LEC: medida chega tarde para o setor leiteiro

Estão em vigor desde quarta-feira (11) as condições de contratação da Linha Especial de Crédito (LEC) para produtores de leite e derivados. A ferramenta de política agrícola do governo federal objetiva incentivar a estocagem de produtos, evitando a queda do preço pago aos produtores. Porém, de acordo com o presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite, Rodrigo Alvim, a medida chega em um momento no qual não há mais superoferta do produto.

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Estão em vigor desde quarta-feira (11) as condições de contratação da Linha Especial de Crédito (LEC) para produtores de leite e derivados. A ferramenta de política agrícola do governo federal objetiva incentivar a estocagem de produtos, evitando a queda do preço pago aos produtores. Porém, de acordo com o presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite, Rodrigo Alvim, a medida chega em um momento no qual não há mais superoferta do produto.

Segundo o dirigente, o setor havia solicitado a adoção de políticas para controle de preços, como Empréstimo do Governo Federal (EGF), em setembro do ano passado, quando havia um excedente de aproximadamente 1 bilhão de litros de leite no mercado. Desde aquela época, o desaquecimento econômico e a queda dos preços internacionais derrubaram a produção, que em janeiro ficou 8% abaixo da registrada no mesmo mês de 2008. "A medida é boa, só que em vez de sair em outubro saiu em março e agora não tem mais excedente", avalia Alvim.

Segundo o Ministério da Agricultura, com essa medida é atendida a solicitação do setor e financiado o carregamento da produção para comercialização em condições de preços mais favoráveis aos produtores rurais, a exemplo do EGF. "A medida permite que as agroindústrias e produtores rurais contem com um limite duas vezes maior de crédito para estocagem de leite no período de entressafra", diz o secretário de Política Agrícola, Edilson Guimarães.

A portaria publicada na quarta-feira (11) definiu os limites do financiamento, beneficiários e os prazos de contratação. Com a LEC, o governo paga aos produtores, cooperativas, beneficiadores e agroindústrias pela estocagem do leite ou seus derivados. Para isso, foi definida uma tabela com valores de acordo com cada tipo de produto e região do País. Ou seja, se uma indústria mantiver um quilo de leite em estoque no Rio Grande do Sul irá receber R$ 7,76 do governo, que poderão ser devolvidos em até 180 dias com possibilidade de amortizações intermediárias a critério do agente financeiro. A taxa de juros básica é de 6,75% ao ano.

Conforme a portaria, o limite para o financiamento deve ser calculado pelo resultado da quantidade adquirida do produto multiplicada pelo preço de referência estipulado na portaria, conforme o produto e a região. Para beneficiadores e agroindústrias o limite de contratação é de R$ 20 milhões. O prazo para adesão encerra-se em junho, o que também é criticado por Alvim, porque termina antes do período de entressafra. "Quando mais vamos precisar novamente de políticas de controle de estoques, teremos que recomeçar toda uma negociação com o governo", relata.

A matéria é de Leandro Brixius, publicada no Jornal do Comércio/RS, adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Túlio Sertã Junqueira
TÚLIO SERTÃ JUNQUEIRA

VOLTA GRANDE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/03/2009

É, esse nosso Governo é realmente muito bonzinho, não acham? Esta ajuda tão pedida veio de "marolinha" e infelizmente o "Tsuname" já tinha passado e, mais uma vez, nós produtores ficamos a ver o navio afundar. Se o Governo não fizer o papel dele de
fiscalizador, para investigar importações de leite, comércio de soro, uma coisa é difícil de aceitar: é a margem de lucro. Recebi R$ 0,48 o litro que é vendido nos mercados a R$ 2,00 o litro.
Bruno Soares
BRUNO SOARES

POMPÉU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/03/2009

Para variar um pouco, as iniciativas do governo só foram tomadas 5 meses depois. E nesses 5 meses de espera, minha fazenda contraiu uma dívida de 25 mil reais, com uma produção diária de 600 litros de leite.
Mas se eu demorar 5 meses para pagar meus impostos ao governo e aos meus credores, tenho certeza que eles não serão tão pacientes como eu fui e logo arrumarão um jeito de sujar o meu nome e me colocar na cadeia.
renato calixto saliba
RENATO CALIXTO SALIBA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/03/2009

Essa LEC deveria ser uma opção permanente, principalmente para as pequenas e médias cooperativas e laticinios, para tirar os mesmos do sufoco e deveria ter uma validade de pelo menos um ano, podendo ser renovado. Com isso, alem dos preços mais justos, as cooperativas e os laticinios podem pagar em dia seus produtores.
Qual a sua dúvida hoje?