O Ministério da Agricultura deverá concentrar esforços esta semana na construção de medidas para minimizar os problemas enfrentados por pequenos e médios produtores, principalmente de itens perecíveis como hortaliças, frutas, flores e leite.
A equipe da ministra Tereza Cristina avalia a criação, junto ao Ministério da Economia, de linhas de crédito para atender aos agricultores e quer estabelecer canais de comercialização direta e online entre os produtores e os consumidores finais. Desde a semana passada, técnicos do ministério e representantes do setor privado e de startups de logística trabalham num modelo para dar fluxo às vendas nos centros urbanos.
Outra medida em estudo é a normatização das feiras livres. A proposta foi apresentada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A intenção é determinar regras de segurança e higiene para a retomada dos pontos de comercialização de hortifrútis, principalmente.
A sugestão de um “novo formato” para as feiras deve prever um espaçamento maior entre as barracas e a fixação de faixas no chão para manter o distanciamento entre consumidores e vendedores. A ideia é que os feirantes coloquem preços nos produtos com “valores redondos” para diminuir o manuseio de dinheiro em papel e o contato humano para o troco. Outra medida avaliada é a venda de produtos já ensacados.
O objetivo é “pulverizar” o número de feiras em regiões em que são costumeiramente realizadas. “É um canal importante que foi fechado”, afirmou Bruno Lucchi, superintendente da CNA.
A articulação também contempla a ampliação dos recursos e das compras do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) como forma de garantir a transferência de renda aos produtores rurais que vendem aos órgãos públicos. O Senado já aprovou projeto de lei para liberar a distribuição de alimentos do PNAE para os familiares dos alunos.
Produtores do Rio Grande do Sul também aguardam o anúncio de alguma ação efetiva de socorro frente aos prejuízos causados pela estiagem que afetou lavouras de partes do Estado desde o fim de 2019. O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve se reunir ainda esta semana para tratar do tema. A expectativa é que sejam aprovadas as prorrogações das parcelas de financiamentos de custeio e investimentos dos agricultores gaúchos e mudanças temporárias nas regras para as vistorias de perdas do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).
As informações são do Valor Econômico.