais do Brasil e de Cuba, a Venezuela pretende converter seu rebanho leiteiro atual de 2,5 milhões de cabeças - que produzem em média quatro litros de leite por dia -, em cinco milhões de cabeças, com capacidade para até 10 litros de leite diários cada.

Este ano foram inseminados apenas 4,6 mil animais. Calcula-se que apenas metade das crias serão fêmeas. Segundo entidades pecuárias da Venezuela, são produzidos no país 1,2 bilhão de litros de leite, enquanto o consumo é de 2,3 bilhões. Em 2008, houve um grande desabastecimento de leite nos supermercados venezuelanos. O produto, assim como outros itens da cesta básica, tem o preço regulado pelo governo. O governo venezuelano investiu US$ 102,3 milhões em instalações e capacitação de pessoal.

As informações são do InvestNews, publicadas na Gazeta Mercantil, adaptadas pela Equipe MilkPoint.