Com mercados externos deprimidos, os produtores europeus e as usinas de lácteos sofrem com a queda da demanda, enquanto crescem os estoques e cai o preço recebido pelo produtor. Bélgica, Alemanha, Portugal e Espanha esperam atravessar a pior crise de sua história, com maior intervenção do Estado.
Até agora, justamente um ano após um período de preços disparados até superar os 0,48 euros (US$ 0,63) por litro de leite, Bruxelas aprovara um aumento nas cotas de produção de 2%, o que significa a possibilidade de produzir 2,8 milhões de toneladas a mais em toda a União Europeia (UE), para 145,7 milhões, em resposta às previsões de uma maior demanda em todo o mundo.
Segundo os dados trabalhados pela Comissão, entre 2003 e 2007, foi registrado um aumento na demanda de 5,5 milhões de toneladas. Além disso, todas as previsões apontavam que entre 2007 e 2014 seriam necessários 8 milhões de toneladas a mais devido ao maior consumo de leite fresco e, sobretudo, de queijos.
Hoje, a realidade é que sobra leite em todos os países comunitários. Os preços ao produtor têm caído, chegando em algumas regiões aos 0,20 euros (US$ 0,26) por litro. E as medidas de intervenção comunitária para regulamentar os mercados têm se mostrado insuficientes para resolver o problema.
Algumas organizações agrárias comunitárias têm reclamado à Comissão Europeia a necessidade de manter e ampliar os atuais mecanismos de intervenção para regular os mercados. Estas medidas, após a reforma das Organizações comuns dos mercados agrícolas (OCM), concretizam-se, sobretudo, na compra de 30.000 toneladas de manteiga e de outras 109.000 toneladas de leite em pó.
No setor espanhol, a situação é especialmente grave devido à existência de custos de produção superiores a outros países. Isso está afetando negativamente tanto os produtores como as próprias indústrias na hora de competir em um mercado único.
A atual crise econômica tem se traduzido nos países comunitários em uma redução na demanda justamente quando se estava registrando um aumento da produção. A esta situação soma-se o forte crescimento das marcas a preços baixos, o que significa um coquetel explosivo para produtores e para as próprias indústrias lácteas. Da cota de produção total da UE, aproximadamente 20% era tradicionalmente destinado às exportações. Hoje, com a queda da demanda, esse leite tem ficado no mercado interno. As montanhas de excedentes nos principais países produtores têm se traduzido em um forte aumento de vendas a baixos preços a países deficitários, como Espanha.
As indústrias - que em muitos casos têm sido causadoras dos problemas no campo - atualmente também são vítimas das exigências da grande distribuição e da queda da demanda. As empresas têm visto crescer seus estoques até um ponto que, em alguns casos, têm decidido não somente baixar os preços, mas também, deixar de captar leite dos produtores. Nesta situação, indústria e organizações agrárias concordam com a necessidade de colocar em marcha planos de reestruturação. Da parte da produção, busca-se conseguir fazendas mais competitivas frente ao resto dos países comunitários, aumentando o tamanho das fazendas. Na atualidade, o número de fazendas é de somente 24.000 frente aos 130.000 em meados dos anos noventa.
Em 03/04/09 - 1 Euro = US$ 1,33327
0,75004 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
A reportagem é do Euro Press, adaptadas e traduzida pela Equipe MilkPoint.
UE: produtores e indústrias reclamam da crise láctea
Com mercados externos absolutamente deprimidos, os produtores europeus e as usinas de lácteos sofrem com a queda da demanda, enquanto crescem os estoques e cai o preço recebido pelo produtor. Dos 20% da produção destinados às exportações, passou para 0% atualmente. Bélgica, Alemanha, Portugal e Espanha esperam atravessar a pior crise de sua história, com maior intervenção do Estado.
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