A Federação Nacional dos Produtores de Leite dos EUA (NMPF) escreveu uma carta ao presidente do país, Donald Trump, elogiando e criticando aspectos de seus acordos comerciais e como eles afetam a indústria de laticínios. A NMPF destaca que muitos fabricantes de queijo europeus utilizam as regulamentações do governo da UE para proibir a concorrência em seus mercados e as exportações dos EUA. A UE envia US$ 1 bilhão em queijo para os EUA a cada ano, enquanto os EUA enviam apenas US$ 6 milhões.
Isso se deve em grande parte a várias barreiras tarifárias e não-tarifárias da UE, de acordo com o NMPF, dificultando o comércio de 'queijos rotulados como fabricados nos EUA' e a NMPF chama isso de 'tratamento injusto'.
Muitos produtores de leite dos EUA apoiaram Trump por incluir uma série de queijos europeus na lista de retaliação autorizada pela Organização Mundial do Comércio. A NMPF disse que isso foi preparado como parte do caso da OMC dos EUA contra os subsídios da Airbus da UE cobrados pela UE.
Entenda > a Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou os Estados Unidos no início do mês de outubro a impor tarifas sobre US$ 7,5 bilhões em bens europeus durante um ano, em represália pelos subsídios à fabricante de aviões Airbus. A sentença da OMC é uma decisão histórica nos 15 anos de conflito comercial entre a Boeing e sua concorrente europeia, a Airbus. A origem da controvérsia está nos subsídios concedidos pelos respectivos governos. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a decisão é "uma grande vitória" para seu país. A União Europeia (UE) ameaçou imediatamente com represálias, se Washington impuser essas tarifas, e pediu para continuarem negociando. "Se os Estados Unidos decidirem impor contra-medidas autorizadas pela OMC, estão levando a UE a uma situação, na qual não teremos outa opção que não fazer o mesmo", disse em um comunicado a comissária de Comércio, Cecilia Malmstrom. Trata-se da mais forte sanção já imposta pela OMC.
“Solicitamos que você coloque as necessidades dos produtores de leite dos EUA acima das dos italianos e europeus, mantendo a inclusão de vários queijos na lista de tarifas retaliativas da Airbus (incluindo os principais produtos prioritários da UE, como Parmigiano Reggiano, da Itália), como você propôs anteriormente”, disse a NMPF na carta.
Os produtores de leite estão tentando lembrar Trump de manter sua palavra e ser forte contra as políticas comerciais da UE. A NMPF reconhece na carta que quaisquer tarifas retaliatórias serão perturbadoras para a indústria de lácteos da UE, mas “a culpa não é dos EUA. Compete diretamente à UE por não cumprir com os compromissos da OMC em relação aos subsídios da Airbus".
“Se os países da UE não quiserem pagar essas tarifas de retaliação autorizadas pela OMC, eles devem gastar menos tempo reclamando em Washington e mais tempo em Bruxelas - pedindo mudanças para reformar as políticas de violação comercial da UE que penalizam injustamente as empresas americanas e, ao mesmo tempo, dão às empresas europeias uma vantagem injusta sobre os produtos fabricados nos Estados Unidos”, afirmou a NMPF.
Na linha de base, a NMPF quer que Trump mantenha toda a gama de linhas de lácteos incluídas na lista que seu governo publicou este mês, dizendo que é a decisão certa agora. Outras indústrias não têm sido tão favoráveis e argumentam que, embora as tarifas pareçam punir a UE, as importadores dos EUA é que pagarão a conta e isso chegará aos consumidores dos EUA.
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint.