Indústria láctea cresce com novos projetos da Porto Alegre, Nestlé e Itambé

A indústria láctea dá o exemplo em Minas de um Brasil que é capaz de atrair investimentos e tem potencial para crescer, uma vez atacados o desemprego e a desigualdade de renda que restringem o poder de compra da população e o fortalecimento do mercado interno de consumo. São condições observadas em qualquer país desenvolvido. A Laticínios Porto Alegre pôs em marcha sua segunda fábrica - dedicada à produção de refrigerados - em Antônio Carlos, na Região Central do estado, onde desembolsou mais de R$ 100 milhões.

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A indústria láctea dá o exemplo em Minas de um Brasil que é capaz de atrair investimentos e tem potencial para crescer, uma vez atacados o desemprego e a desigualdade de renda que restringem o poder de compra da população e o fortalecimento do mercado interno de consumo. São condições observadas em qualquer país desenvolvido. A Laticínios Porto Alegre pôs em marcha sua segunda fábrica – dedicada à produção de refrigerados – em Antônio Carlos, na Região Central do estado, onde desembolsou mais de R$ 100 milhões.
 
A expansão da empresa, que processa 1 milhão de litros de leite por dia em quatro unidades industriais, não para por aí. A Porto Alegre fez ampliação recente em sua fábrica de Ponte Nova, orçada em outros R$ 100 milhões, e planeja mais uma unidade em Santana dos Patos, na região de Patos de Minas, que vai demandar mais R$ 60 milhões até 2023, com previsão de gerar uma centena de empregos.
 
A multinacional Nestlé, por sua vez, concluirá em dezembro um triênio de aportes de R$ 95 milhões em pesquisa e lançamentos de produtos, abarcando projetos na fábrica de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. Em julho, o grupo francês Lactalis já havia anunciado o seu programa de aquisição da Itambé, que inclui a ampliação da produção do tradicional laticínio. O novo dono mantém a marca e estabeleceu metas de expansão e diversificação nas fábricas, como informou à época, ao Estado de Minas, o presidente da Lactalis para a América Latina, Patrick Sauvageot.
 
Os investimentos das três companhias, bancados pelo ingresso de capital estrangeiro – a empresa suíça de lácteos Emmi se transformou em maior acionista da Porto Alegre –, têm muito gás ainda para expansão, como avalia o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios de Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira. “Há sondagens de investidores estrangeiros e um olhar voltado para a nossa indústria. Se o mercado de consumo responder, crescerá o número de investidores no setor”, afirma.
 
Embora sem o prestígio da sofisticada indústria exportadora do café, a indústria mineira do leite tem performance invejável para mostrar. A produção leiteira do estado voltou a crescer no ano passado, tendo alcançado 9 bilhões de litros e, a despeito do aumento modesto de 0,8% ante 2017, segundo o IBGE, se confirmou no topo do ranking nacional. Mais que isso, exibiu o décimo ano de avanço da produtividade nos currais, com a média de 2.840 litros por vaca ao ano. No Brasil, o indicador chegou a 2.069 litros por ano.
 
Diante de 2017, trata-se de eficiência 6,3% superior na produção por vaca, o que indica avanço na profissionalização das fazendas, a um ritmo melhor que a média nacional (evolução de 4,7%). Os ganhos da porteira para dentro, envolvendo melhoria genética e no trato dos animais, além de modernização tecnológica, têm o dedo da indústria, que não sobreviveria sem a matéria-prima abundante e de qualidade oferecida em Minas, segundo Celso Moreira, do Silemg. Cerca de 95% do leite mineiro passa pelas fábricas no próprio estado, permitindo o processamento de 17 milhões de litros de leite por dia.
 
A receita dessa cadeia, que engloba os derivados, atinge R$ 14 bilhões por ano. Ainda assim, os números parecem superlativos, mas estão, de fato, longe disso quando se observa a queda do consumo por habitante ao ano, que passou de 175 litros em 2015 para os atuais 165 litros. “Com certeza, o consumo voltará a crescer, com aumento do emprego e da renda. O brasileiro tem muita afinidade com o leite e os derivados”, afirma o diretor do Silemg.
 
Na dianteira
 
26,4% é a participação que Minas detém da produção brasileira de leite, segundo estudo do IBGE relativo ao ano passado.
 
Refrigerados
 
A fábrica inaugurada ontem pela Porto Alegre, em Antônio Carlos, ocupa 15 mil metros quadrados e tem capacidade para processar 250 mil litros de leite por dia. Boa parte dos investimentos feitos dotaram a unidade de equipamentos modernos e automatizados para a produção de iogurtes e creme de queijo, além dos queijos tipo cottage e minas frescal.
 
As informações são do Estado de Minas.
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