MG: atraso no pagamento preocupa os produtores

Dezenas de produtores de leite da região de Cordislândia, no sul de Minas Gerais, estão sem receber pelo alimento entregue a dois laticínios. No sítio de seu Sílvio e de dona Ludmeire, não falta leite, mas o difícil é manter a ordenha já que desde outubro do ano passado eles têm recebido o pagamento da entrega da produção com atrasos. Nesse período, apenas 25% do valor foi depositado.

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Dezenas de produtores de leite da região de Cordislândia, no sul de Minas Gerais, estão sem receber pelo alimento entregue a dois laticínios. No sítio de seu Sílvio e de dona Ludmeire, não falta leite, mas o difícil é manter a ordenha já que desde outubro do ano passado eles têm recebido o pagamento da entrega da produção com atrasos. Nesse período, apenas 25% do valor foi depositado.

Eles entregavam o leite para a indústria de laticínios Mineiro Novo, de Três Corações, que parou de funcionar em novembro. A saída foi buscar novos compradores. O pessoal passou a entregar o leite para a empresa Nilza, que tem sede em Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo, mas que também enfrenta dificuldades.

"No primeiro mês deu tudo certo. Infelizmente, já completaram cinco meses que nós produtores estamos mandando leite e só recebemos um mês. Fica difícil, muito difícil para o produtor", avaliou Paulino Barra, secretário da associação dos produtores.

Em Cordislândia, cerca de cem pequenos pecuaristas entregam o leite nos postos de captação da associação dos produtores. Nos últimos quatro meses eles deixaram de receber dos laticínios mais de R$ 500 mil. Por isso, muitos pararam de investir e diminuíram a produção.

Nos relatórios da associação estão os números da crise. "Foram 361.199 litros em outubro. Hoje, a produção é de 174 mil litros. "A diferença é muito grande", comparou Gilberto dos Reis Arantes, recebedor da associação dos produtores.

"A gente não sabe exatamente como estaria o gerenciamento dessas empresas, mas uma questão que pode tê-las afetados e que poderia ou poderá afetar o setor de laticínios é a questão de crédito em determinados momentos e às vezes até a lerdeza na liberação de financiamento, mas é absolutamente pontual. Não temos informação ou notícia de qualquer outra empresa que esteja tendo dificuldades de caixa ou de pagamento a seus fornecedores", disse Celso Costa Moreira, diretor do Sindicato das Indústrias de Laticínios de Minas Gerais.

Em nota, a Leites Nilza informou que perdeu capital de giro com a crise financeira e que ainda este mês deve reiniciar o pagamento dos pecuaristas em atraso. O Globo Rural procurou também os responsáveis pelo Laticínio Mineiro Novo, de Três Corações, mas ninguém foi encontrado para falar sobre os atrasos.

A reportagem é do Globo Rural, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Francisco José Lombardi
FRANCISCO JOSÉ LOMBARDI

ITAPETININGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/02/2009

Preço baixo o produtor, já acostumado, consegue administrar. Mas falta de pagamento... até quando?
Richard James Walter Robertson
RICHARD JAMES WALTER ROBERTSON

RIO VERDE DE MATO GROSSO - MATO GROSSO DO SUL

EM 19/02/2009

Espero mesmo que estas empresas e tantas outras não estejam forjando uma crise para nos prejudicar. Esta situação tem de ser apurada para que não existam falsos pretextos.
Antonio Carlos Almeida
ANTONIO CARLOS ALMEIDA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/02/2009

O presidente da associação diz que são só essas duas, mas o laticínio Bom Chef e Ivp que são dos mesmos donos, inclusive a filial de MG (Láctea) estão atrasando com os produtores. Alguns que sairam não receberam até hoje. Já tem gente com três meses de atraso.
Eu acho que a crise tem que ser igual para todo mundo, se o produtor que saiu não recebeu o que ficou não pode receber. Isso é má fé do comprador. Temos que tomar muito cuidado com os compradores de leite.

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