Rodrigo Alvim: produtor não tem motivo para comemorar

O produtor brasileiro não tem o que comemorar no Dia Mundial do Leite, em 1º de junho. A afirmação é do presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e vice-presidente da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Rodrigo Sant´Anna Alvim. Segundo ele, os preços ainda não fazem frente aos custos de produção, que estão em alta neste período de entressafra.

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O produtor brasileiro não tem o que comemorar no Dia Mundial do Leite, em 1º de junho. A afirmação é do presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e vice-presidente da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Rodrigo Sant'Anna Alvim. Segundo ele, os preços ainda não fazem frente aos custos de produção, que estão em alta neste período de entressafra.

O produtor mineiro está recebendo, em média, R$ 0,63 por litro de leite. De acordo com Rodrigo Alvim, o preço pago ao produtor sofreu desvalorização de 17% nos últimos 12 meses, enquanto os custos de produção subiram cerca de 9% no mesmo período. Com a queda na oferta e o início da entressafra, os preços ensaiam recuperação, mas Rodrigo Alvim observa que, neste período, aumentam os gastos do produtor com ração, devido à deterioração das pastagens durante o inverno.

Diante das incertezas do mercado, o vice-presidente da FAEMG prefere não fazer projeções sobre o comportamento dos preços do leite. Rodrigo Alvim lembra que há cerca de um ano os mais renomados especialistas do setor afirmavam que seria bastante improvável que os preços do leite caíssem abaixo de US$ 3,8 mil a tonelada. Estas estimativas, porém, acabaram se mostrando totalmente equivocadas, pois atualmente as cotações internacionais estão em torno de US$ 2,150 mil a tonelada.

Também preocupam a pecuária nacional as importações predatórias. Em 2 de junho, em São Paulo, lideranças do setor discutirão a entrada, no Brasil, de leite em pó do Uruguai a preços em torno de US$ 1,39 mil a tonelada. O mesmo problema estava ocorrendo com a Argentina, mas o governo brasileiro implantou um sistema de licenciamento não-automático para compras externas de leite e derivados argentinos. Um comitê formado pela iniciativa privada dos dois países monitora o comércio e avalia a aplicação do acordo estabelecido em reunião em Buenos Aires, que fixa valores mínimos e volumes máximos para importação de lácteos da Argentina.

A data - O Dia Mundial do Leite foi instituído pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) por se tratar de um alimento completo e por sua importância econômica e social, já que cerca de 10% da população mundial vivem da atividade leiteira. Minas lidera o ranking nacional, com 7,3 bilhões de litros produzidos em 2008, 28% do total nacional. Uma das áreas produtoras mais antigas do país, Minas tem disponibilidade de mão de obra capacitada e excelente genética animal.

As informações são da FAEMG, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Kleber de Faria
KLEBER DE FARIA

IPAMERI - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/05/2009

Bom dia!!!
Parabéns pela matéria e pela análise atual do setor, pois, o maior problema do setor é realmente o preço do produto em relação aos custos (custo/benefício) mesmos sem estar na entressafra.
Acredito que o produtor de leite que consegue fazer sua atividade sobreviver no atual cenário leiteiro brasileiro deve ser considerado um dos melhores empreendedores do Brasil e do mundo, pois, lutam contra todas adversidades e contra tudo, principalmente contra um setor governista que mais atrapalha do que ajuda a cadeia do agronegócio num todo.
antonio patrus de sousa filho
ANTONIO PATRUS DE SOUSA FILHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/05/2009

Enquanto o produtor de leite nao se organizar em uma central (sugiro a CNPP, Central Nacional dos Produtores de Leite) veremos o quadro acima descrito pelo companheiro Aliosmar de Goiana que nao so passou a ser fiscal do laticinio mas passou a ser tambem empregado do laticinio, entregando seu produto com preco abaixo do ICP (indice do custo de producao), estipulado de maneira espuria pelos mesmos que, junto com os varejistas, conseguem lucro na cadeia produtiva do leite, enquanto o produtor, explorado por ambos, vive chorando prejuizo! Deixemos de ser idiotas e chega de chorar! Quem nao se organiza, e os laticinios e varejistas estao organizados em sindicatos, nao tem forca para impor condicoes para o mercado!

E dizer que somos o elo mais fraco da cadeia e muito simplista e atende o pensamento dominante dos laticinios. O dia que tivermos uma entidade forte e representativa, que defenda o nao as importacoes no nascedouro e nao tardiamente como temos assitido, que crie grandes diretrizes para o setor, que estipule um preco igual ou acima do ICP, o que e obvio pois negocio nenhum sobrevive vendendo abaixo do custo como os laticinios vem impondo (basta ver a diferenca do preco longa vida vendido nos supermercados e o preco que recebemos, que se percebe claramente o tanto que somos enganados pelos laticinios) teremos condicoes de impor condicoes dignas para o produtor!

