Fraudes ampliam o foco da fiscalização a laticínios

Combatidas pelo governo com mais vigor desde uma operação da Polícia Federal, deflagrada no fim de 2007, as fraudes no processamento de leite fluido ampliaram o foco da fiscalização federal sobre as indústrias do setor. Desde a descoberta de um esquema montado para adulterar leite em Minas Gerais, as suspeitas de fraude mantiveram 40 empresas sob regime especial de fiscalização do Ministério da Agricultura.

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Combatidas pelo governo com mais vigor desde uma operação da Polícia Federal, deflagrada no fim de 2007, as fraudes no processamento de leite fluido ampliaram o foco da fiscalização federal sobre as indústrias do setor. Desde a descoberta de um esquema montado para adulterar leite em Minas Gerais, as suspeitas de fraude mantiveram 40 empresas sob regime especial de fiscalização do Ministério da Agricultura.

A fiscalização federal, que apreendeu 105 mil litros de leite fluido na última semana, reforçou a atuação no setor industrial. "A empresa tem que controlar para filtrar. Se entrou na embalagem, é problema da empresa. Cabe a ela descobrir onde houve a fraude", diz o diretor de Inspeção de Produtos de Origem Animal do ministério, Nelmon Oliveira. "Outros elos da cadeia são mais frágeis, como as fazendas, ou mais difíceis de fiscalizar, como as transportadoras, que carregam leite de vários produtores".

No regime especial de fiscalização, as empresas são obrigadas a submeter seus produtos à auditoria do ministério antes de colocá-los no mercado. "Para tudo e fazemos uma análise prévia dos estoques, na plataforma de entrega, nos aditivos usados, na embalagem", diz Oliveira. A avaliação, feita com auditores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), inclui a revisão de todo o programa de qualidade da empresa. "O regime é duro, mas para quem tem bom histórico, vamos menos vezes".

A última ofensiva do ministério resultou no cancelamento do registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) de uma indústria de Minas Gerais e no fechamento de outros dois laticínios. "Eles não conseguiram sair do regime especial", diz Oliveira. Mesmo com as recentes apreensões do produto em Presidente Prudente (SP), Lobato (PR) e São Gabriel D'Oeste (MS), o volume é considerado baixo. "Foi o equivalente a cinco carretas". Segundo ele, todos os anos são "condenados" entre 10 milhões e 15 milhões de litros de leite fluido no país. Em 2007, quando a PF prendeu dirigentes de empresas e um funcionário do próprio ministério, foram "condenados" 26 milhões de litros.

O arrocho na fiscalização, iniciado em 2007, resultou na análise de mil amostras nos laboratórios oficiais. Na próxima semana, o governo deve divulgar o resultado das amostras de 105 mil litros de leite apreendidos recentemente. Há indícios de fraude econômica, com a adição de água no leite cru e produto final.

Durante este período, foram abertos 500 processos administrativos para apurar eventuais irregularidades em empresas autuadas. O ministério mantém um programa de monitoramento da produção de leite. Todo mês são analisadas 1 milhão de amostras recolhidas de produtores rurais.

A matéria é de Mauro Zanatta, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada pela Equipe MilkPoint.
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paulo sergio ruffato pereira
PAULO SERGIO RUFFATO PEREIRA

RIO BONITO - RIO DE JANEIRO

EM 20/05/2009

Gostariamos de comentar, que não só o monitoramento dos produtores rurais, via análises na RBQL (EMBRAPA), são realizadas análises diárias dentro das industrias (durante a recepção/beneficiamento e expedição), com o acompanhamento ou não do SIF local, como forma de controle de qualidade, bem como o SIF/DIPOA tem um programa mensal à nivel nacional (Programa de Combate à Fraude), em que são coletadas amostras de Leite (dentro das industriais), por Fiscais Federais Agropecuários, e enviadas para Laboratórios Oficiais do MAPA, para verificações de possíveis fraudes(econômica ou não), e verificação do atendimento aos padrões de indentidade e qualidade (RTIQ), estabelecidos na legislação em vigor, como forma de proteção aos consumidores.

Grande parte deste programa conta com a ajuda e parceria, de técnicos da Anvisa e Ministério da Justiça, integrando o CQUALI Leite, que informa e dá transparência as ações, informando aos consumidores, em página própia na internet.
Rosana Crisitna Kothe
ROSANA CRISITNA KOTHE

NOVA CANAÃ DO NORTE - MATO GROSSO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 20/05/2009

Esta opção do senhor Jorge Luiz de Andrade e do senhor Jander C. M. da Costa é muito interessante, porém esas análises são feitas com muita regularidade pelos alunos do curso de Tecnologia em laticinios; era dificil passarmos um semestre sem fazer algum trabalho com algum derivado lácteo não só o leite, como também em trabalhos de conclusão de cursos onde diversas pesquisas para avaliar diversos fatores de qualidade dos produtos lácteos são feitos, e eses dados estão disponiveis a todos. O que falta é interesse dos órgãos fiscalizadores em utilizar estas informações.
Roberto Cunha Freire
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 20/05/2009

A fiscalização é importante e muito não só para nós produtores rurais de leite como também para a população em geral. Isso é um problema de saúde pública, assim cmo existe lista de pessoas que estão relacionadas no procom, deveriam também dar os nomes e divulgarem nos jornais de circulação nacional, televisão, rádios, dessas indústrias, laticínios e cooperativas que cometem fraudes, além de mostrarem ao vivo e a cores os resposáveis algemados para servirem de exemplo e inibir essa prática.
JANDER CITTY MARTINS DA COSTA
JANDER CITTY MARTINS DA COSTA

ITABIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/05/2009

Condordo com o senhor Jorge Luis de Andradas-MG. Também sou veterinário e quando fizemos este tipo de "análise" na faculdade o resultado foi assustador.
jorge luis barbosa
JORGE LUIS BARBOSA

ANDRADAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/05/2009

Como Veterinário e produtor não consigo entender o porque das Universidades não colaborarem com o Ministério da Agricultura na fiscalização dos produtos de origem animal. È só fazer parte da grade dos estudos uma coleta aleatória nas gondolas dos produtos feito pelos alunos e analisados em laboratório da faculdade com finalidade didática e com os resultados enviados ao Ministério para as devidas providencias ou não. Ganha o consumidor, a Universidade e principalmente o estudante que poderá vir a ser um fiscal.
Qual a sua dúvida hoje?