Sadia: boato sobre injeção de recursos valoriza ações

As ações da Sadia foram as que tiveram maior alta ontem na BM&FBovespa. Os papéis sem direito a voto da fabricante de alimentos subiram 5,84% e os com direito a voto valorizaram-se em 4,66%. No mesmo dia, o índice das ações mais negociadas na Bolsa caiu 2,27%.

Os analistas apontam boatos de negociações para venda da empresa como o motivo para a alta na cotação. No dia anterior, Luiz Fernando Furlan, presidente do Conselho de Administração da Sadia, disse que as negociações para a venda da empresa para a Perdigão continuavam em andamento. Segundo Furlan, apenas a relação de troca das ações entre as duas empresas impedia o fechamento do negócio.

Ontem, também começaram a surgir rumores de que a venda da Sadia estaria sendo negociada com a americana Tyson Foods. Maior produtora de proteína animal do mundo, a Tyson teve prejuízo de US$ 112 milhões no primeiro trimestre fiscal, encerrado em 31 de dezembro. A empresa americana tem três fábricas no Brasil, após a compra, em setembro, da Macedo Agroindustrial, da Avita e da Frangobras.

O Citigroup elevou a classificação da companhia brasileira de alimentos. A orientação foi elaborada tomando como base nas especulações, cada vez mais frequentes de que a empresa deverá receber uma nova injeção de recursos, o que poderá ocorrer por meio de um novo financiamento. Além da possível fusão com a concorrente Perdigão, o comunicado cita uma eventual recapitalização por meio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES), a participação de um fundo de "hedge" ou de "private equity" na composição acionária da empresa deverá contribuir para aumentar de forma significativa o valor das ações da empresa.

O principal executivo da Perdigão, José Antônio do Prado Fay, negou porém que a companhia esteja mantendo as negociações para uma associação com a Sadia.

As informações são da Folha de S. Paulo e da Gazeta Mercantil, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.