Itambé: interesse no mercado paulista de longa vida

A Itambé, maior indústria de laticínios com capital nacional, quer dobrar a quantidade de leite longa vida e chegar ao final de 2009 com uma produção mensal de 10 milhões de litros. Para atingir essa meta, o presidente da empresa, Jacques Gontijo, não descarta a aquisição de uma unidade industrial no Estado de São Paulo.

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A Itambé, maior indústria de laticínios com capital nacional, quer dobrar a quantidade de leite longa vida e chegar ao final de 2009 com uma produção mensal de 10 milhões de litros. Para atingir essa meta, o presidente da empresa, Jacques Gontijo, não descarta a aquisição de uma unidade industrial no Estado de São Paulo. "Foi criada uma reserva de mercado pelo governo paulista ao taxar o ICMS em apenas 1%. Em Minas pagamos 18%", compara Gontijo justificando o interesse.

Até pouco tempo atrás, a Itambé embalava 20 milhões de litros da bebida, mas direcionou investimentos e capacidade de processamento para a produção de leite em pó. No ano passado produziu uma média mensal de apenas 3 milhões de litros de leite fluido. "Hoje já chegamos a 5 milhões de litros", informa Jacques Gontijo. Segundo ele, a empresa ainda tem a capacidade instalada para produzir 20 milhões de litros por mês. "Os equipamentos da planta desativada em Brasília serão transferidos para outra unidade", planeja. Atualmente apenas a fábrica de Pará de Minas (MG) produz a versão fluida.

O interesse despertado pelo mercado interno de leite fluido é diretamente proporcional à redução de preços e do fluxo do leite em pó no mercado internacional. Desde que a União Europeia lançou mão de subsídios à exportação de lácteos, no início deste ano, a Itambé deixou de exportar mil toneladas de leite em pó por mês. A derrocada das cotações internacionais levou a Nestlé a investir R$ 100 milhões no mercado de leite longa vida premium, no mercado a partir do próximo mês.

"A Nestlé entra no topo do mercado puxando esse segmento e isso é bom para todo o setor", avalia o consultor Marcelo Pereira de Carvalho, do MilkPoint. Segundo ele, essa "realocação de portfólio" foi determinada com base na movimentação desempenhada pelo mercado de lácteos. "A Itambé também está bem posicionada no segmento. São empresas que já possuem uma instalação de qualidade e que será reativada", argumenta Carvalho.

A importação brasileira de leite que já ultrapassa 22 mil toneladas só nos dois primeiros meses do ano motivou uma "investigação" por parte do Ministério da Agricultura (Mapa). A predominância de 82% das compras da Argentina só no mês de janeiro caracterizava, aparentemente, uma triangulação com o leite europeu subsidiado, "hipótese descartada após uma análise da quantidade e da origem da importação Argentina", afirma Eduardo Sampaio, diretor do Departamento de promoção Internacional do Agronegócio do Mapa.

Para o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, os números de fevereiro ficaram próximos à média de 2008. "A justificativa para janeiro apresentada por agentes do mercado é a formação de estoque argentino no final do ano passado e o baixo preço oferecido aos compradores do mercado interno".

A matéria é de Gilmara Botelho, publicada na Gazeta Mercantil, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Dilson Marcelo Ferreira
DILSON MARCELO FERREIRA

UBERABA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/03/2009

Acho curioso, como produtor de leite, um mercado de transformação se movimentando e se orientando ao crescimento apesar "da crise". Não é difícil entender face aos preços praticados no mercado varejista que vem se mantendo em alta desde quando se mantém em queda os preços pagos ao produtor a mais de seis meses. A explicação para os produtores sobre o baixo preço por eles recebido se dá a aumento da produção de leite no período "das águas", queda no consumo interno e diminuição nas exportações, entre outras.

Até quando as pontas do mercado lácteo, produtor e consumidor, terão fôlego pra pagar a conta investimentos da indústria de transformação só o tempo dirá, mas com certeza, por parte dos produtores de leite, cada vez mais se dá a indignação e a desmotivação com a atividade que à tempos trabalha no "vermelho".
Qual a sua dúvida hoje?