Nilza: aprovada recuperação judicial

O juiz Héber Mendes Batista da 4ª Vara Cível da comarca de Ribeirão Preto deferiu, na última quinta-feira (23), o pedido de recuperação judicial da Indústria de Alimentos Nilza. O pedido foi feito no fim de março, quando a empresa também anunciou a demissão de 550 pessoas em suas três unidades de processamento de leite. Agora, a Nilza tem 60 dias para apresentar aos seus credores um plano que permita pagar dívidas que somam R$ 200 milhões.

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O juiz Héber Mendes Batista da 4ª Vara Cível da comarca de Ribeirão Preto deferiu, na última quinta-feira (23), o pedido de recuperação judicial da Indústria de Alimentos Nilza. O pedido foi feito no fim de março, quando a empresa também anunciou a demissão de 550 pessoas em suas três unidades de processamento de leite.

Agora, a Nilza tem 60 dias para apresentar aos seus credores um plano que permita pagar dívidas que somam R$ 200 milhões. Desse valor, R$ 115 milhões se referem à aquisição da Montelac, feita no primeiro semestre de 2008.

Processando atualmente 500 mil litros por dia em suas unidades de Ribeirão e de Itamonte (MG), a Nilza negocia a possível terceirização de produção ou prestação de serviços para outras empresas de leite para ampliar sua receita. Com isso, espera elevar a captação do produto e recontratar parte dos funcionários demitidos. "O objetivo é voltar a contratar pessoas", disse o diretor de marketing da Nilza, José Maurício Furtado. Segundo ele, a tendência seria chamar antigos funcionários, que já estão treinados. Ele afirmou, porém, que não é possível definir um prazo para a ampliação da produção e das eventuais recontratações.

Hoje a Nilza tem 280 empregados em Ribeirão e 120 em Itamonte. A fábrica de Campo Belo (MG) está fechada desde o início do ano, mas ainda tinha 40 funcionários, que também foram demitidos no fim de março. Furtado informou que o Minas Leite, grupo que reúne 15 cooperativas de Minas Gerais, está fornecendo a maior parte do volume de leite para processamento na Nilza. O grupo já entregava leite para a empresa e continuou a fazê-lo apesar dos débitos pendentes. "O que temos recebido de volume [de leite] está sendo transformado em vendas", disse Furtado, para explicar como a empresa está pagando atualmente seus fornecedores.

Para o diretor da Nilza, a empresa tem condições de voltar a processar 1,2 milhão de litros de leite por dia - 800 mil em Ribeirão e 400 mil em Itamonte. "A Nilza é viável, tem mercado, tem demanda e preço", garantiu. A empresa atribui as dificuldades que a levaram à recuperação judicial à crise financeira internacional, pois os bancos restringiram o crédito. Além disso, a Nilza, que tem participação de 35% do BNDES em seu capital, se endividou com a compra da Montelac, após uma disputa com a Parmalat em 2008.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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OSWALDO GUIMARAES COSTA PINTO
OSWALDO GUIMARAES COSTA PINTO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/04/2009

A Nilza foi comprada por um grupo de especuladores. Este grupo, agressivamente comprou a Montelac sem dinheiro em caixa e sem perspectiva de te-lo. Aumentou sua captação absurdamente pagando muito acima do mercado. O objetivo era valorizar a empresa e por tras estava negociando sua venda ao grupo Sadia. Com a crise a Sadia levou uma enorme "pernada" com os "derivativos" (saiu na impressa). Neste momento os especuladores da Nilza perderam o cliente e ficaram com o abacaxi nas maos. Arrembetou nas costas do produtor de leite. Este golpe foi dado pelo grupo Elegê, e a venda foi para a Perdigão.

Infelizmente neste Pais a parte produtora é que fica com o onus. O pior é que nossas entidades de classe(CNA, FAEMG e sindicatos) não se manisfestaram e nem sabem (e nem querem sabe-lo) do que está ocorrendo. Estas entidades são otimas somente para politicagem e para arrecadação. Neste caso e no caso dos frigorificos, estas entidades deveriam tomar a frente e orientar judicialmente todos os associados e não deveriam deixa-los a "ver navios".
Vagner Sebastiao Pereira Dias
VAGNER SEBASTIAO PEREIRA DIAS

UCHOA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/04/2009

Como já disseram nossos amigos produtores de leite acima, principalmente o de Monte Azul, nós da Associaçao de produtores de Uchoa-SP, tambem acreditamos na Nilza ate o final, e alem das perdas momentaneas, espero, gostariamos que a Empresa tivesse nos dado um apoio, ja que nao financeiro, pelo menos de posicionamento da situaçao.

Tambem tivemos que pedir desculpas a alguns fornecedores, onde os mesmos nos entenderam, e esticaram nossos prazos, e desfazer de algumas matrizes. Espero que a Nilza venha se reestabelecer, e estar saldando suas dividas.
Ricardo Belchior Peixoto
RICARDO BELCHIOR PEIXOTO

AGUANIL - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2009

A Nilza não sofreu grandes perdas como os pequenos produtores de leite que forneciam seu produto para ela. Na regiao de Campo Belo, muitos produtores tiveram que vender parte do seu rebanho para quitar parte das suas dívidas e precisaram recorrer a bancos, emprestimos e renegociar parte das dividas com seus fornecedores de insumos.

Agora resta saber quem irá repor as nossas perdas.
Com a fase do leite em alta no segundo semestre do ano passado, muitos produtores investiram na aquisição de matrizes de alto valor comercial e precisaram vendê-las por menos da metade do preço por causa da crise da Nilza que coinciduiu na baixa do leite. Quem irá repor essa perda? Eu mesmo fui um dos prejudicados por causa da empresa NIlza.
Lucas Fioreze Costa
LUCAS FIOREZE COSTA

MONTE AZUL PAULISTA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2009

Sentimos muito que o laticinio Nilza esteja passando por essa situação. Talvez o passo que eles deram pra comprar a MonteLac tenha sido maior que as pernas deles, talvez seja por causa da crise ou por imncopetencia deles proprios. Mas os produtores não podem pagar pelos erros da empresa. A Associação de Produtores de Leite de Monte Azul Paulista - APROMAP, confiou até o ultimo instante que a Nilza iria honrar com seus compromissos, apesar de estarem em débito conosco desde de novembro.

E pela confiança que depositamos na empresa, na hora que o laticinio quebrou, o que esperavamos dela era um gesto que nos acalmasse em relação ao pagamento. Mas infelizsmente vieram com uma proposta que considero ela como "chantagem". Resumindo bem essa proposta pra não entrar em numeros. Foi algo assim, "Vocês voltam a nos fornecer leite e recebem, se não vão pro fim da fila do pagamento" Isso porque o representante da Nilza na negociação veio com palavras, que queria dar preferencia pra quem ficou até o final.
Só tenho uma frase pra NIlza "Obrigado pela preferencia"
Qual a sua dúvida hoje?