Uruguai: produtor perde poder de compra

O ano de 2009 será de pouco pasto no Uruguai, com o país entrando no inverno quase sem reservas. Embora se espere a realização de silos de grão úmido ou planta inteira de sorgo e milho, estes cultivos têm sido afetados pela seca. Portanto, a disponibilidade desta fonte de alimento para o gado será restrita e com preços altos.

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O ano de 2009 será de pouco pasto no Uruguai, com o país entrando no inverno quase sem reservas. Embora se espere a realização de silos de grão úmido ou planta inteira de sorgo e milho, estes cultivos têm sido afetados pela seca. Portanto, a disponibilidade desta fonte de alimento para o gado será restrita e com preços altos.

Além disso, a seca não é exclusiva do Uruguai, pois envolveu uma boa parte da região, especialmente a Argentina. Por isso, os preços dos grãos e concentrados no mercado local e regional tenderão a ser altos. Na produção leiteira, a utilização de concentrados tem se estendido e a maioria dos produtores de leite suplementam os animais quase todo o ano. Em muitos casos, a ração e o concentrado, mais que um complemento secundário, constituem parte essencial da dieta. Em plena seca, isso piorou, dado que a base forrageira ficou escassa. A produção leiteira se sustenta graças ao aporte de alimento "importado" do sistema de produção.

Isso se justifica em tempos críticos, como estas semanas. No entanto, a médio e longo prazo, o assunto gera questões. Os esquemas de alimentação são sustentáveis com preços bons do leite, mas o preço deste produto baixou e - dadas as perspectivas do mercado internacional - certamente se manterá baixo em 2009.

Neste contexto, é especialmente relevante analisar as relações de preços entre insumos e produtos. A evolução das relações de preços (mais que a evolução dos preços isoladamente) são as que pautam a rentabilidade do negócio - ainda mais relevante a longo prazo -, a adequação tecnológica e a forma de se produzir leite.

Diante disso, a Consultora Seragro fez um cálculo que mostra o poder de compra de leite (preço médio ao produtor), com relação ao milho, referência chave no mercado de grãos forrageiros e concentrados. Os cálculos mostram que a capacidade de compra de milho por parte de leite está em um de seus piores momentos dos últimos anos no Uruguai. Em média, nos últimos 10 anos, o produtor de leite uruguaio precisou de 830 litros de leite para comprar uma tonelada de milho. Hoje, precisa de mais de 1.000.

A dúvida é o que acontecerá no inverno. Se o preço do leite se sustentar em cerca de US$ 0,18 e o do milho baixar de forma importante para, por exemplo, US$ 150 a tonelada, a capacidade de compra se fortalecerá e ficará novamente dentro da média histórica. No entanto, isso pode não acontecer e o poder de compra continuará ruim.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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