Conhecidos como os maiores produtores de derivados lácteos do mundo, os neozelandeses estão de olho em novas oportunidades de negócios no Brasil.
“A gente tem percebido um incremento importante no volume de negócios das empresas neozelandesas no Brasil. Estamos bastante otimistas e acreditamos que a cadeia brasileira do leite tem a oportunidade de crescer”, afirma Nádia Alcântara, gerente da New Zealand Trade & Enterprise (NZTE), agência para o Desenvolvimento de Agronegócio do governo da Nova Zelândia no Brasil.
As perspectivas de novos negócios no país foram apresentadas durante a Agroleite 2019, o maior evento brasileiro da cadeia leiteira, que está sendo realizado no Paraná.
Os neozelandeses já mantêm na Bahia uma das fazendas de maior produtividade do Brasil, a Leitíssimo, que fica no município de Jaborandi, no oeste da Bahia. “Nós temos percebido que a região Nordeste é uma bacia leiteira que está se desenvolvendo. Recentemente houve uma parceria entre empresários de laticínios com empresas de Pernambuco. Existe um potencial grande a ser desenvolvido nesta região em matéria de produção de leite, e acreditamos que a nossa tecnologia e know-how podem contribuir muito”, acrescentou Nádia.
Atualmente, sete escritórios de empresas neozelandesas atuam no Brasil na área agropecuária. Eles oferecem desde serviços de manejo e genética animal, até oferta de produtos como sementes de pastagens.
Tecnologia
Os neozelandeses se consolidaram no podium da produção de derivados lácteos no mundo ao aliar um modo peculiar de manejar os animais ao uso da tecnologia. Energizadores inteligentes de cerca, sistemas especiais de nutrição de bezerros e identificação de futuros touros através do genoma. É interessante apontar que foram alguns dispositivos diferenciados como estes que permitiram ao país atingir uma produção média bem acima da mundial. As fazendas de lá conseguem produzir em média cerca de 22 litros de leite por vaca por dia, uma das maiores do planeta.
"A Nova Zelândia investe constantemente no desenvolvimento de soluções para a melhoria da eficiência no campo e, agora, pretende se consolidar como parceira dos produtores brasileiros, que podem contar com suporte e acompanhamento local das empresas. Os índices zootécnicos no Brasil estão muito longe de outros países como Estados Unidos e Canadá. Com certeza o ganho eficiente de produtividade se dará com tecnologia. Só com a tecnificação é possível aumentar a produção em áreas já existentes”, aponta Nádia.
Até o próximo domingo (17/08) durante a Agroleite, as empresas vão mostrar como estas tecnologias podem ser utilizadas pelos pecuaristas brasileiros para aumentar a rentabilidade nas fazendas.
O Brasil precisa aumentar muito a produção. O desempenho do país é bem menor do que a média mundial. O Brasil produz cerca de 1,6 mil litros de leite por vaca/ano, enquanto a média mundial chega a 3,5 mil litros por vaca/ano. Em alguns países esta média ultrapassa os 10 mil litros por vaca/ano.
Na Bahia, a média de produção é uma das mais baixas do país. Ano passado, a Federação de Agricultura e Pecuária da Bahia criou a Comissão da Cadeia Produtiva do Leite para fomentar o segmento no estado. Os produtores baianos não conseguem abastecer o mercado interno e a Bahia tem um déficit de 1,3 bilhão de litros de leite por ano.
Com o intuito de desbravar a produção leiteira na Região Nordeste, estamos realizando um especial superinteressante! Participe > Especial Nordeste: você conhece alguma propriedade leiteira de destaque na região?
As informações são do Correio24horas.com.br, resumidas pela Equipe MilkPoint.