Rústico, altamente produtivo e de fácil adaptação a climas adversos, o gado da raça girolando deve ganhar ainda mais condições de ajustar-se aos diversos microclimas do país. Mistura de sangue da raça indiana gir com a europeia holandesa, o gene do gado leiteiro girolando será esquadrinhado por pesquisadores de duas universidades nacionais para aumentar sua capacidade de adaptação a situações climáticas extremas em todas as latitudes geográficas brasileiras. Em 2008, animais da raça foram responsáveis por 60% da produção nacional de 28 bilhões de litros de leite.
Uma parceria entre a instituição privada Universidade Norte do Paraná (Unopar) e a Universidade Federal do Pará (UFPA) começou a desvendar os registros de animais para selecionar os primeiros 100 exemplares que terão seus genes mapeados. "Vamos selecionar um lote de animais para pesquisar seus genes e multiplicá-los com a técnica da fecundação in vitro", informa o veterinário e professor da Unopar, Werner Okano, um dos coordenadores da pesquisa.
A investigação conjunta, cujo custo total está orçado em R$ 700 mil, tratará da adaptação do gado girolando a diversos graus de temperatura, umidade, formas de manejo e nível de produtividade. "É uma pesquisa para 20 anos a 30 anos", afirma Okano. Mas, segundo ele, em três anos os pesquisadores já devem ter o perfil dos animais mais adaptados desse primeiro lote. "Depois disso, vamos multiplicar novamente in vitro ou por clonagem". Em dez anos, estima Okano, começarão a ser distribuídos os primeiros lotes de animais selecionados por todo o país.
As pesquisas serão conduzidas em conjunto com professores da UFPA na fazenda experimental da Unopar, situada em Tamarana (PR), a 76 km de Londrina. A Unopar cederá parte dos animais, materiais genéticos e as instalações e equipamentos do laboratório de fecundação in vitro. A UFPA cederá aparelhos sofisticados para análises moleculares. "Também haverá uma parceria com criadores de gado de elite da região de Londrina", diz Werner Okano. O projeto deve ser financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A primeira fase custará R$ 100 mil, avalia Okano.
O gado pode ter, no máximo, três quartos de sangue originário da raça gir, explica o pesquisador. A maioria do girolando está localizado em Minas Gerais. A cruza, feita no Brasil há 80 anos, só foi reconhecida como raça oficial pelo Ministério da Agricultura em 1989.
A matéria é de Mauro Zanatta, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
Universidades farão mapeamento dos genes do girolando
Mistura de sangue da raça indiana gir com a europeia holandesa, o gene do gado leiteiro girolando será esquadrinhado por pesquisadores de duas universidades nacionais para aumentar sua capacidade de adaptação a situações climáticas extremas em todas as latitudes geográficas brasileiras.
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 1 minuto de leitura
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.