A produção de lácteos na Nova Zelândia pode ser reduzida em 5%, custando à economia do país NZ$ 650 milhões (US$ 392,66 milhões) anualmente e permitindo que outros países preencham a lacuna deixada na oferta global, arriscando mais crescimentos nas emissões globais, a menos que o Esquema de Comércio de Emissões do país seja alterado, de acordo com a cooperativa Fonterra.

O diretor executivo da Fonterra, Andrew Ferrier, apresentando a submissão da cooperativa ao Comitê de Revisão do Esquema de Comércio de Emissões, disse que as emissões globais aumentarão se uma maior proporção de produtos lácteos for produzida por países onde a produção é menos eficiente em carbono do que a Nova Zelândia.

"A Nova Zelândia é um dos produtores de lácteos mais eficientes na questão de emissão de gases de efeito estufa no mundo. Se o setor de lácteos neozelandês for exposto a um preço de emissões antes de nossos competidores e antes de uma tecnologia custo-efetiva ser desenvolvida para nos ajudar a reduzir as remissões da cadeia de fornecimento de lácteos, sua competitividade internacional será comprometida, permitindo que produtores menos eficientes em outros países ocupem a lacuna deixada na oferta global".

Um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas da Nova Zelândia (NZIER) calculou que, de acordo com o esquema atual, a produção de lácteos do país seria reduzida em 5% com relação ao nível atual quando as alocações de agricultura e energia de unidades de emissão forem totalmente distribuídos, o que equivale a NZ$ 650 milhões (US$ 392,66 milhões) a menos de produção por ano. Isso terá um efeito na economia da Nova Zelândia como um todo: do total de exportações do país de junho de 2007 a maio de 2008, de NZ$ 39,1 bilhões (US$ 23,62 bilhões), a Fonterra sozinha contribuiu com NZ$ 9,7 bilhões (US$ 5,85 bilhões), ou 25%.

"Apoiamos um Esquema de Comércio de Emissões, já que essa é a melhor abordagem política para apoiar a mudança de comportamento para reduzir emissões. No entanto, acreditamos que o esquema existente precisa de modificações para garantir que a Nova Zelândia faça a melhor contribuição possível para a estabilização climática global de longo prazo, sem comprometer o crescimento econômico".

"Os produtores neozelandeses já operam com as melhores práticas mundiais em termos de eficiência das emissões de gases de efeito estufa. Queremos aumentar mais o nível e continuar liderando o mundo, tornando a produção de lácteos na Nova Zelândia ainda mais eficiente na emissão de gases de efeito estufa".

Um Esquema de Comércio de Emissões que distribua unidades de emissões de acordo com a medida da eficiência de emissões por unidade de produção - ou "intensidade" - permitiria que a Fonterra cumprisse com a demanda crescente global de lácteos, embora ainda estimulando a Fonterra e os produtores a aumentar o nível de eficiência das emissões, contribuindo assim para uma redução global nos gases de efeito estufa para menos que os níveis atuais. A medida de intensidade seria baseada nas melhores práticas de emissões por quilo de sólidos do leite na fazenda e por quilo de produto por processadoras.

Em 11/05/09 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,60410
1,65536 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

A reportagem é do site da Fonterra (www.fonterra.com), adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.