Após fortes altas nos últimos eventos, o leilão GDT da última terça-feira (20/02) fechou com queda de 0,5% no índice de preços médios, ficando praticamente estável em relação ao leilão anterior, com a média de preços em US$ 3.623/tonelada (como mostra o gráfico 01).
Gráfico 1. Preços médios e variação no índice de preços em relação ao leilão anterior. Fonte: Global Dairy Trade.
Conforme a Nova Zelândia vai se aproximando do final de sua safra, a quantidade negociada no leilão segue em queda. Nesse leilão, foram negociadas 20.256 toneladas de produtos lácteos, 8,7% a menos do que fora negociado no leilão anterior, conforme o gráfico 2.
Gráfico 2. Volume negociado nos leilões GDT. Fonte: Global Dairy Trade.
A estabilidade de preços como resultado deste leilão era, de certa forma, esperada. Primeiramente, as negociações tiveram influência da melhoria das condições climáticas na Nova Zelândia. Além disso, os fundamentos do mercado internacional não trazem justificativas sólidas e de longo prazo para as fortes valorizações que vinham ocorrendo nos últimos leilões, especialmente nas proteínas. Os principais produtores do mundo estão aumentando sua produção, e têm cada vez mais adentrado a mercados que antes eram mais “fiéis” à Nova Zelândia. Até por isso, os dados mais atuais disponíveis de exportação da Nova Zelândia mostram queda de 0,8% em equivalente leite no acumulado da safra atual (jun/17-dez/17) - com um amento de 0,9% na produção no mesmo período.
Após as fortes altas no leite em pó integral, este leilão foi de estabilidade. Com uma leve alta de 0,3%, a tonelada fechou a US$ 3.246/ton. Nota-se que o preço do produto neozelandês já é praticamente o mesmo em relação ao da União Europeia, onde o preço está em torno de US$3.275/tonelada (FOB), restringindo muito a sua competitividade internacional.
Já no leite em pó desnatado, nesse leilão a queda foi mais forte (3%), e trouxe o produto para US$ 1.832/tonelada. Os estoques governamentais da União Europeia permanecem altos e estáveis, e mesmo assim, a produção do derivado segue em crescimento, principalmente devido às altas nos preços das gorduras.
A gordura láctea permanece com um desequilíbrio entre a oferta e a demanda, com disponibilidade sendo insuficiente para suprir a procura. Assim, a manteiga, já historicamente valorizada, registrou nova alta (1,1%) e fechou em US$ 5.334/tonelada.
Para os próximos leilões, o mercado não espera que as fortes altas sejam retomadas, a não ser que algo surpreendente ocorra. O gráfico abaixo, que trata dos contratos futuros tanto do GDT quanto da NZX, mostra como há equilíbrio entre as plataformas.
Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó na Nova Zelândia (US$/tonelada). Fonte: GDT e NZX.