Nestle: vendas mundiais recuam no 1º trimestre

As vendas da Nestlé caíram pelo segundo trimestre consecutivo, contrariando as expectativas, pelo fato de os consumidores terem recorrido a alternativas mais baratas para produtos como as águas San Pellegrino e Perrier. A receita do primeiro trimestre caiu 2,1%, para 25,2 bilhões de francos suíços (US$ 21,6 bilhões), informou ontem a empresa, sediada em Vevey, na Suíça. Destoando dos resultados mundiais, a Nestlé Brasil não teve redução de vendas em nenhuma de suas linhas, segundo o presidente da multinacional suíça no país, Ivan Fábio Zurita.

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As vendas da Nestlé caíram pelo segundo trimestre consecutivo, contrariando as expectativas, pelo fato de os consumidores terem recorrido a alternativas mais baratas para produtos como as águas San Pellegrino e Perrier. A receita do primeiro trimestre caiu 2,1%, para 25,2 bilhões de francos suíços (US$ 21,6 bilhões), informou ontem a empresa, sediada em Vevey, na Suíça. O valor ficou aquém da mediana das estimativas dos analistas, que apontava para 26 bilhões de francos suíços. Esta é a primeira vez em quatro anos em que a Nestlé tem dois trimestre consecutivos de queda nas vendas.

A expansão das vendas desacelerou para 0,3% no primeiro trimestre, o correspondente a um décimo do ritmo observado em 2008, uma vez que os consumidores abandonaram as marcas da Nestlé em favor de alternativas mais baratas. Entre as melhores marcas da Nestlé está a Nespresso, vendida por preços até cinco vezes maiores que os do café moído na Suíça, e a água San Pellegrino, comercializada a um custo quatro vezes maior que suas alternativas genéricas.

"Os consumidores estão em estado de choque no que diz respeito à economia", disse James Amoroso, consultor da indústria alimentícia lotado em Walchwil, na Suíça. "O atual comportamento do consumidor se deve ao temor com relação ao futuro. A mídia está cheia, todos os dias, de reportagens sobre a recessão mundial e de uma avalanche de prognósticos apocalípticos."

A desvalorização de moedas como o euro, a libra esterlina e o real brasileiro em relação ao franco suíço reduziu a expansão da receita em 5,2%, informou ontem a Nestlé. Segundo dados captados pela pesquisa, os analistas previam uma queda de 3 pontos percentuais. As vendas orgânicas realizadas nas três Américas subiram 7,1%, comparativamente aos 10% de crescimento de 2008.

A Nestlé afirmou que seu alcance global e fortes marcas, junto a medidas para responder à crise econômica como a promoção de produtos mais baratos e o corte de despesas, indicam um crescimento das vendas orgânicas em 2009 de "quase 5%". O analista independente James Amoroso disse que o fraco crescimento dos volumes se deve em grande parte à difícil comparação com o ano passado e à Páscoa tardia que, segundo a companhia, atingiu as vendas de sorvete na Europa e de chocolate no Brasil.

Brasil

Destoando dos resultados mundiais, a Nestlé Brasil não teve redução de vendas em nenhuma de suas linhas, segundo o presidente da multinacional suíça no país, Ivan Fábio Zurita. "Não tivemos retração alguma. Houve, ao contrário, até crescimento", disse ele, sem revelar cifras.

"Não há como fazer projeções para os próximos meses ou sequer semanas. Cada semana é uma semana e cada dia é um dia. A crise nos coloca em xeque permanentemente", afirmou Zurita.

As turbulências econômicas, segundo ele, mudaram o perfil do consumidor, que agora vai às compras querendo economizar. "Há um trauma de consumo", disse o presidente. "É claro que as marcas de prestígio têm um bom diferencial competitivo nesse momento", disse ele em relação à maior procura por produtos mais baratos e de marcas próprias, em detrimento às marcas líderes. "Mas só isso não basta. Para vender, tem que ter preço", explicou.

Para este ano, ele espera que a empresa cresça 4% em faturamento. "Nossa meta é sempre crescer dois pontos percentuais acima do PIB do país. Estamos trabalhando com uma previsão de 2%", disse o executivo.

As informações são da Gazeta Mercantil e do jornal Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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