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Perspectivas para o mercado de lácteos da China em 2003

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 29/01/2003

6 MIN DE LEITURA

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O mercado de lácteos da China está recebendo a atenção de inúmeras multinacionais estrangeiras atualmente - Danone, Nestlé e Parmalat são alguns exemplos -, sendo que grande parte das maiores companhias mundiais de lácteos já construiu presença na China. Apesar do consumo ainda estar baixo, é certamente verdade que o setor de lácteos é um dos de emergência mais rápida no país atualmente, tanto no setor de alimentos como de bebidas. Os seguintes dados mostram isso:

* A produção de lácteos da China apresentou um crescimento anual de quase 12% nas últimas duas décadas;

* Todas as 20 maiores empresas de lácteos do mundo já têm empreendimentos no gigante asiático;

* 45% dos chineses consomem leite diariamente nas principais cidades do país atualmente;

* 27% consomem iogurte pelo menos três vezes por semana nas principais cidades da China.

Entretanto, 50% dos chineses continuam apresentando deficiência de cálcio, o consumo rural é quase inexistente em algumas províncias e regiões, o consumo per capita é de menos de 7 quilos por ano em média - bem abaixo dos níveis dos países ocidentais - e a produção da indústria doméstica é bastante ineficiente.

Maior aceitação

Durante o evento China Dairy Markets 2003, recentemente realizado em Xangai - a capital do consumo de lácteos da China e a cidade mais propensa a adotar novos produtos, uma sessão manteve seu foco no crescimento da aceitação dos produtos lácteos pelos consumidores da China e a emergência de novos produtos e setores. A sessão foi presidida pelo Chefe Representativo e Diretor de Publicação de Xangai do editor de pesquisas de mercado, Access Asia, Paul French.

Durante a sessão, French descreveu o crescente papel dos produtos lácteos na dieta média do cidadão chinês urbano - notando o aumento do consumo de leite e iogurte, especialmente. Entretanto, o mercado permanece frágil. O setor de sorvetes está declinando após anos de guerras de preços que transformou o antigo mercado liderado por marcas em um mercado genérico com poucos lucros a serem obtidos. Os cidadãos da classe média urbana, bem como os jovens profissionais, estão liderando o consumo à medida que variam suas dietas, fugindo da tradicional cozinha chinesa, e as crianças estão começando a aceitar os produtos lácteos como parte de sua dieta diária - graças, em parte, às campanhas do governo designadas a estimular o consumo e a um importante programa de leite escolar.

A China está agora vendo consumidores de baixa renda começando a experimentar produtos lácteos e uma vasta melhoria da qualidade, sabor, higiene, embalagem e marketing de marcas locais. De fato no setor de leite, as marcas dominantes tendem a ser de empresas regionais, como a Guangming (Bright) Dairy, de Xangai, e a San Yuan, de Beijing, enquanto no setor de iogurtes, os maiores participantes são também a Bright e a San Yuan, além de Hangzhou Wahaha Group, Wandashan, de Harbin e Inner Mongolia Yili.

Na maioria dos mercados da China, as principais empresas internacionais de lácteos - incluindo Parmalat, Kraft, Nestlé, Dutch Lady e Danone - têm um papel secundário com relação às locais. A exceção está no mercado de sorvetes, onde técnicas avançadas de produção, fortes marcas internacionais e massivos orçamentos de marketing têm levado empresas globais, como a Wall's e a Nestlé a se tornar líderes de mercado.

Consumo de iogurtes está crescendo, mas o de queijos não

O iogurte é um mercado particularmente interessante na China e a membro da divisão de iogurtes da Hangzhou Wahaha, Zhang Haiying, informou durante o China Dairy Market 2003 as tendências deste mercado. Ela classificou o consumo de iogurtes como um setor de muito rápido crescimento graças à ampla distribuição, ao aumento da renda dos consumidores e à aceitação das crianças a esta bebida. Enquanto há poucos anos os consumidores chineses que procuravam iogurtes somente encontravam possibilidades de escolha entre o iogurte natural e um ou dois sabores tradicionais (morango, por exemplo), a indústria está agora respondendo ao gosto local com novas variedades de iogurtes com "características chinesas", a maioria deles altamente açucarados e incluindo sabores como leite de côco, aloé e outros.

