O Sistema Faemg Senar e outras entidades representativas do setor queijeiro estão dialogando e trabalhando juntos para que o regulamento técnico do queijo de casca florida corresponda ao modo de produção e atenda às critérios sanitários.
A Minuta do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Queijo de Casca Florida foi apresentada aos integrantes da Comissão Técnica (CT) de Queijo Minas Artesanal do Sistema Faemg SENAR, produtores rurais e representantes do setor durante a 8ª reunião da CT de Queijo Minas Artesanal nesta terça-feira (17/10).
O médico veterinário André Duch, fiscal agropecuário do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), explicou como a minuta do regulamento ficou após consulta pública aberta pelo instituto junto a produtores rurais, cooperativas, sindicatos, entidades de classe, agroindústrias e à sociedade civil, que puderam opinar, criticar e dar sugestões sobre tecnologia, boas práticas agropecuárias, acondicionamento, condições de conservação, rotulagem e transporte dos queijos.
A publicação do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Queijo de Casca Florida permitirá a habilitação sanitária deste queijo, mas, na visão do setor, ainda são necessárias mais pesquisas para haver critérios mais claros para depois ser feita a regularização da norma técnica para a produção desse queijo.
“Neste momento de diálogo com o Governo de Minas, ficou decidido que o Sistema, o governo e outras entidades vão trabalhar unidos junto ao parlamento de modo a promover mais estudos e agilizar o processo de normatização do casca florida, que já é consumido pela população sem nenhum risco, mas queremos nos certificar disso cientificamente. Bom para o produtor e bom para o consumidor”, comentou o presidente da CT, Frank Mourão Barroso.
Reconhecimento - Queijo Minas Artesanal Casca Florida
Minas Gerais foi o primeiro estado brasileiro a formalizar o queijo artesanal com casca florida. Esta variedade do Queijo Minas Artesanal, produzido a partir do leite cru, foi reconhecida pela resolução nº 42, publicada pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA) em dezembro de 2022. É considerada “casca florida” a cobertura com presença de fungos (mofo).
De acordo com o secretário de Agricultura, Thales Fernandes, trata-se de uma vitória para as queijarias de Minas Gerais, relativa a uma demanda antiga da cadeia produtiva, pela regulamentação deste tipo de queijo artesanal, produzido a partir do leite cru, com utilização de soro-fermento (pingo), sem que seja realizada uma raspagem da casca. O produto final apresenta cor e sabor próprios, além de uma massa uniforme. Na prática, ganham o produtor, que ingressa no mercado formal, e a população, que passa a consumir produtos com a devida habilitação sanitária e o selo de inspeção estadual.
As informações são do Sistema Faemg, adaptadas pela equipe MilkPoint.