Em protesto contra o baixo preço pago pelo leite, pecuaristas do oeste de Mato Grosso paralisaram o fornecimento do produto para pelo menos seis laticínios da região. O setor produtivo cobra um reajuste nos preço pago pelo litro, assim como um diálogo entre a indústria e o fornecedor.
Um dos pecuaristas que resolveram não entregar mais o leite aos laticínios afirma que vale mais a pena optar por por outras fontes de renda. “Já que a indústria hoje não está dando valor, está compensando mais tratar os suínos. Eu não queria fazer isso, queria levar o leite para cidade para doar, mas como moro a 100 quilômetros de lá, não consigo”, diz.
“A gente não consegue cobrir as despesas mais. O nosso produto não tem valor. Há quarenta anos nesta atividade do leite e sempre tentando sobreviver. Não tenho condições de tocar o negócio com esse valor do leite”, afirma outro produtor.
Em forma de protesto contra os preços pagos por seu leite, os produtores estão soltando as vacas no pasto, suspendendo a captação e a entrega para as indústrias da região por tempo indeterminado. “Não vamos tirar mais leite enquanto as coisas não tomarem um rumo melhor. Peço encarecidamente uma decisão o mais rápido possível, pois já estamos há quarenta anos sofrendo com essa defasagem do leite", dizem.
Segundo a Associação dos Produtores de Leite do Oeste de Mato Grosso, há muitos outros pecuaristas da região que estão tomando a mesma medida.
A estimativa da associação é que no oeste de Mato Grosso existam cerca de 7 mil produtores de leite. Juntos, são responsáveis por uma captação de 800 mil litros por dia.
Já o Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso (Sindilat-MT) afirma que os preços mais baixos agora são um reflexo da queda nas vendas de lácteos durante a quarentena. Para o presidente da entidade o cenário aos poucos está sendo retomado e reforça a importância da união da cadeia produtiva nesse momento de crise.
As informações são do Canal Rural, adaptadas pela Equipe MilkPoint.