Entretanto, enquanto o leite e os iogurtes se tornam cada vez mais aceitos, o queijo é o menor segmento do mercado de lácteos da China. Na verdade, o queijo é um produto quase invisível no país, com uma pequena produção, consumo ou interesse local. O Gerente de Desenvolvimento de Mercados da New Zealand Milk Products (NZMP) China, Ray Han, disse durante a conferência, em sua apresentação sobre o mercado de queijos da China, que poucos assistentes de vendas dos supermercados chineses de fato sabem a diferença entre manteiga e queijo, sem falar na diferença entre as variedades de queijos. Han sugeriu que, talvez, os chineses precisem conhecer novamente os queijos - para eles, o queijo é uma invenção vinda da Mongólia, que entrou na China há 80 séculos com Genghis Khan (fundador do Império Mongol) - apesar de algumas fontes afirmarem que os queijos foram inventados no Platô Iraniano em cerca de 8000 a.C.

Vale notar que a resistência dos chineses ao queijo não é uma atitude tipicamente asiática - os japoneses vêm consumindo cada vez mais queijos nas últimas décadas. Mais provavelmente, o insignificante impacto que o queijo tem tido na China é devido ao pequeno conhecimento no mercado, à carência de disponibilidade e à incompatibilidade com as tradições da cozinha local. O queijo está começando a entrar de forma modesta no crescente mercado de pizzas da China - a Pizza Hut, por exemplo, abriu seu centésimo restaurante na China, na cidade de Tianjin. Entretanto, o país continuará apresentando um lento crescimento de mercado para queijos em médio prazo e continuará sendo difícil vender queijos aos chineses.

Grande potencial para alimentos lácteos funcionais

A parte final da sessão do evento deu lugar a uma discussão referente às possibilidades e oportunidades para os alimentos lácteos funcionais na China. De acordo com uma pesquisa feita pela Access Asia, em Xangai, a maioria dos consumidores chineses está comprando produtos lácteos baseados em uma combinação de decisões de compra que incluem preço, sabor e, de forma crescente, conteúdo nutricional. Em parte, isso reflete o fato das campanhas governamentais pró-lácteos estarem começando a aumentar a conscientização dos consumidores, bem como ao fato de os produtores lácteos estarem cada vez mais sendo comercializados por suas qualidades nutricionais na China. Por enquanto, os produtores especializados em alimentos funcionais estão tendo que entrar com cuidado no gigante asiático devido a algumas regulamentações inconsistentes, mas a expectativa é que os alimentos funcionais - particularmente aqueles que têm como objetivo atuar em processos mentais cognitivos e no cérebro, em geral - serão mais populares e estarão aptos a determinar preços especiais aos consumidores.

Atualmente, algumas marcas de alimentos e produtos chineses estão começando a divulgar suas qualidades funcionais. Entretanto, na maioria das vezes, esta maior divulgação é devida principalmente ao "afrouxamento" das regulamentações referentes à propaganda no país.

Intolerância à lactose

Finalmente, no final do evento, houve uma discussão sobre a relação entre a indústria de lácteos e os consumidores da China. Nenhuma conferência sobre lácteos no país pode fugir da questão da intolerância à lactose. Esta condição é comumente vista como predominante na China e um dos principais obstáculos no desenvolvimento da indústria de lácteos no país. É certamente verdade que a taxa de intolerância à lactose neste país é mais alta do que os níveis nos países ocidentais, e que os produtos livres de lactose são raros neste país, apesar de muitos consumidores chineses preferirem produtos derivados de leite de soja, aos de leite de vaca.

A maioria dos consumidores chineses interrompeu seu padrão de consumo de leite após o estágio da infância e aproximadamente 36% deles desenvolveram intolerância à lactose. Entretanto, estas taxas estão caindo. Em Xangai, o governo municipal está experimentando através de seu programa de leite escolar o uso de pequenas quantidades de leite aos alunos da escola primária para que a tolerância à lactose seja construída gradualmente. Os oficiais de Xangai disseram que reduziram a taxa média de intolerância à lactose para cerca de 20%, a qual está caindo conforme o aperfeiçoamento do programa - em outras palavras, adicionando potenciais 15%-16% ao número de consumidores de lácteos por ano. É possível que outras cidades e províncias chinesas adotem programas similares nas escolas de forma que a noção do país como uma nação intolerante à lactose irá gradualmente retroceder.

O China Dairy Markets 2003 foi realizado no Shanghai Hilton Hotel, em 15 e 16 de janeiro de 2003, e foi organizado pela IBC Asia.

Fonte: Just-Food.com, adaptado por Equipe MilkPoint

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