![]() | Geovane Teixeira XavierGeovane Teixeira Xavier é graduado em Letras, especialista em Gramática da Língua Portuguesa. Atualmente, é professor e faz parte dos quadros da Polícia Civil do Espírito Santo, onde ocupa a função de Investigador de Polícia. Possui uma loja de produtos agropecuários na cidade de Mutum-MG, onde também desenvolve a atividade leiteira. |
Geovane Teixeira Xavier, nasceu no dia 25 de dezembro de 1970 em Mutum - interior de Minas Gerais, no vale do Rio Doce. É casado com Hâmara e pai de um filho de 1 ano e 3 meses, Giovanni.
Aos 18 anos, foi estudar na capital do Espírito Santo, Vitória, onde graduou-se em Letras - Português e Espanhol. Fez Bacharelado em Teologia e Filosofia, sendo também pós-graduado (Especialista) em Gramática da Língua Portuguesa. Atualmente, é professor e faz parte dos quadros da Polícia Civil do Espírito Santo, onde ocupa a função de Investigador de Polícia. Possui uma loja de produtos agropecuários na cidade de Mutum-MG, onde também desenvolve a atividade leiteira.
MKP: Como é a sua propriedade leiteira?
Apesar de estar morando há quase 20 anos na Capital do Espírito Santo, nunca perdi o contato com a minha terra. Distante 250 Km de Vitória, vou a Mutum de 20 em 20 dias. Não consigo ficar mais do que isso longe de lá. Desde 2005 tenho uma propriedade de 20 alqueires (presente do meu pai) e trabalho com gado de leite - Girolando e Gir Leiteiro. Atualmente a produção está em torno de 380 litros/dia.
Trabalho com inseminação artificial e, ao invés de vender o gado de pouca aptidão leiteira que ganhei, optei por fazer o melhoramento genético no próprio gado; pois assim, poderia aprender e cometer erros, que não me trariam tanto prejuízo. A ordenha é manual e não possuo tanque de resfriamento.

MKP: Quais são as principais dificuldades que você tem na atividade?
Depois que fiz um curso de Gestão com Qualidade em Campo - GQC, via SENAR-MG, decidi liderar o grupo de 10 produtores que fez o curso e agregar outros tantos quantos se dispusessem, com vistas a aprimorar nossa atividade. Implantamos, sem o apoio de ninguém e custeado pelos próprios produtores, o Projeto Balde Cheio - EMBRAPA, no município. Reunimo-nos uma vez por mês desde setembro de 2008 e, nesses encontros, participam atualmente cerca de 40 produtores e, digno de nota, com suas esposas.
Nesses encontros, trocamos ideias e experiências, convidamos um palestrante para falar sobre assunto de nosso interesse que permeia a atividade leiteira. Formamos o que se chama de uma associação virtual, pois essas reuniões são na sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Mutum. Já começamos a fazer algumas compras em grupo como sal mineral e, agora, milho. As próximas compras serão ureia e caroço de algodão. Nosso principal objetivo é diminuir o nosso custo ao invés de ficar só reclamando do baixo preço pago pelo leite.
Mas, e os principais entraves?
Apesar de conseguir reunir esse grupo e realizar algumas atividades em conjunto, consigo perceber que o produtor rural, muitas vezes, demora a tomar decisões simples que são urgentes e determinantes para o seu sucesso na atividade (por exemplo, tirar um boi nelore do meio das vacas de leite, quando ele usa as bezerras para reposição; deixar de fazer uma compra com preços melhores em conjunto, para comprar como formiguinha, num preço mais alto, etc). O medo da mudança (quando falo em mudança, falo naquela que vem aos poucos, com os pés no chão) para melhor, parece que assusta. Talvez, porque tenham pouco ou nenhum acesso à informação, são propriedades passadas de pai para filho e, no interior, boa parte dos produtores têm pouco ou nenhum acesso a tecnologias. Não sabem nem que elas existem.
MKP: O que está melhorando no setor?
O próprio mercado tem se encarregado de mostrar ao produtor de leite que, se ele não evoluir (investimento em genética, manejo e informação), e não se adequar a esse mercado, estará fora dele. Na minha região, o investimento em seleção genética e, recentemente no manejo, com a implantação do pastejo rotacionado através dos piquetes; tecnologia trazida pelo Projeto Balde Cheio, tem mostrado resultados expressivos e tem incentivado os pequenos e médios produtores a investirem e aprimorarem sua atividade.
MKP: O que acha que falta no setor?
Políticas consistentes para o pequeno produtor. Não estou falando só de investimento com recursos financeiros; o simples fato de unir os produtores faz com que, eles próprios, façam as coisas acontecerem. Não faltam projetos, o que falta é disposição para implantar e dar suporte para que as coisas aconteçam. O produtor é um órfão. Não precisamos de subsídios; precisamos de incentivo à formação de associações, cooperativas... de políticas que unam os produtores, o resto a gente faz acontecer.
MKP: Qual personalidade admira no setor?
Existem inúmeras personalidades anônimas que fazem as coisas acontecerem na pecuária leiteira; porém, gostaria de destacar uma delas que representa todos aqueles lutadores anônimos incansáveis: Artur Chinelato, pesquisador da EMBRAPA, pelos relevantes serviços prestados aos produtores através do Projeto Balde Cheio.
MKP: Qual empresa admira no setor?
Gostaria de destacar o Laticínio Mutumilk, vi esta empresa nascer na varanda de uma casa; primeiro, com a fabricação de queijo minas, depois com mussarela. Hoje é uma empresa expressiva no município de Mutum.
MKP: Dica de sucesso ou frase preferida
O sucesso se baseia em três premissas:
- "As pessoas que vencem neste mundo são as pessoas que procuram as oportunidades de que precisam e; quando não as encontram, elas criam essas oportunidades". (George Bernard Shaw)
- "Não preste atenção no que uma pessoa diz, mas sim no que ela faz." Provérbio japonês
- "Melhor estar preparado para uma oportunidade e não ter nenhuma, do que ter uma e não estar preparado." Whitney Young Jr.
MKP: Quais os serviços do MilkPoint você utiliza mais?
O "radar técnico" traz informações valiosíssimas para o meu cotidiano na propriedade. As "cartas dos leitores", eu as encaro como uma troca de ideias; através delas fico sabendo os que os outros produtores também pensam, ajudando assim a formar opinião.
MKP: Como o MilkPoint lhe auxilia no dia-a-dia?
"A nova fonte de poder não é o dinheiro nas mãos de poucos, mas a INFORMAÇÃO nas mãos de muitos". Esse pensamento eu o encontrei no MilkPoint e, a meu ver, ele resume muito bem em que o portal MilkPoint me auxilia: informação. Ela é a base de tudo.
Informação para mudar, informação para aprimorar, informação para evoluir e informação para transformar.
