Hoje (11/06), realizamos nosso sexto encontro do MilkPoint Experts: Feras da Gestão. Com um oferecimento da KWS Sementes, nossa manhã foi uma imersão nas variáveis do mercado lácteo, agregação de valor e estratégias de competitividade.
De início, Valter Galan, Engenheiro Agrônomo pela ESALQ/USP, Mestre em Administração pela FEA/USP, sócio da AgriPoint Consultoria e responsável pelo serviço MilkPoint Mercado, comentou sobre “Como o produtor pode acompanhar o mercado de leite de forma eficaz.”
Valter expôs as relações de causa e efeito do mercado lácteo brasileiro, sendo elas o preço pago ao produtor; RMCR, volumes produção de leite e da balança comercial; disponibilidade per capita de leite; demanda por lácteos; demanda e preço dos produtos lácteos no atacado e o leite spot. “As variáveis do mercado se influenciam e acabam com um círculo de influências, causas e efeitos ao longo da cadeia produtiva,” destacou.
Além da correlação entre as variáveis, Galan também pontuou que é importante os produtores de leite terem acesso a informações confiáveis e atualizadas.
Seguindo na temática produtor de leite e mercado lácteo, Marcelo Cassoli, Médico Veterinário e Vice-presidente da Aproleite Sudoeste de Minas, falou de como as associações podem ajudar os produtores de leite com questões referentes ao mercado e no desenvolvimento dentro e fora da porteira.
Cassoli destacou a importância dos contratos entre produto de leite e laticínios, das cotações de medicamentos, lonas para silagem e serviços de automotriz. Além disso, para o palestrante “a associação não tem que apenas proteger o produtor, ela deve fazer o produtor acompanhar o mercado.”
Barbara Sollero, Zootecnista e Gerente de Desenvolvimento Fornecedor e Qualidade da Nestlé, palestrou sobre de que a forma a empresa vem contribuindo com os seus produtores de leite por meio da utilização de ferramentas digitais para ajudá-los a acompanhar o mercado lácteo.
Ela enfatizou que os produtores precisam trabalhar cada vez mais em gestão, inovação e foco no cliente como forma de se tornarem mais competitivos. Para isso, de acordo com a Zootecnista as ferramentas digitais são importantes ao que passo que proporcionam aos produtores “informação, agilidade de transparência”.
Sollero abordou as iniciativas de inclusão digitais da Nestlé, entre elas a ferramenta Radar para compra de insumos: “Fazer a compra estratégica de insumos hoje pode ser o que vem determinando o sucesso ou não da atividade leiteira,” disse.
Como sabemos que ser competitivo envolve ações estratégicas dentro e fora da porteira, Roberto Jank, Engenheiro Agrônomo e Diretor presidente da Agrindus S/A, foi o nosso quinto palestrante do dia e apresentou sobre a gestão de custos na pecuária leiteira.
Ele ressaltou que é necessário ter um olhar cuidadoso com a eficiência alimentar. “O único custo variável de uma fazenda de leite é a alimentação das vacas." Jank complementou dizendo que, “toda vez que nós reduzimos a produtividade da vaca, automaticamente nós estamos aumentando o custo fixo da fazenda,” pontuou o palestrante. “Nós vamos ter menos litros de leite para diluir os custos fixos, que representam cerca de 50% do custo total," finalizou.
Seguindo na linha de alimentação das vacas leiteiras, contamos também com a palestra “Impactos da produtividade e da qualidade da silagem de milho sobre seu custo de produção,” ministrada pelo Professor e consultor João Ricardo Alves Pereira.
João Costa trouxe um comparativo importantíssimo sobre o preço por quantidade produzida, ressaltando a relevância de ter uma boa produtividade na colheita para diminuição de custos. “A redução dos componentes de custo de 60t para 30t é muito pequena, não se vê muita diferença. O produtor precisa de produtividade”, ressaltou.
Contudo, ser competitivo também pode ser relacionado com a agregação de valor. Neste sentido, Eudes Braga, da Granja Leiteira Eudes Braga, ministrou a palestra “Agregando valor ao leite: casos de sucesso: Verticalização - prós e contras.”
Eudes destacou que a verticalização na produção, com enfoque na fabricação de queijo, proporciona uma estabilidade do negócio. “Se o preço do leite cair, a margem do queijo aumenta.”
Ainda sobre agregação de valor, Maurício Silveira Coelho, Médico Veterinário e Gestor da Fazenda Santa Luzia, pertencente ao Grupo Cabo Verde, palestrou sobre a “genética como um negócio".
Maurício comentou que o crescimento da propriedade é possível graças ao uso de embrião em 100% do plantel. De acordo com ele “já faz oito anos que 100% da reprodução da fazenda é baseada em FIV.”
Nosso próximo encontro será sexta-feira (18/06), no qual será abordado “o futuro do trabalho no campo e o impacto disso no seu negócio”. Vale ressaltar que ainda dá tempo de se inscrever e, como todo o conteúdo fica gravado e disponível por até 30 dias após o evento, você não perde nada. Entre no site, confira a programação e inscreva-se. Vamos juntos mudar o perfil da produção de leite no Brasil?
*Fonte da foto: Freepik