Nestlé entra no mercado de leite longa vida

Com um projeto de R$ 100 milhões, que pode ser ampliado futuramente, a multinacional Nestlé entra, a partir de abril, num novo mercado no país: o de leite longa vida premium. A nova linha terá marcas já tradicionais no portfólio da companhia, em embalagens Tetra Pack. Haverá o leite Ninho fortificado com ferro e vitamina A, C e D e três desnatados: Molico enriquecido com vitaminas A e D, Molico com Actifibras e Molico Cálcio Plus.

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Com um projeto de R$ 100 milhões, que pode ser ampliado futuramente, a multinacional Nestlé entra, a partir de abril, num novo mercado no país: o de leite longa vida premium. "Existe um espaço para ser ocupado nesse mercado [de leite longa vida] e o nosso plano é ter 5% dele no menor prazo possível", disse Ivan Zurita, presidente da Nestlé no Brasil, ao jornal Valor Econômico. O mercado de leite longa vida (UHT) gira cerca de 5 bilhões de litros por ano no Brasil e o de leites especiais, cerca de 100 milhões de litros, segundo Zurita. A Nestlé, com sua linha premium, quer abocanhar 250 milhões de litros do total de 5 bilhões de litros.

A nova linha terá marcas já tradicionais no portfólio da companhia, em embalagens Tetra Pack. Haverá o leite Ninho fortificado com ferro e vitamina A, C e D e três desnatados: Molico enriquecido com vitaminas A e D, Molico com Actifibras e Molico Cálcio Plus. Inicialmente, a Nestlé vai ofertar a nova linha de leites no Sudeste. O desempenho das vendas vai definir quando entrar na região Sul.

A empresa fez um acordo com a Shefa, de Amparo (SP), para produzir a sua linha de leite UHT. Uma área da planta será destinada à produção com a supervisão de pessoal da Nestlé. " Inicialmente, vamos produzir na Shefa, mas vamos avaliar o mercado e, eventualmente, partir para algo maior", afirmou Zurita. Para produzir a linha de leites UHT, a Nestlé terá de ampliar a sua captação de leite no país. O presidente da Nestlé não revela, porém, de quanto será esse aumento.

A Perdigão será uma das principais concorrentes da Nestlé nesse segmento que tem margens melhores do que as do segmento de longa vida comum. Elegê e Batavo, controladas pela Perdigão, têm linhas de leite especiais. Outra concorrente da Nestlé é a Parmalat, com quatro produtos na linha de especiais. A empresa, controlada pela Laep Investments, tem uma marca forte, mas com dificuldades financeiras e tem reduzido sobremaneira suas operações, inclusive com a venda de fábricas. Para fontes do setor de lácteos, a estratégia da Nestlé inclui ocupar espaços deixados pela Parmalat no mercado.

Na visão de Zurita, "há um mercado a ser ocupado", já que "a categoria sofreu muito" e "existem empresas debilitadas". Essa debilidade está relacionada à oferta elevada de elite no último ano e ao desaquecimento dos preços no mercado internacional de lácteos, que desestimulou as exportações. Ainda que as vendas externas - basicamente de leite em pó, condensado e creme de leite - respondam por apenas 8% dos volumes de lácteos produzidos pela Nestlé, Zurita defende que a única forma de reduzir as oscilações no segmento de leite no país é abrir novos mercados para o produto nacional e assim escoar os excedentes de produção.

Zurita acredita que a Europa não tem condições de manter os subsídios e avalia que o Brasil é o único país com capacidade de atender a demanda mundial, já que Nova Zelândia tem restrições climáticas para elevar a produção e a Argentina não tem escala.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Rogério dos Anjos Borges
ROGÉRIO DOS ANJOS BORGES

ITAMBACURI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/03/2009

Enquanto no Brasil nada for feito para garantir a produção no campo, teremos a todo instante a notícia de algum produtor fazendo leilão de liquidação de plantéis e sempre dormiremos assustados sem um norte para o que fazer dentro das porteiras.
JULLIANO EUSTÁQUIO RAPOSO
JULLIANO EUSTÁQUIO RAPOSO

IBIÁ - MINAS GERAIS

EM 17/03/2009

Só espero que com entrada da Nestlé neste mercado de longa vida não vá influenciar nos preços, pois sabemos que a sua marca vai ser de primeira qualidade e com certeza ela vai gerar novos campos de emprego, sem contar na concorrência do leite, pois ela vai querer leite de qualidade, alem de ter um grande espaço no mercado deixado pela Parmalat no setor de longa vida.

Ela deve vir a investir em propaganda, que hoje é muito dificil ver propaganda de leites longa vida. É lógico que ela deve ter ja um campo de atuação onde o consumo de longa vida é grande, mas mesmo assim vamos torcer para que este leite entre em todas as casas do brasil com preço bem baixo.
Amário Nuno Meireles Duarte
AMÁRIO NUNO MEIRELES DUARTE

ARAÇATUBA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/03/2009

Antes tarde do que nunca. A entrada da Nestlé ajudará o setor de UHT a se tornar uma coisa séria, pois poucas marcas são confiáveis. Qual marca de UHT você tem coragem de dar para o seu filho?

O leite UHT da Nestlé, com certeza, o meu filho de 2,5 anos beberá e não terá diarréia, acredito. Quanto ao comportamento da empresa na compra de leite, acredito que ela não vai mudar o seu jeito de ser, pois é um "player" muito forte no mercado.
Henrique Magno Ataide da Silva
HENRIQUE MAGNO ATAIDE DA SILVA

ARARUAMA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/03/2009

Fico feliz pelo anuncio da Nestlé, pois a concorrência vai aumentar e quem tem a ganhar e o Produtor, que não aguenta passar por momentos de dificuldades.
Bruno Soares
BRUNO SOARES

POMPÉU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/03/2009

Bom Alda, só em saber que a Nestlé está entrando no mercado do leite UHT já é um bom começo, pois abre portas para uma maior concorrência entre as empresas desse ramo. Mas na minha região (centro-oeste de Minas), a situação para os produtores de leite anda muito difícil e ainda não vemos um recurso a ser tomado a curto prazo.

A própria Nestlé compra leite de vários produtores em Pompéu, mas não vemos melhoras por parte dela ou de empresas concorrentes como a Itambé. Espero que o mercado lácteo possa reagir ainda nesse ano de 2009, para que nós produtores de leite não fechemos o ano atolados em dívidas.
Vicencio Lomba Lima
VICENCIO LOMBA LIMA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO

EM 09/03/2009

Oremos pois para que em futuro próximo a Nestle incorpore a fábrica da Parmalat em Itaperuna e dê alívio aos sofridos produtores da Região Litorânea do Rio de Janeiro, que fornecem seu leite para intermediários da Parmalat e estão sem ver a cor do dinheiro em 2009.
Dionisio Caproni
DIONISIO CAPRONI

MACHADO - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 09/03/2009

Acredito que com a entrada da Nestlé neste mercado alguma coisa vai mudar, pois esta vai investir em propagandas. O que falta para o setor! Pois nossas crianças não têm o habito de tomar leite, um alimento saudável e o nosso governo também não faz nada para mudar.

Se cada criança tomasse um copo de leite com café na escola não estávamos passando por esta crise no setor de leite e café. Dia 16, quarta-feira, vai acontecer em Varginha uma manifestação do setor cafeeiro, pois é a geração de empregos que está em jogo.

"Governo, vamos incentivar o Leite com café nas Escolas."

Grato,
Dionisio Caproni
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