MG: usina de leite da Coopagro poderá ser terceirizada

Com dívidas acumuladas de R$ 30 milhões, principalmente junto aos bancos do Nordeste e do Brasil, além do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), a Cooperativa Agropecuária de Montes Claros (Coopagro) deverá terceirizar a operação da Usina de Beneficiamento de Leite (UBL). A proposta dos atuais dirigentes é repassar a UBL para a Associação dos Produtores de Leite do Norte de Minas. Há também a possibilidade da direção da usina ser assumida por uma empresa privada. Outra opção a ser analisada é a criação de uma nova cooperativa.

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Com dívidas acumuladas de R$ 30 milhões, principalmente junto aos bancos do Nordeste e do Brasil, além do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), a Cooperativa Agropecuária de Montes Claros (Coopagro) deverá terceirizar a operação da Usina de Beneficiamento de Leite (UBL). A proposta foi apresentada, no final de semana, a 114 produtores rurais pelo presidente da Coopagro, Lúcio Tolentino Amaral. A decisão será tomada em assembleia programada para este mês, quando também será definida a data para a eleição de nova diretoria.

A proposta dos atuais dirigentes da cooperativa é repassar a UBL para a Associação dos Produtores de Leite do Norte de Minas, que conta com cerca de 300 associados. Há também a possibilidade de a direção da usina ser assumida por uma empresa privada. Outra opção a ser analisada é a criação de uma nova cooperativa, por meio da qual os produtores poderiam obter empréstimo para investir na modernização da usina, renovação da frota de veículos e profissionalização do departamento comercial.

Atualmente, a UBL beneficia, diariamente, 30 mil litros de leite e movimenta, por mês, de R$ 800 mil a R$ 1 milhão, com produtos comercializados em várias cidades do Norte de Minas. Além de leite tipo C, a Coopagro produz leite desnatado, três tipos de bebida láctea, doce, requeijão cremoso, manteiga e queijos tipo mussarela, prato e Minas padrão.

Lúcio Amaral afirma que a diretoria da cooperativa vem pagando, nos últimos quatro anos, "uma série de dívidas deixadas por outras administrações e, por isso, não tem dinheiro para investir na modernização da usina e adequá-la às normas ambientais exigidas pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam)". Segundo ele, na semana passada, a Coopagro foi multada pela Feam em R$ 23.600, por não ter cumprido prazo para adequação às novas normas da legislação ambiental. Amaral alega que, além disso, a cooperativa tem dívidas vencidas com bancos e o INSS que totalizam cerca de R$ 16 milhões. Já o total da dívida a ser paga até 2015 chega a R$ 30 milhões, de acordo com ele.

Amaral diz ainda que, além da adequação às normas ambientais, "o Ministério da Agricultura está exigindo da cooperativa a instalação de sistemas de refrigeração nos caminhões que distribuem os produtos. Mas, segundo ele, o investimento não compensa, pois a frota de veículos é antiga e tem uma despesa anual de R$ 120 mil somente em manutenção.

Apesar dos problemas a serem resolvidos, o presidente da cooperativa acredita que a continuidade das atividades da usina de leite "tem importância social relevante, já que envolve a geração de 120 empregos diretos e o escoamento da produção de aproximadamente 600 famílias de produtores rurais". Além disso, salienta Amaral, os produtos da Coopagro "são de boa qualidade e possuem uma marca já conhecida no mercado consumidor".

De acordo com o presidente da cooperativa, na próxima assembléia, os produtores rurais terão que tomar uma decisão sobre a usina. "Se isso não acontecer, não terei interesse em continuar ocupando o cargo de presidente", disse Lúcio Amaral. Segundo ele, caso os produtores aprovem a terceirização da unidade, a Coopagro continuará existindo, embora sem a possibilidade de prestar serviços aos seus associados, pois recentemente sua patrulha mecanizada foi desativada pelo fato de os tratores serem antigos e a maioria estar estragada.

