O número de trabalhadores no setor de agronegócios alcançou 16,94 milhões no terceiro trimestre de 2020, 1,3% mais que entre abril e junho, de acordo com pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Na comparação, o número total de ocupados no Brasil registrou uma redução de 1,06%, equivalente a cerca de 883 mil pessoas.
Segundo pesquisadores do Cepea, o mercado de trabalho no agronegócio mostrou, de julho a setembro, que já estava se recuperando do período mais crítico da pandemia, e a participação do setor no mercado de trabalho total alcançou 20,55%.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2019, porém, houve queda de 7,58%, ou 1,39 milhão de pessoas, no número de ocupados no agro. Foi é a retração mais expressiva na comparação entre terceiros trimestres desde o início da série histórica do Cepea, em 2012. No caso da população ocupada total, a baixa foi de 12,09%, o equivalente a 11,34 milhões de pessoas.
Conforme o Cepea, as perdas mais acentuadas no número de ocupações ocorreram na agroindústria e nos agrosserviços. "Por serem comportamentos atípicos ou de magnitude mais elevada do que a usual, é provável que essas perdas estejam, em partes, relacionadas à crise da covid-19", diz o Cepea, em nota.
Em relação aos rendimentos efetivos mensais, entre os terceiros trimestres de 2019 e de 2020, houve aumento real na média para os empregados (4,8%) e para os empregadores (5,7%), mas queda para trabalhadores que atuam por conta própria (4,2%). Em parte, "as altas também podem ser explicadas pela saída do mercado de trabalho, diante da pandemia, de trabalhadores mais vulneráveis e que recebiam salários menores", conclui o Cepea.
As informações são do Valor Econômico.