Importação de soro preocupa o setor

Enquanto as importações brasileiras de lácteos da Argentina começaram a registrar queda em valores, da ordem de 49,25% em fevereiro ante o mês anterior, o segmento agora enfrenta problemas com a importação de soro que está aumentando a cada ano. Segundo o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Eduardo Dessimoni, em 2007 foram importadas 29,4 milhões de toneladas e no ano seguinte a alta foi superior a 9 milhões de toneladas de soro.

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Enquanto as importações brasileiras de lácteos da Argentina começaram a registrar queda em valores, da ordem de 49,25% em fevereiro ante o mês anterior, o segmento agora enfrenta problemas com a importação de soro que está aumentando a cada ano. Segundo o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Eduardo Dessimoni, em 2007 foram importadas 29,4 milhões de toneladas e no ano seguinte a alta foi superior a 9 milhões de toneladas de soro.

Segundo o dirigente, essa importação preocupa o segmento de lácteos uma vez que o soro é um excedente danoso ao mercado e, se continuar crescente, poderá trazer sérios problemas, alertou. "Estamos utilizando soro importado enquanto que as empresas têm que se desfazer deste produto. O questionamento se dá com relação à utilização deste excedente, uma vez que uma parte é utilizada apenas no mercado de sorvetes e confeitaria", questionou.

Para cada quilo de queijo que é produzido, gera um resíduo de 10 litros de soro, explicou Dessimoni. Segundo ele, para enfrentar essa situação são necessárias medidas emergenciais para inibir a utilização de soro, uma vez que no segmento de lácteos pode ser utilizado também para fraudar o leite. "Hoje, as indústrias não têm o que fazer com o produto e estão pagando, em muitos casos, a produtores para utilizar o produto na alimentação animal", afirmou.

"Até o momento não houve nenhuma ação por parte do segmento, uma vez que, qualquer solução depende de ações governamentais. Neste momento, o governo tem que estar preparado para tomar providências. Pois, quando existem importações danosas, o mercado interno paga o preço", alertou o dirigente.

Segundo Dessimoni, se não houver inibição deste tipo de comercialização, as importações continuarão crescendo e encontrando a porta aberta para encaminhar este produto para o Brasil. "É um cenário sério que demanda atenção das autoridades. Essas importações crescentes de soro poderão afetar muito o segmento de lácteos brasileiro", advertiu o dirigente.

A matéria é de Rodrigo Moinhos, publicada no Diário do Comércio/MG, adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Marcos Almeida Junqueira Reis
MARCOS ALMEIDA JUNQUEIRA REIS

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/03/2009

Podiamos lançar uma campanha para que todos os sindicatos patronais rurais do Brasil, mensalmente, coletassem amostras de todas as marcas comercializadas no comércio local e divulgassem em jornais locais os resultados das amostras, com imediato encaminhamento ao MP de amostrras fora das especificações. O que acham? Nas capitais a própria CNA faria tal trabalho. A CNA não poderia encampar a proposta?
Bruno Soares
BRUNO SOARES

POMPÉU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/03/2009

Realmente é muito complicado trabalharmos duro no meio de tanta gente imunda. Nossos laticínios ganham por dois lados: em cima de nós produtores, exigindo qualidades abismais do leite somente para pagar mais barato pelo produto, e também, como nós já sabemos, colocando o descarte do queijo no meio do leite que as crianças vão beber (é claro, crianças maiores de 12 meses. Não devemos nos esquecer que crianças com menos de 1 ano estão proibidas de beber leite UHT aqui no Brasil!).

Vão me desculpar os que negam isso, porque eu posso ter nome de bobo (produtor de leite), mas bobo eu não sou.
Paulo Horacio Cardoso
PAULO HORACIO CARDOSO

EUGENÓPOLIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/03/2009

Enquanto não houver um mínimo de organização e seriedade por parte da liderança da classe produtora, continuaremos sofrendo nas mãos daqueles que se interessam apenas por resultados financeiros, sem a mínima preocupacão com a saúde dos consumidores brasileiros.
Roberto Cunha Freire
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 13/03/2009

Realmente essa importação de soro é preocupante. Sugiro que os Sindicatos rurais de todos os estados produtores de leite se manifestem no sentido de solicitar do governo que baixe medidas restritivas como os países europeus fazem com os nossos produtos. Temos que preservar a nossa atividade e a saúde dos brasileiros, impedindo a possibilidade de obtermos produtos importados dessa natureza que possibilite a pessoas inescrupulosas fraudarem o leite. Por falar em fraude do leite, será que os fraudadores foram punidos?
Marcos Almeida Junqueira Reis
MARCOS ALMEIDA JUNQUEIRA REIS

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/03/2009

Todos nós sabemos o que a indústria faz com boa parte deste soro (vide soda cásutica ano passado).
Mas... a mídia já esqueceu da fraude do ano passado e a farra continua, enquanto baixos preços são praticados sob o pretexto de "alta produção e baixa demanda".
Qual a sua dúvida hoje?