O produtor rural Marlon Henrique, 38, tem conseguido alcançar bons resultados com a atividade de bovinocultura de leite, principal fonte de renda da família na propriedade em Santana de Pirapama. Ele é ex-aluno dos cursos de Bovinocultura, Qualidade do Leite e Operação e Manutenção de Ordenhadeira do Sistema FAEMG/SENAR/INAES em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais do município.
Desde então, as ações aplicadas vêm contribuindo para o aumento na produção, maior rendimento financeiro e valor agregado. A conquista mais recente foi o certificado de excelência Fazenda Nota 10, da CCPR (Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais), resultado de muito foco e comprometimento com a excelência. Bem estar animal, gestão, infraestrutura e qualidade do leite foram os itens avaliados.
O produtor contou que aprendeu a tirar leite da forma mais tradicional possível, de pai para filho, e as primeiras mudanças começaram com o primeiro curso do Senar, quando conheceu o procedimento do pré-dipping para desinfecção dos tetos antes da ordenha, porém, nessa época, “as coisas na roça não deram certo” e acabou voltando pra cidade.
“Enquanto eu entregava ração nas fazendas, ficava observando as técnicas de quem entendia do assunto e a paixão falou mais alto. Há 4 anos resolvi voltar às raízes e investir no leite. De lá pra cá, sempre que tenho oportunidade de me inscrever em um curso eu não abro mão porque os estudos me fizeram chegar até aqui. Guardo todos os certificados”, disse o produtor, orgulhoso das qualificações.
No Recanto José e Maria, todo o trabalho em campo é compartilhado com a esposa, Irene Geralda da Silva Coutinho, 43, responsável pela limpeza da sala de espera dos animais, pós ordenha, área de descanso e administração financeira.
Os dois terrenos, de 16 hectares cada e o pastejo rotacionado dividem a cria das 10 novilhas e a estrutura de ordenha das 15 vacas em lactação. A estrutura, aparentemente pequena, rende 200 litros de leite por dia. Graças ao reconhecimento pela qualidade da produção, o valor repassado ao laticínio teve aumento de 8 centavos por litro, o equivalente a R$5.840,00 a mais, no ano.
Rigor na produção
O motorista do laticínio colhe uma amostra do leite todos os dias e os testes comparativos são realizados duas vezes ao mês. Os dados mostram o índice de gordura, proteína, contagem bacteriana e célula somática.
O rigor na produção tem sido o principal aliado. “Algumas mudanças foram simples, mas passaram a fazer parte da rotina como algo sagrado porque entendemos que pacote tem que ser completo: animais saudáveis, descansados, bem alimentados e em boas condições de higiene. Em um futuro próximo vamos investir em transferência de embrião. Não temos condições de crescer em quantidade, mas queremos que os poucos nos dêem o máximo de qualidade como retorno”.
“É muito gostoso poder cuidar de tudo e ter habilidade técnica para identificar algum problema e resolver ali mesmo, na hora. O simples funciona e nosso investimento maior não foi em estrutura, mas em conhecimento. Fico entusiasmada quando a gente é reconhecido porque fazemos tudo com carinho. O mesmo leite que vendemos, usamos em casa para as crianças. Trabalhamos duro, todos os dias, para melhorar nossa produção e poder ver nossa terra prosperar, inclusive além do curral”. - Irene Geralda da Silva Coutinho, produtora
As informações são da Assessoria de Comunicação.