Amaral alega que a cooperativa não pode ser extinta, porque tem dívidas a pagar e conta com vários imóveis alugados. A diretoria também está tentando receber na Justiça cerca de R$ 5 milhões de créditos. Nos últimos quatro anos, foram ajuizadas 85 ações de execução. Em primeira instância, a Justiça já deu ganho de causa à Coopagro em duas ações contra ex-diretores. Na semana passada, o Tribunal de Justiça confirmou a decisão tomada em um processo, cujo débito atualizado chega a R$ 3 milhões.

A matéria é de Pedro Ricardo, publicada no jornal Hoje em Dia/MG, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Benedito a B silva 038 91214743
BENEDITO A B SILVA 038 91214743

FRANCISCO SÁ - MINAS GERAIS

EM 26/02/2012

Fui funcionário da coopagro ( ubl )e estou muito triste com esta situação.quando sai já havia este problema, mas agora acho que se agravou. Dr: Lúcio, faça o que for necessário  para que não desative a ubl, conheço bem isso ai, muitos dependem desta empresa para sobreviver,ainda tenho muitos amigos ai, e ainda tenho vontade de voltar a trabalhar ai, a amizade os amigos , companherismo tudo de bom. Está empresa foi um aprendizado pra mim e uma visão de vida, hoje sou um micro empresário graças aos cursos de qualificação que recebi dai. tenha certeza que tudo séra resolvido em nome de Jesus, ok! Um forte abraço a todos. Benedito antonio barbosa.
Roberto Cunha Freire
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 08/02/2009

É isso aí. Essa é mais uma Cooperativa a beira do colapso. O que nós produtores rurais de leite no Brasil, juntamente com os Sindicatos dos produtores rurais de leite, Federações de agriculturas de todos os Estados e CNA Confederação Nacional da Agricultura, precisamos é lutar para mudar a lei do Cooperativísmo no Brasil. O que está ocorrendo é facilmente diagnosticado, é um problema que se chama continuísmo, não temos nda que impeça as re-eleições dessas diretorias, presidencias e dos membros dos conselhos das cooperativas de leite, e com isso as pessoas que estão nas suas direções e nos seus conselhos, ficam por lá por anos e anos e quando surge um problema como esse não são punidas e nem se quer responsabilizadas por má gestão, e quem acaba pagando por tudo isso somos nós produtores rurais de leite.

Temos que ir no cerne da questão, o problema na maioria das cooperativas de leite que existem no Brasil é má gestão, por pessoas que só olham o seu lado; precisamos de uma legislação mais rígida, afinal essa é uma atividade coletiva e como tal deve ser preservada, porém com normas rígidas de controle e proibição de re-eleições por mais de 2 (dois) mandatos consecutivos para Presidente, membros dos conselhos e de diretores, além de ser exigida auditorias de 6(seis) em 6 (seis) meses publicadas os seus achados nos diários oficiais de cada estado a qual a cooperativa está sediada. Esse sim é o começo para organizarmos o nosso setor. Chega de salários faraonicos para presidentes, diretores e de membros dos conselhos, temos que remunerar de acordo com o resultado que apresentarem; se derem prejuízo também não devem ser remunerados, afinal por que nós produtores rurais de leite temos que bancar a incopetência e mordomias de colegas que enquanto dirigem as nossas cooperativas de leite, isso não acontece no setor privado.

A crise nos EUA está sendo combatida com enxugamento, demissões, etc, as nossas cooperativas de leite apesar de estarmos em crise o que elas tem feito para o nosso setor a não ser para os seus funcionários e seus presidentes, diretores e membros dos seus conselhos. Quais os resultados que estão apresentando em termos de preços mais baratos em seus armazéns de venda de produtos, como remádios, ração, adubos etc nem isso são capazes de gerar ou seja não inovaram em nada, só apresentaram até hoje nepotísmo, empreguísmo, não distribuição de bonificações, o certo é que o produtor rural de leite está agonizando, precisamos mudar para melhorar, chega disso tudo, desse sistema viciado e incompetente.

Essa tarefa depende de nós produtores rurais de leite, temos que lutar e para isso só contamos com as nossas lideranças do setor.
Qual a sua dúvida hoje?