Os preços dos alimentos no mundo caíram ligeiramente em dezembro, segundo o índice da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Na média anual de 2021, porém, eles ficaram 28,1% acima do registrado no ano anterior.
O indicador teve média de 133,7 pontos em dezembro, uma queda 0,9% (1,2 ponto) em relação a novembro, mas 23,1% (25,1 pontos) acima de dezembro de 2020. Apenas o subíndice de lácteos subiu em dezembro, e óleos vegetais e açúcar tiveram as maiores quedas.
Em 2021 como um todo, o índice teve média de 125,7 pontos, 27,6 pontos percentuais acima do ano anterior. “Enquanto se espera que os preços altos elevem a produção, o alto custo dos insumos, a pandemia global em curso e as condições climáticas cada vez mais incertas deixam pouco espaço para otimismo sobre um retorno a condições de preços mais estáveis”, disse o economista sênior da FAO, Abdolreza Abbassian, em nota.
Com a melhora da oferta de trigo no hemisfério sul, o subíndice de cereais da FAO caiu 0,6% em dezembro em relação ao mês anterior. Isso mais do que compensou os preços mais altos do milho, sustentados pela forte demanda e pelas preocupações com a persistência da seca no Brasil. Para o ano inteiro, no entanto, o índice de cereais atingiu seu nível anual mais alto desde 2012, com média 27,2% superior à de 2020. Em 2021, o milho subiu 44,1% e o trigo, 31,3%, enquanto o arroz caiu 4%
O indicador de óleo vegetais recuou 3,3% em dezembro, com cotações mais fracas para óleo de palma e óleo de girassol. Para 2021 como um todo, esse subíndice atingiu um recorde histórico, com alta de 65,8% em comparação com 2020.
No caso do açúcar, a queda mensal foi de 3,1% – essa foi a menor baixa dos últimos cinco meses, refletindo as preocupações com o possível impacto da variante ômicron sobre a demanda global e a queda do real brasileiro e dos preços do etanol. Em 2021, o indicador de açúcar subiu 29,8% e atingiu seu nível mais alto desde 2016.
O índice de preços das carnes da FAO ficou estável em dezembro, mas ao longo de 2021 subiu 12,7%.
Por fim, o indicador para lácteos e derivados foi o único a aumentar em dezembro – a alta em relação a novembro foi de 1,8%. Segundo a FAO, as cotações internacionais de manteiga e leite em pó aumentaram em meio à menor produção de leite na Europa Ocidental e na Oceania. Os preços do queijo caíram marginalmente. Em 2021, o subíndice de lácteos teve média 16,9% superior ao de 2020.
As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint.