MS: sindicato do leite quer alíquota zero

A proposta do governo do Estado de reduzir em 15% o valor dos impostos pagos ao leite resfriado, que é exportado para fora de Mato Grosso do Sul, não satisfez o setor lácteo, que enfrenta crise por conta da alta oferta do produto, com queda de preços e fechamento de laticínios no Estado.

De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Laticinistas de MS, Edgar Rodrigues Pereira, a proposta do governo foi apresentada na semana passada. "Depois de analisar, chegamos à conclusão de que a categoria realmente necessita urgente da isenção da alíquota", ressalta. Segundo ele, além de beneficiar uma minoria do setor lácteo - o exportador do leite cru - a proposta não é suficiente para aliviar a concorrência de Mato Grosso do Sul com os estados de São Paulo e Paraná, cuja alíquota já é zero, proporcionando preços melhores.

Enquanto isso, segundo o sindicalista, a redução não chega ao bolso do consumidor final. O sindicato vai apresentar nos próximos dias uma contraproposta que mantém a inicial de 0% nos impostos. "O setor enfrenta crise. Em três anos, 40 das 54 empresas de MS fecharam as portas e o preço do produto pago aos produtores continuam em declínio", diz Edgar Rodrigues.

Fator preocupante é que a safra do leite chega com poucas perspectivas. "Com o produto estocado no Estado e o baixo consumo, a produção em alta do leite não é bom negócio nem para as empresas quanto mais para os produtores", acrescenta.

Conforme Edgar, a expectativa é de que a partir de abril a situação melhore para empresários e produtores rurais. "Com a volta às aulas, diminuição das chuvas e com os animais em fase de desmame, a tendência é aliviar os estoques de leite e subir os valores, o que para o setor, amenizaria a crise", diz o presidente.

A matéria é de Valéria Araújo, publicada no portal Maracaju News, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.