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Restaurantes demitem 30% e cortam marcas

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 09/06/2020

4 MIN DE LEITURA

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Com a crise gerada pela pandemia da covid-19, grandes restaurantes demitiram até um terço de seu quadro de pessoal, fecharam unidades de forma definitiva, saindo de Estados onde atuavam, e estudam a venda de marcas. Nas últimas semanas foram 5,4 mil demissões só nas redes Coco Bambu, Fogo de Chão, Madero, Parmê e IMC (dona de KFC, Pizza Hut e Frango Assado). Burger King e McDonald’s reduziram jornada e salário em 25%, no mínimo.

De acordo com empresas do setor e a associação de restaurantes, a Abrasel, as redes alcançam, entre maio e junho, faturamento de 30% a 45% do patamar previsto para o período, ou em comparação ao nível registrado antes do isolamento social. A taxa considera a venda em pontos reabertos, delivery e retirada do pedido em loja.

“Hoje, nós fazemos 46% do que eu projetava atingir em vendas agora. Ou seja, faço 46% dos 100% que deveria fazer, e esta é uma taxa que vem subindo. Era 4% em março, depois fomos para 10% em abril, até chegar nesse índice”, afirma Luiz Durski Junior, fundador do grupo Madero, com cerca de 200 unidades no país.

Segundo Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, só o delivery das redes cobria de 10% a 20% das vendas das companhias após o início do isolamento. Com a reabertura dos pontos nas últimas semanas em alguns Estados, essa taxa subiu para cerca de 30%, segundo dados informais dos associados. Ou seja, a taxa ainda está 70% abaixo da venda pré-covid. Houve corte de despesas, incluindo salários e aluguel, mas num ritmo inferior à queda na venda.

No momento, empresários do setor têm destacado as perdas das redes para ressaltar a necessidade de liberação de linhas de crédito pelo governo federal, o que têm sido negociado via BNDES. 

Além disso, as entidades negociam com prefeituras de capitais a colocação de mesas e cadeiras nas calçadas dos estabelecimentos, por seis meses, após a reabertura dos pontos. Também preparam redução no cardápio para cortar custos. No Estado de São Paulo, a data para essa reabertura não está definida.

Com a forte queda na demanda, a Coco Bambu, com quase 40 unidades, dispensou em junho 20% de seus funcionários, cerca de 1,5 mil de um total de 7 mil, após o fim do prazo de suspensão do contrato de trabalho. No começo do ano, dois meses antes do início do isolamento, a rede afirmou ter chegado a um “marco histórico” com R$ 1 bilhão de receita em 2019, alta de 28%. Procurada, a empresa não retornou os contatos.

Para especialistas, apesar da recente expansão de algumas cadeias, as redes são impactadas não só porque perderam capital de giro de forma imediata com o fechamento de pontos, mas também porque parte operava muito alavancada, com lucro operacional comprometido pelas dívidas.  Algumas estavam fragilizadas, se recuperando da última recessão.

“Segundo pesquisa que fizemos junto a mil empresas, todas já demitiram. Na média, reduziram na crise um terço da mão de obra. Se considerarmos que são 3 milhões de empregados no setor, estimamos que já seriam, então, 1 milhão de vagas a menos”, diz Solmucci.

Para Antônio Ângelo, presidente do sindicato dos garçons no Rio, empresas que têm contrato de trabalho suspenso com empregados podem começar a demitir em agosto. “Até lá, pela MP 936, que trata o tema, elas não podem cortar ou têm custos maiores de rescisão. Então, ainda podemos ter uma onda maior de demissões”.

Fundada há 47 anos, a rede de pizzarias Parmê, com 35 unidades e atuação no Rio, demitiu um terço do total de 1,4 mil empregados. Ainda no Rio, a empresa do chef Henrique Fogaça, a Sal Gastronomia, dispensou em maio 200 pessoas das 350, e deixou o mercado fluminense. “Há redes deixando o Rio porque já sentiram o baque da recessão de 2015 e da crise fiscal do Estado em 2018. Muitas não resistem mais”, diz Ângelo.

O Fogo de Chão, do fundo americano Rhône Capital, informa 436 demitidos na crise, mas o Ministério Público do Trabalho cita corte de 690 pessoas. A rede tem 3,1 mil empregados no mundo, diz a empresa de pesquisas Craft.

Após revisar planos de investimentos no ano, o Grupo Madero informou em abril a demissão de 600 funcionários (7,5% do quadro total), mas nos últimos dois meses recontratou 70 pessoas. “Abril começou fraco e foi melhorando. Fizemos as demissões e conseguimos ‘break even’ em maio. Nesse cenário, retomamos alguns projetos aos poucos”, diz Durski Junior.

A IMC analisa a venda de cadeias não estratégicas para simplificar a operação, diz o CEO Newton Maia. O Valor apurou que estão nesse grupo Batata Inglesa, Viena, Brunella e Olive Garden. Desde janeiro, a IMC fechou 30 pontos deficitários ou com baixa margem de contribuição. São 433 unidades no Brasil, sendo 259 já reabertas. 

“O ‘grosso’ dos encerramentos já foi, mas tem certa quantidade de pontos com aluguel sendo renegociado e, se não tiver acordo, pode ter mais fechamento”, disse Maia. Em março, o grupo demitiu 30% de seu quadro, equivalente a 2,1 mil pessoas. O grupo estuda a injeção de recursos no negócio, por meio de um investidor ou aumento de capital, diz fonte.

As informações são do jornal Valor Econômico. 

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