Setor lácteo tem sinais de recuperação

O setor de lácteos do país não deve passar incólume pela crise financeira internacional, mas os sinais recentes de recuperação no mercado de leite são um alento e podem evitar o agravamento da situação de empresas que vivam alguma dificuldade, acreditam fontes do mercado.

Publicado por: MilkPoint

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O setor de lácteos do país não deve passar incólume pela crise financeira internacional, mas os sinais recentes de recuperação no mercado de leite são um alento e podem evitar o agravamento da situação de empresas que vivam alguma dificuldade, acreditam fontes do mercado.

A crise - e a consequente restrição de crédito - foi a principal justificativa da Indústria de Alimentos Nilza para pedir recuperação judicial, na última semana. Mas a própria empresa admitiu, em comunicado, que boa parte (R$ 115 milhões) de sua dívida de R$ 200 milhões era resultado da aquisição da mineira Montelac, em julho do ano passado. Naquele momento de euforia, a Nilza chegou a disputar na Justiça a compra da Montelac com a Parmalat, outra que também entrou em dificuldades em 2008 após várias aquisições e que teve de se desfazer de ativos como a Integralat, a fábrica de biscoitos e o centro de distribuição em Jundiaí (SP), para liquidar dívidas de R$ 180 milhões.

Esse quadro mostra que a euforia e a busca por aumento de capacidade pelas empresas no momento de consolidação em lácteos - em meados do ano passado - são as maiores razões para as dificuldades atuais. As empresas que cresceram desordenamente sofrem mais agora para driblar o crédito escasso. O fato de o segmento ter a maior parte de suas vendas no mercado doméstico, sem depender da exportação, também ameniza o quadro de crédito escasso, diz uma fonte da indústria.

"O setor não vai passar incólume", afirma o presidente da mineira Itambé, Jacques Gontijo. Mas ele afirma que há perspectiva de melhora de preços no mercado externo, onde já há sinais de recuperação. No mercado doméstico, os preços ao produtor de leite também começam a subir - reflexo da entressafra do produto e da demanda firme.

De acordo com Laércio Barbosa, diretor dos Laticínios Jussara e vice-presidente do Sindileite-SP, "os estoques [das empresas] caíram até pela falta de capital de giro por causa da crise". Segundo o último índice de captação de leite do Cepea-Esalq disponível, o volume de leite captado no país em janeiro foi 8% inferior de igual mês de 2008.

O mercado internacional - que em 2008 beneficiou empresas brasileiras - também dá sinais positivos. Levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre preços do leite em pó integral na Europa mostra que na semana 11, o preço ficou entre US$ 2.200 e US$ 2.375 por tonelada - na semana 9, estava entre US$ 2.100 e US$ 2.250.

"Os preços chegaram ao fundo do poço. Começa a estimular a compra e desestimular a produção", comenta Barbosa. Uma das razões para a queda vista anteriormente eram os estoques elevados nos exportadores.

Apesar de o Brasil ainda exportar volumes pequenos, o mercado externo ajuda as empresas a desovarem a sua produção. A Itambé, por exemplo, prepara-se para participar de concorrências para compras governamentais de Venezuela e Argélia.

As informações são do jornal Valor Econômico, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
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Ubiratan Tavares
UBIRATAN TAVARES

UNAÍ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/04/2009

Agora temos que diminuir os custos na produção, os maiores custos estão na cria e recria, uma forma de diminuir estes custos na cria é utilização de substitutos de leite, hoje no mercado encontramos bons sucedâneos. Assim podemos economizar ate 40% na cria.
Kézia Teixeira de Andrade
KÉZIA TEIXEIRA DE ANDRADE

MORRINHOS - GOIÁS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 01/04/2009

Um dos maiores problemas do nosso mercado está na cabeça dos investidores que apostam todas as suas fichas quando o sistema apresenta um certo nível de crescimento, investindo todo seu capital em aquisição de novos bens. Garanto que pra quem sempre teve os pés no chão a coisa não está tão feia assim como se pinta.
VINÍCIUS MIRANDA DORES
VINÍCIUS MIRANDA DORES

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/04/2009

Já deu para notar que a crise não é apenas uma "marolinha" e que a indústria láctea terá que fazer uso da inteligência e bom senso em atitudes futuras, deixando de lado a euforia e alguns possíveis modismos. Acredito que pequenos produtores poderão ganhar algum espaço com esta situação, dependendo sempre de competência e dedicação, para se produzir um leite de qualidade.
José Humberto Alves dos Santos
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/04/2009

Considero que a crise atual esta sendo o bode expiatório para empresas como a Nilza e a Parmalat.
Quem acompanha o mercado de lácteos sabe que não foi a atual crise que afetou as duas empresas. Com relação ao mercado externo, deve ficar claro que os mercados da A. Latina tem o CCR para as liquidações financeiras; agora, a Argélia, não sei, o risco é de dificil liquidez em mercado normal, imagine hoje...

O investimento no mercado externo é de longa maturação, e vive de altos e baixos; o que é necessário é uma presença contínua, independente dos preços, pois o oportunismo leva desnecessariamente a um esforço posterior para se recuperar o cliente que não compensa a ausencia durante as flutuações do mercado. Quanto ao mercado interno, atenção para as classes C e D, pois o consumo está aumentando.
renato calixto saliba
RENATO CALIXTO SALIBA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/04/2009

Agora é hora dos profissionais da área voltarem a ter lucro com a atividade; sairam os aventureiros, precisamos apenas que a fiscalização funcione, que é dificil, mas se ela vier com responsabilidade e combater a fraude, a sonegação e o leite clandestino, teremos ainda um ano bom para o setor de lácteos.
Qual a sua dúvida hoje?