GO: donas de casa protestam contra alta de preços

Os consumidores estão assustados com o preço do leite longa vida. Em menos de 20 dias, o aumento é de até 24%. A Associação das Donas de Casa (ADC) chegou a protestar ontem (01), no Dia Internacional do Leite, e ameaçou boicote. Baixo nível de estoque, por conta da seca no Sul do País, teria provocado um aumento na demanda pelo leite produzido em Goiás, ocasionando o reajuste.

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Os consumidores estão assustados com o preço do leite longa vida. Em menos de 20 dias, o aumento é de até 24%. A Associação das Donas de Casa (ADC) chegou a protestar ontem (01), no Dia Internacional do Leite, e ameaçou boicote. Baixo nível de estoque, por conta da seca no Sul do País, teria provocado um aumento na demanda pelo leite produzido em Goiás, ocasionando o reajuste.

A dona de casa Lucimeire Moreira Marcos de Souza se assustou com o preço do leite. Segundo ela, em menos de 15 dias, a marca de sua preferência, de R$ 1,50 subiu para R$ 1,80. Para tentar amenizar o impacto no orçamento mensal, recorreu às marcas mais baratas. Além disso, foi forçada a reduzir o consumo em casa, de quatro litros por semana. "É um absurdo", afirma a esteticista Divina Mendes dos Reis, que diz que, em uma semana, o leite longa vida saltou de R$ 2,09 para R$ 2,39. Antes, a consumidora comprava uma caixa com doze unidades, toda semana. Juntamente com sua filha Camila, levou apenas dois litros.

O produtor não tem responsabilidade na variação de preços, defende a Federação de Agricultura do Estado de Goiás (Faeg). "O litro do leite está a R$ 0,66. Historicamente abaixo da média, com exceção ao mesmo período do ano passado", disse o membro da Comissão da Pecuária de Leite da Faeg, Lauro Sampaio. "A diferença está dentro dos patamares", tentou justificar Sampaio. Há vinte dias o preço era R$ 0,61 e deve chegar a R$ 0,67. "A formação do preço não é de responsabilidade dos produtores. É preciso avaliar a cadeia produtiva."

Presidente da Associação Goiana de Supermercados (Agos), Henrique Xavier confirma a alta de preços de pelo menos R$ 0,30 o litro em menos de 20 dias. Os valores são os mesmos praticados pelas indústrias, que estão restringindo a venda do leite. Apesar disso, ele garante que não vai ter desabastecimento do produto nas gôndolas.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás (Sindileite), Alfredo Luiz Correia, pontua três fatores para a alta de preços. O principal motivo é a seca nos Estados do Sul do País. São Paulo, por exemplo, recorreu a Goiás para adquirir o produto. Como o ICMS do Estado paulista é mais baixo do que o goiano (7% contra 10%), é mais vantajoso vender para fora do Estado. "Não deixarão de vender por R$ 1,70 para vender por R$ 0,90. É a lei de mercado", justifica.

A disparada no preço do leite fez as donas de casa protestarem ontem (01) nas ruas de Goiânia, com faixas e distribuição de folhetos. Presidente da ADC-Goiás, Maria das Graças Santos questionou o aumento, argumentando que se o produtor recebe em média média R$ 0,61 pelo litro de leite, não justifica o consumidor pagar até R$ 2,40. A presidente espera um acordo na cadeia produtiva para que o produto final chegue ao consumidor com um preço justo. Se o preço não baixar, ela propõe boicote. A dona de casa recomenda a substituição do leite por chá, no café-da-manhã.

As informações são do Diário da Manhã/GO, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
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renato calixto saliba
RENATO CALIXTO SALIBA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/06/2009

É um momento dos produtores exigirem dos lacticinios um preço mais justo pelo seu produto, que tal eles pagarem R$ 0,90 por litro e ainda sobraria R$ 1,30 para dividir entre os lacticinios e os supermercados. Uma vez que os produtores compra a terra, aram, gradeiam, corrigem a terra, plantam, compram as vacas, cimentam e cobrem os currais, cercam as fazendas, plantam cana, fazem silagem, esperam 9 meses as vacas parirem, compram tanque de expansão, fazem a casa com ceramica para receber esse tanque, tiram o leite e ficam na expectativa se quando o caminhão vai buscar o seu leite - se o mesmo vai estar ou não apto a ser levado ao lacticino para ser pasteurizado; se estiver, vai, se não estiver, fica.

Portanto, só quem corre risco na cadeia é o produtor, o lacticino não e muito menos o supermercado. Então por que eles tem que ficar com todo o lucro? Não é justo o produtor ser muito melhor remunerado?Precisamos, nós produtores rurais, nos unir para melhor vender nosso produto, chega de colocarem preço no que produzimos, quem coloca preço é o dono e não o comprador.
Qual a sua dúvida hoje?