Nilza pede recuperação judicial

A Indústria de Alimentos Nilza, que vinha atrasando pagamento a fornecedores de leite desde o fim de 2008, entrou com pedido de recuperação judicial na última sexta-feira (27), na 4ª Vara Cível da comarca de Ribeirão Preto-SP, onde está sua sede. Em comunicado, a empresa diz que "sofrendo os efeitos da grave crise financeira mundial, (...) a Nilza, após várias tentativas de renegociação com instituições financeiras credoras, teve como única saída impetrar o pedido de recuperação judicial, apoiada na Lei nº 11.101/2005".

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A Indústria de Alimentos Nilza, que vinha atrasando pagamento a fornecedores de leite desde o fim de 2008, entrou com pedido de recuperação judicial na última sexta-feira (27), na 4ª Vara Cível da comarca de Ribeirão Preto-SP, onde está sua sede.

Em comunicado, a empresa diz que "sofrendo os efeitos da grave crise financeira mundial, (...) a Nilza, após várias tentativas de renegociação com instituições financeiras credoras, teve como única saída impetrar o pedido de recuperação judicial, apoiada na Lei nº 11.101/2005". A medida, diz a empresa, é um "esforço para minimizar os impactos sociais que a crise financeira representa, uma vez que hoje dependem da Nilza mil empregados diretos".

No mercado, a informação era de que a Nilza demitiria 300 pessoas na unidade de Ribeirão. O sindicato dos trabalhadores da indústria de alimentos local, porém, não tinha confirmação do número até o fechamento desta edição. A planta tem 700 funcionários.

Segundo fontes do setor, a Nilza teria tentado obter, sem sucesso, recursos do BNDES, cujo braço de participações já tem 35% do capital da empresa. Também foi malsucedida em tentativas de renegociação de dívidas com outros bancos. No mercado, a informação é de que a empresa teria débitos de R$ 270 milhões. Procurada, a Nilza não se pronunciou.

Desde o agravamento da crise, no último trimestre, a Nilza vinha em dificuldades. Além das demissões em Ribeirão, onde tem capacidade de processamento de 850 mil litros de leite por dia, a empresa também teria encerrado as atividades em Itamonte (MG). No começo do ano, já havia fechado a fábrica de Campo Belo (MG) e demitido 140 pessoas.

Em entrevista em fevereiro passado ao Valor, o diretor de marketing da Nilza, José Maurício Furtado, disse que a situação de atraso no pagamento de fornecedores estava sendo normalizada e que a empresa esperava quitar todos os débitos na metade de março.

Apesar da Nilza atribuir as dificuldades à seca de crédito, fontes do setor de leite afirmam que a compra da Montelac (que era dona das unidades em Minas) por R$ 130 milhões, após uma disputa com a Parmalat no começo de 2008, precipitou os problemas, pois a empresa teve que se alavancar. Além disso, houve uma crise de preços no setor.

Não é a primeira vez que a Nilza quebra. Quando era cooperativa, até o fim de 2005, viveu uma grave crise financeira e passou por uma reestruturação, que culminou com a venda da fábrica de Ribeirão e da marca Nilza para o empresário Adhemar de Barros Neto, ex-acionista da Lacta. A Indústria de Alimentos Nilza foi criada por ele em 2006.

As informações são do jornal Valor Econômico, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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JOSÉ BARTOLOMEU DA COSTA CABRAL
JOSÉ BARTOLOMEU DA COSTA CABRAL

BUÍQUE - PERNAMBUCO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/03/2009

Desculpa, não sou fornecedor de leite, apenas técnico. Mas companheiros, acredito que a maioria dos fornecedores dessa "Empresa" devem ser sindicalizados ou participam de alguma associação. Então devem se juntar e entrar na justiça cobrando o que esses caloteiros devem. Se fosse ao contrario? O que aconteceria... todos já sabem.

É preciso que os produtores coloquem na cabeça que são um componente importantissimo na cadeia produtiva e acabar com esse negócio de chegar no final do mes ou da semana, seja lá como for o pagamento, não receber e entregar o produto normalmente.

Aqui na minha região, o queijo de coalho ainda é produzido em grande escala e os mesmoo que produzem queijo também fornecem para alguns laticínios; quando ocorre qualquer atraso ou queda no preço, eles aumentam a produção do queijo deixando os laticínios a ver navios.

Lamentavelmente, é revoltante uma situação dessa, pois sabemos o quanto custa produzir leite e vermos homens honestos trabalhadores serem enganados por alguem que não tem e talvez nunca viu uma vaca. Verdadeiro aventureiros. Acho que todos deveriam procurar a justiça para a mesma reter ou penhorar bens desses aventureiros mal intensionados.

José Bartolomeu da Costa Cabral
Med. Veterinario
Barcelo Antônio Maia
BARCELO ANTÔNIO MAIA

LUMINÁRIAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/03/2009

Gostaria que os Senhores apurassem melhor essa nova lei de recuperação judicial e acompanhassem de perto o caso Nilza para nós leigos, e de grande monta de pequenos fornecedores, para que pudessemos saber o que será de todos nós que estamos três meses sem receber e com todas as contas em desencaixe.

Barcelo Maia- Associação dos pequenos Produtores do Municípío de Luminárias-MG
Dagoberto Mariano Cesar
DAGOBERTO MARIANO CESAR

ITAPEVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/03/2009

E agora, como ficam aqueles pequenos produtores que confiaram na equipe da Nilza? Quando irão receber seus tres meses de entrega fiel a compradora? Quem paga o pato? O mais honesto, o mais humano, aquele que gosta de paz e não anarquia? Como ficamos? Que justiça sera feita?

Dagoberto
Edmundo Negrão
EDMUNDO NEGRÃO

AVARÉ - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 30/03/2009

O último trimestre foi um verdadeiro terror para quem comercializava leite com a Nilza, com pagamentos atrasados desde novembro, eles faziam um verdadeiro terrorismo com promessas de pagamento para datas que nunca se confirmaram. Muitos produtores foram prejudicados com isso aqui na Região de Avaré.

antonio carlos guimaraes costa pinto
ANTONIO CARLOS GUIMARAES COSTA PINTO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/03/2009

Tenho uma propriedade no municipio de Luz-MG e sou um dos inumeros produtores lesados por esta empresa, sem receber desde Janeiro. Eles agiram de má fé, pois não pararam de comprar o leite e sempre dando esta desculpa mentirosa que em março pagariam os atrasados. E agora, como que nós produtores ficamos? Como honraremos nossos compromissos? Essa "recuperação judicial" é apenas um modo pomposo de falar que vai dar o cano em todo mundo, com o aval da nossa "justiça". É uma vergonha o que está acontecendo e pior, onde está nossos representantes (Faemg, CNA) que não se manifestam?

Aposto como o Sr Adhemar de Barros não perdeu nenhum tostão, pelo contrário, deve ter "saqueado" a empresa e agora pula fora do barco. A alguns anos atras, o laticinio Leticia de Araxá deu o cano nos produtores da região e até hoje não receberam nada. Cada dia que passa e a cada noticia que se lê, tenho a convicção que as leis foram feitas para proteger os trambiqueiros, e não o cidadão.
Qual a sua dúvida hoje?