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Indústria encolhe produto para atender consumidor retraído

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 28/04/2015

5 MIN DE LEITURA

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A deterioração do cenário macroeconômico tornou o brasileiro mais seletivo na hora da compra. Atentas a essa mudança, fabricantes como Danone, Nestlé, Neugebauer, Bela Vista e Grupo Bimbo ampliam a oferta de produtos em doses individuais e versões mini.

"Os consumidores neste ano tentam equilibrar o orçamento, que está mais apertado. O que se vê é uma procura mais forte por promoções e por produtos cujo preço caiba no bolso. E as indústrias já adaptam suas linhas, com embalagens menores ou com versões tamanho família, dependendo da categoria de produto", diz Fabiana Furquim, analista de mercado da Nielsen. De acordo ela, os consumidores da classe C, que impulsionaram o crescimento de bens de consumo nos últimos três anos, sofrem mais o impacto da recessão econômica neste momento. "A classe C continua contribuindo para o consumo, mas o gasto maior neste ano tem sido das classes A e B", acrescenta.

A fabricante de chocolates Vonpar, dona da marca Neugebauer, está entre as empresas que apostam nas embalagens menores. Em março, a companhia colocou no mercado versões mini de seus chocolates. Os produtos são vendidos em embalagens de 20 unidades, com 8,5 gramas cada. "O formato de 8,5 gramas é praticamente uma mordida. A dose única, ou mono dose, é bem comum no mercado externo, mas no Brasil começa a crescer agora", afirma Ricardo Vontobel, presidente da Vonpar.

O executivo afirmou que a expectativa com as linhas mini é ajudar a acelerar o crescimento das vendas da Neugebauer, atingindo públicos das classes A e B. "O preço é mais alto, comparando o valor pago por peso, por conta dos custos com embalagem, por isso o produto é mais adequado para classes média e alta", diz. Vontobel estima para este ano vendas de R$ 130 milhões em chocolates, com crescimento de 40% ante 2014.

A Nestlé também ampliou recentemente suas linhas de produtos com embalagens menores em vários segmentos. Tatiana Lemos, gerente de marketing da Nestlé, cita como exemplos mais recentes o lançamento da água Perrier Slin Can de 250 ml e do Nestlé Grego líquido de 170 gramas. Em maio, a companhia também lança uma versão de 150 gramas de seu creme de leite (a lata tradicional tem o dobro e a caixinha, 200 gramas). "A procura por produtos menores tornou­se uma constante. Acreditamos que as embalagens para levar na bolsa estão em expansão e têm potencial para continuar avançando nos próximos anos", diz Tatiana. A executiva disse que as linhas com embalagens menores têm um custo de produção mais alto, mas oferecem alta rentabilidade para a companhia.

A Danone também reforçou a oferta de produtos em porções pequenas. Rafael Ribeiro, diretor de marcas da Danone Brasil, diz que essas linhas correspondem a 30% das unidades vendidas. Entre os produtos estão, por exemplo, o iogurte Activia (em versões de 100 gramas e 150 gramas) e o Danoninho duplinha (dois potinhos em vez dos tradicionais oito). "É um volume de vendas bastante representativo e esses formatos apresentam crescimento acima da média do mercado", afirma Ribeiro.

De acordo com o executivo da Danone, as linhas em formatos menores foram desenvolvidas para atender nichos de mercado e também para estimular novos consumidores a experimentar os produtos. Na visão dele, as vendas desses itens crescem devido ao aumento do consumo de alimentos fora de casa. "As embalagens individuais serão cada vez mais importantes não só por ter um nível de preço que as pessoas podem pagar, mas também porque seguem a tendência de especialização do mercado de iogurtes por públicos, momentos de consumo e demandas específicas", acrescenta.

Avaliação semelhante faz a fabricante de pães e bolos Bimbo. "Vemos um potencial de melhor desempenho de produtos para consumo individual, por conta da conveniência e do maior controle do valor gasto com a compra", afirma Alejandro Hernandez, diretor de marketing da Bimbo do Brasil. A companhia fabrica minibolos das marcas Ana Maria, Pullman, Plus Vita e Nutrella.

A Biscoitos Bela Vista, dona das marcas Tuc's, Fazendinha e Bela Vista, também vê um crescimento mais expressivo dos produtos em formatos menores. A companhia possui oito linhas com opção de gramatura menor. Jorge Conti, diretor­-executivo da Bela Vista, disse que essas linhas respondem por 5% a 7% das vendas da empresa e, neste ano, crescem acima da média. "A linha de cookies em embalagens individuais, por exemplo, cresce 38% ao ano", afirmou Conti.

A Biscoitos Bela Vista registrou aumento de 20% em receita em 2014, para R$ 135 milhões, com a venda de aproximadamente 30 mil toneladas de produtos. Para o 2015, projeta avanço de 9% em receita e volume, devido à piora no cenário macroeconômico. Já a previsão para as vendas das linhas de embalagens individuais é de expansão de 25% a 30% neste ano, segundo Conti. "É fundamental inovar nas embalagens e fazer um bom trabalho nos pontos de venda para atrair mais os consumidores neste ano", disse o executivo.

O aumento da demanda no Brasil por produtos em porções menores exigiu das indústrias de embalagens o desenvolvimento de inovações, diz Luciana Pellegrino, diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens (Abre).

Ela cita como exemplo o desenvolvimento, em anos recentes, de vidros de azeite com bico dosador e de embalagens com sistema de fechamento que permite consumir alimentos aos poucos, preservando suas características.

De acordo com Luciana, o crescimento econômico e social do país nos anos 1990 e 2000 trouxe mudanças na sociedade, como o aumento da população que mora sozinha ou se alimenta fora de casa. "Esse público alavancou a procura por refeições prontas ou alimentos porcionados para evitar o desperdício", disse.

Um exemplo de inovação é uma tecnologia usada pela marca Sadia, da BRF, na linha de cortes de frango congelado. A companhia desenvolveu uma embalagem que permite ao consumidor retirar apenas uma unidade do pacote, lacrá­lo e colocá­lo de volta no congelador. "O consumidor não quer apenas consumir produto em embalagem individual, ele também quer a possibilidade de fazer o consumo individual se comprar um pacote de um quilo", disse Pedro Fernandes, gerente executivo de marketing Sadia.

Andrea Salzano, diretora de marketing Sadia, disse que as vendas dessas linhas estão mais concentradas em São Paulo e Rio de Janeiro, mas neste ano a distribuição será ampliada em outras praças. No quarto trimestre de 2014, as vendas de frango congelado com esse tipo de embalagem cresceram 43% em comparação ao quarto trimestre de 2013.

Os dados mais recentes do comércio varejista indicam que o consumidor está mais retraído neste ano. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas de alimentos, bebidas e fumo em supermercados e hipermercados recuaram 0,8% em volume no primeiro bimestre do ano. Só em fevereiro, a queda foi de 1,8%.

As informações são do Jornal Valor Econômico.

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