Menor produção alavanca UHT e preço ao produtor

Os preços do leite recebidos pelo produtor em maio (pelo leite entregue em abril) subiram com mais força que no mês anterior em todos os estados pesquisados pelo Cepea, da Esalq/USP. O valor médio bruto (sem desconto dos 2,3% da CESSR e do frete) ponderado dos sete estados considerados para a média nacional (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) foi de R$ 0,6625/litro em maio, aumento de 5,86%, ou de 3,7 centavos por litro, frente ao pagamento anterior.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 5
Ícone para curtir artigo 0

Os preços do leite recebidos pelo produtor em maio (pelo leite entregue em abril) subiram com mais força que no mês anterior em todos os estados pesquisados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. O valor médio bruto (sem desconto dos 2,3% da CESSR e do frete) ponderado dos sete estados considerados para a média nacional (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) foi de R$ 0,6625/litro em maio, aumento de 5,86%, ou de 3,7 centavos por litro, frente ao pagamento anterior.

O menor volume de leite captado pelas empresas nos últimos meses é o principal motivo para os atuais reajustes, sendo importante analisar o impacto específico que tal redução teve sobre o leite UHT (no atacado e no varejo) e que este teve sobre o leite ao produtor. Como se sabe, o leite UHT e o leite em pó são os derivados lácteos que têm maior correlação com o preço do leite pago ao produtor.

De acordo com o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea, o volume de abril foi 2,9% menor que o de março. Se comparado abril deste ano com o mesmo período do ano passado, a diminuição é de 6,2%. De janeiro a abril deste ano, o ICAP-L do Cepea mostra diminuição de 7% em relação ao mesmo período do ano passado.

O leite UHT no mercado atacadista do estado de São Paulo atingiu a média de R$ 1,72/litro em abril, valor 18% superior ao R$ 1,46/litro de março. A valorização significativa do leite UHT começa a incomodar os consumidores que, a partir de determinado nível de preço, podem buscar substitutos como o leite em pó, que está comparativamente mais competitivo.

Enquanto o UHT, no segmento atacadista, é o derivado da pesquisa do Cepea (entre seis) que mais tem se valorizado, o leite em pó registra leves quedas. Em valores nominais (sem contar a inflação), o preço médio do leite UHT está 14% maior que em abril do ano passado, quando era de R$ 1,51/litro. Já o leite em pó, na mesma comparação, recuou 23%.

Dentre os estados pesquisados, o maior aumento ocorreu em Goiás, com o litro ao produtor sendo reajustado em 7,58% ou em 4,7 centavos. Já o menor aumento, de 2,44% ou 1,27 centavo por litro, foi registrado para os baianos. Minas e São Paulo, em valores, tiveram aumentos iguais, de 3,3 centavos por litro. Com isso, os dois estados continuam a ter os maiores valores pagos aos produtores.

Para o próximo pagamento, 86% dos agentes - que captam 95% do volume de leite da amostra do Cepea - apostam na continuidade dos aumentos dos preços. A principal justificativa é que o ritmo de queda da produção tende a persistir em junho ou julho.

Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - ABRIL/09. (Base 100=Junho/2004)

Figura 1
Clique na imagem para ampliá-la.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em MAIO/09 referentes ao leite entregue em ABRIL/09.

Figura 2
Clique na imagem para ampliá-la.

Tabela 2. Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS

Figura 3
Clique na imagem para ampliá-la.

As informações são do Cepea-Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 5
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

adelino delcole
ADELINO DELCOLE

UMUARAMA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/10/2012

Caros amigos produtores, infelismemente não vejo luz no final do tunel. Não sei o que fazer depois de ter acretado no leite e investido em tenologia e alta genética necessárias para produção  do ouro branco tão importante e necessár io pro mundo na alimentação na alimentação de nossos filhos.


A remuneração que recebemos por esse ouro (leite) não cobre o custo para produzi-lo.


O que fazer ?  Parar ?  Vender as vacas pro açougue ?  Entregar nossas terras pro banco ?   E ir trabalhar de boia fria ?


Talvez digam que estou sendo dramático, Mas na verdade essa é a verdadeira realidade do produtor desse ouro (leite)    Socorro.
Marco Antonio Costa
MARCO ANTONIO COSTA

CAMPO BELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/06/2009

Caros amigos produtores,

Não adianta reclamar do preço do leite pago ao produtor. Somos uma infinidade de produtores-vendedores tentando fixar preço contra alguns poucos beneficiadores-comparadores, organizados e oligopolizados. A única saída seria abandonarmos a ideia de que o livre mercado seria capaz de determinar o preço de equilibrio entre a oferta e demanda. A verdade é que somos pequenos e pulverizados e não temos forças para impor preço a nossa produção.

Somente uma representação forte do setor produtor de leite e fixação de preços mínimos que remunerem o nosso negócio seria capaz de equilibrar esta briga injusta por melhores preços.
DANIEL EVANDRO ULLMANN
DANIEL EVANDRO ULLMANN

MARIPÁ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/06/2009

Vai ser um apagão do setor produtivo. Enquanto esses ladrões roubam o nosso leite e tem a audacia de reajustar mais de cem por cento do que é pago ao produtor para o pobre consumidor, nós recebemos o misero aumento de 3,5 centavos, mas o que se pode esperar em um pais triste como o nosso?

Em constante desgoverno, onde so se tem leis a cumprir e impostos a pagar. E perguntem a um consumidor de leite que esta por fora da realidade, quem ele acha que esta ganhando dinheiro com leite; tenho certeza que ele vai dizer que é o produtor que somos nos e ja nao sabemos mais que milagre vamos fazer para continuar na atividade.
adelino delcole
ADELINO DELCOLE

UMUARAMA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/06/2009

O leite parece trazer alguma esperança. O preço esta reagindo, trazendo ânimo aos produtores, que estavam em desespero sem saber o que fazer de sua profissão e com tudo que investiu no que tanto ama. Mas a esperança não morre. Mesmo dentro da crise acreditando em tempos melhores, continuamos investindo em animais de qualidade e em equipamentos mais avançados que pudesse ajudar na alimentação das vacas, pastagens irrigadas e conforto para os animais, conseguindo aumento de produção no inicio do inverno para 2.500 litros diários, podendo até o final do frio alcançar 3.500.

Driblamos a seca nos três ultimos anos dispensando a silagem de milho e sorgo pela cana hidrolizada com proteina corrigida durante o inverno, com aumento de produção em relação ao verão e com custo um pouco menor. Admiro a coragem dos produtores de leite. Deverioam ser mais valorizados e menos esquecidos. São eles que levam o alimento à mesa de nossos filhos e no entanto são abandonados à própria sorte. Se queremos um Brasil forte e um povo feliz, sem fome, temos que dar força a eles e não atrapalhar e persegui-los.
Esdrhas Sestak Rodrigues
ESDRHAS SESTAK RODRIGUES

SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/06/2009

É, mais uma vez o produtor vai ficar no prejuizo. O leite longa vida sobe R$ 0.70 no mercado e o leite pago ao produtor aumenta somente R$ 0,04 centavos. A morte de quem produz esta chegando, os custos de produção só sobem. Lucro não existe desde agosto de 2008. O que fazer para sbreviver?
Qual a sua dúvida hoje?