Fechamento da Cotochés preocupa população local

O fechamento da fábrica da Cotochés pegou os habitantes de Rio Casca de surpresa. Com apenas 15 mil habitantes, a cidade sentiu fortemente os impactos da desativação da Cotochés, e os efeitos colaterais do que a empresa chama de "otimização operacional" tendem a continuar.

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O fechamento da fábrica da Cotochés pegou os habitantes de Rio Casca de surpresa. Quando a Perdigão anunciou a compra da tradicional produtora de laticínios, no ano passado, a cidade de 15 mil habitantes se encheu de otimismo. "Assim que chegaram, prometeram que iam investir, crescer, aumentar nosso salário", relembra Paulo Cesar de Souza, que era segurança da fábrica.

"O pessoal ficou todo achando que a empresa ia crescer quando a Perdigão veio e fez vários anúncios bons, mas foi bem o contrário que aconteceu", disse o comerciante Antonio Aloisio Martins, cuja confecção tem vendido menos roupas desde janeiro, problema que atingiu outros estabelecimentos ao longo da rua principal da cidade.

Com apenas 15 mil habitantes, a cidade sentiu fortemente os impactos da desativação da Cotochés. Os efeitos colaterais do que a empresa chama de "otimização operacional" tendem a continuar. Além do fim do seguro-desemprego neste mês, os habitantes de Rio Casca se preparam para o fechamento total da Cotochés na região, com a extinção da unidade de resfriamento de leite. Silos e tanques estão sendo retirados do local gradualmente. O fim da atividade, sem data divulgada para acontecer, angustia os 25 funcionários que restaram e, mais ainda, os produtores de leite da região.

"A Perdigão está aí para não deixar ter concorrência. Vai acabar leite, vai acabar vaca, vai acabar tudo aqui. Vaca não vale mais nada hoje", desabafou um produtor ao sair da fábrica que vai parar. Outro colega do ramo, que estava presente, ponderou que o leite vai continuar a ser comprado, mas vai ser levado a outros estados. Outra estratégia já adotada pela Perdigão é a terceirização do serviço. O posto de resfriamento Condessa, na mesma região, já faz o trabalho que cabia à fábrica da Cotochés. O requeijão também estaria sendo produzido no local. A produção da manteiga da Cotochés foi transferida para uma unidade de Goiás, segundo funcionários. E o leite em pó deve ser aos poucos eliminado do mercado.

Quando anunciou a transferência de atividades da fábrica para outras unidades, a Perdigão informou que manteria a compra de leite de 350 produtores da região.

A matéria é de Sabrina Lorenzi para o JB Online, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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belline de rezende
BELLINE DE REZENDE

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 18/06/2009

A Cotochés sempre foi referencia na região, e visitantes que passavam pela rodovia. Agora, está esse sufoco com a população, isso é um crime. Conheço aquela região e posso afirmar que se trata de um povo humilde, trabalhador, e que estão pagando pela irresponsabilidade de alguns. Uma vergonha.
Adir Fava
ADIR FAVA

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2009

Isto é covardia.
A Perdigão dá provas de sua irresponsabilidade.
Não é uma Empresa séria.

Vinicius Nuernberg Borges
VINICIUS NUERNBERG BORGES

RIO FORTUNA - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/06/2009

Por isso sempre olho essas fusões e compra de empresas menores pelas concorrentes maiores com apreensão... Até que ponto vale você deixar sua região sem concorrência?
Qual a sua dúvida hoje?