Ao presidente Rodrigo Alvim sugiro que divulgue nacionalmente ao produtor atraves de radios, telejornais e canais de tv do agronegocio e para isto basta convocar a imprensa para uma entrevista coletiva usando o cargo que ocupa, sites especializados, cooperativas, associacoes, etc,.. um preco minimo para o leite incitando o produtor a nao entregar por menos, que teremos uma reacao imediata no nosso preco. Chega de constatar e chorar! E hora de mudar o status quo atual que tanto interessa aos laticinios! Pela ousadia, ja! Pela central e por uma atividade empresarial digna!

Abracos, P A T R U S.
Vicencio Lomba Lima
VICENCIO LOMBA LIMA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO

EM 28/05/2009

Senhores,
Nós produtores continuamos sendo a principal fonte de fomento do fluxo de caixa da industria. Alguém tem dúvida disso? Pior do que o leite mal pago é o leite não pago. A empresa Ouro Verde Alimentos, que possuía plantas em Casemiro de Abreu e Resende no estado do RJ (marca Bonn Cheff), acabou de "sumir" do mapa e migrar para MG (sabe lá Deus para onde), sem pagar aos seus fornecedores todo o leite coletado em janeiro, fevereiro e março deste ano.

Cuidem-se produtores mineiros. Vocês podem ser as próximas vítimas. Entendam esta mensagem como uma informação de utilidade pública. Se nos mantivermos informados sobre este tipo de golpe estaremos menos sujeitos a ação destes estelionatários.

Cordialmente,
Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 28/05/2009

O produtor de leite, que dentro das adversidades enfrentadas pelo setor produtivo, nesta última década e, ainda está na atividade, tem muito a comemorar. E eu, particularmente, estou comemorando porque não sei se, mantidas as adversidades, amanhã ainda terei condições de dizer que sou produtor de leite. Esta situação está ficando insustentável e não se enxerga qualquer luz no fim do túnel. Veja bem, o vizinho manda me ofertar um pouco de milho, pelo preço x, faço as contas e, como também, produzi um pouco, nas mesmas condições dele, vejo que o mesmo não está ganhando nada, melhor dizendo, nem empatando. Vou até o mesmo e confirmo, de prórpia voz, que não está nem empatando, mais tem que vender para pagar um pouco das contas. Faço as minhas contas e acabo não comprando, porque vou alimentar meus animais e também não terei qualquer resultado, isto é, acho que não vou nem empatar.

E isto está acontecendo com quem planta, com quem transporta, com quem compra e assim vai até o final da cadeia produtiva. Conclusão, se cada elo não obter algum resultado e ficar só nesta da conta não fecha, o resultado não pode ser outro. Então quem é produtor de leite tem mais é que comemorar, enquanto é cedo, porque ai sim, amanhã, não terá mais o que comemorar, a não ser que criem o dia dos ex-produtores de leite.
Fabiano Rodrigues Justino
FABIANO RODRIGUES JUSTINO

FIRMINÓPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/05/2009

Em tempos de protecionismo, nossos governantes se esquecem dos nossos produtores e compram leite em pó em outros paises. Os profissionais que estão diretamente ligados a produção leiteira no Brasil precisam trabalhar contra as variações do clima, os "maus hábitos" do mercado e a falta de apoio do Planalto. Não queremos nada de graça, somos competentes o suficiente para competir nesse mundo globalizado, o que pedimos é igualdade nessa competição.
Aliosmar de Oliveira
ALIOSMAR DE OLIVEIRA

GOIÂNIA - GOIÁS

EM 28/05/2009

Prezados,
Gostaria de parabenizar o Rodrigo Alvim pelas informações. É conhecedor profundo do mercado lácteo e das fazendas produtoras. O grande problema que estamos enfrentando é o custo de produção. Não tem conta que fecha. Ano passado, 2008, recebi pelo litro de leite entregue em abril R$ 0,90; neste mesmo período em 2009 acabei de receber a R$ 0,74. O saco da ração concentrado 40kg, em abril 2008, ao preço de R$ 23,00; hoje, R$ 26,90.

Tem mais, o leite lonha vida, em abril 2008, nos supermercados ao preço R$ 1,69; hoje, R$ 1,89 a R$ 1,99 e os supermercados estão anunciando que é promoção. Para complementar, eu passei a ser fiscal do laticínio cobrando dos meus funcionários a melhor qualidade do leite produzido na fazenda e em contra-partida somente serei remunerado se fizer direitinho o dever de casa, se não, continuo trabalhando sem a remuneração na qual deveria ter direito.

Aliosmar de Oliveira
Produtor de Leite
Sítio dos Ypês - Itaberaí-Go
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