Após as geadas registradas em grande parte do Brasil nas últimas semanas, pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, avaliam os possíveis impactos causados pelas baixas temperaturas. Confira:
Impactos da geada no milho
As preocupações com o clima nas regiões produtoras de milho no Brasil têm impulsionado as cotações do cereal, visto que as recentes geadas e as previsões de nova frente fria podem reduzir o potencial produtivo das lavouras.
Neste contexto, vendedores brasileiros estão reticentes em negociar a preços menores, reduzindo a liquidez interna. Além disso, no Brasil, produtores voltam as atenções à colheita da segunda safra 2020/21, que segue atrasada em relação à temporada anterior em todas as regiões produtoras. Assim, agricultores priorizam as entregas dos lotes negociados antecipadamente, aguardando o avanço da colheita para contabilizar as possíveis perdas de produtividade.
Impactos da geada no leite
De modo geral, as geadas afetam a alimentação do rebanho. O fenômeno causa o crestamento (queima da parte vegetativa) das pastagens, além de diminuir consideravelmente a qualidade da alimentação volumosa, que já vinha limitada devido ao tempo seco.
Vale mencionar que as geadas também provocam danos à aveia, forragem de inverno bastante utilizada no Sul do Brasil nesta época e muito importante para manter os níveis de produção do leite.
Com a alimentação volumosa prejudicada, a atividade fica mais dependente do concentrado, que também vem registrando custos altos – o milho vem se valorizando devido aos danos provocados pelo clima adverso. Esse cenário deve afetar o volume de produção do leite nos próximos períodos.
As informações são do Cepea, adaptadas pela equipe MilkPoint.