Faeg diz que produtor não recebe aumento do leite

Os preços do leite no atacado teriam subido 25% no primeiro trimestre do ano, mas o aumento não foi repassado para os preços pagos ao produtor. A reclamação é da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), que cita pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

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Os preços do leite no atacado teriam subido 25% no primeiro trimestre do ano, mas o aumento não foi repassado para os preços pagos ao produtor. A reclamação é da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), que cita pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Segundo a Faeg, o estudo constatou que, de janeiro a março, o preço do leite pago ao produtor em Goiás foi o menor dentre os maiores Estados produtores, registrando uma média de R$ 0,58 por litro. De acordo com a entidade, o não repasse do aumento no atacado fez com que a remuneração do produtor, nos três primeiros meses do ano, fosse pior que a do mesmo período do ano passado.

Conforme a direção da Faeg, além da quase estagnação dos preços do leite in natura, o produtor ainda teve de enfrentar um pesado aumento dos custos de produção, o que piorou as condições de renda do setor. De acordo com levantamento da Gerência de Estudos Técnicos da Faeg, de agosto de 2008 a fevereiro passado, os principais insumos para a produção de leite subiram em média 33%.

Para o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, a baixa remuneração leva ao desestímulo e o produtor de leite vem deixando de investir em genética do rebanho e tecnologia de produção. Segundo ele, a maior evidência disso é que Goiás, que já foi o segundo maior produtor de leite do País, atrás somente de Minas Gerais, hoje é apenas o quarto produtor, com 2,9 bilhões de litros por ano.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás (Sindileite), Alfredo Luiz Correia, disse que não procede a informação generalizada pela Faeg de aumento dos preços do leite no atacado. "Houve um aumento pontual de mais ou menos 20% nos preços do leite longa-vida, mas isso em decorrência da queda da produção de leite no Rio Grande do Sul, em decorrência da estiagem", diz o dirigente do Sindileite.

Alfredo explica que a redução da oferta do leite gaúcho, que supria a produção de longa-vida para o mercado paulista, impulsionou a demanda pelo produto, o que favoreceu a reação dos preços. "Mas só do longa-vida. O queijo, o leite em pó e outros produtos lácteos não registraram aumentos significativos", diz. O diretor do Sindileite questiona também a informação de que o produtor estaria recebendo R$ 0,58 pelo litro de leite. "Talvez estejam nivelando por baixo, pois se tem produtor recebendo R$ 0,58, também tem quem receba R$ 0,70/litro e até mais", afirma.

As informações são do jornal O Popular, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
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antonio patrus de sousa filho
ANTONIO PATRUS DE SOUSA FILHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/05/2009

Caro Marco Antonio: enquanto nao criarmos a CNPL (Cental Nacional dos Produtores de leite) que represente o produtor de leite ,nacionalmente, estabelecendo um preco de venda do leite acima do ICP (indice do custo de producao) e negociando ele com os sindicatos dos laticinios, lutando contra as importacoes indiscriminadas dentro do setor, criando linhas de credito especificas, estabelecendo cotas de producao, dentre outras providencias, continuaremos perguntando para onde vao os lucros da cadeia produtiva do leite. A resposta e mais do que obvia! Vao para os laticinios e varejistas que organizados impoem todo o prejuizo ao bobo do produtor de leite!

É necessario a central, ja que o modelo de cooperativas e associacoes de leite estao superados. Servem apenas como cabide de emprego e criacao de negocios particulares,como transporte de leite, etc, para seus diretores! Nesse novo modelo elas seriam subordinadas a central, servindo dentre varias outras funcoes inerentes, para aglutinar os produtores e seguir as diretrizes estipuladas a central. Grande abraco! Patrus.
Marco Antonio Parreiras de Carvalho
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 06/05/2009

Continuo concordando com todos os demais colegas. Recebí, no último pagamento R$ 0,57 por litro, onde tive contagem bacteriana de 28 mil UFC, células somáticas inferior a 90 mil, proteína e gordura em níveis bastante razoáveis. Ainda, considero algo absurdo as exigências, pela empresa onde entrego meu leite, em relação ao teor de proteína e gordura. Para se conseguir a bonificação total teria que se ter gordura de 4,60% e proteína de 3,70%. Se considerarmos que a média de gordura do gado holandês é de 3.65% e proteína de 3,06%, como poderíamos ter melhor resultado com o leite? Ainda, a média de gordura do gado jersey é de 4,60% e a proteína de 3,60%, sendo a média da proteína do jersey inferior ao estipulado pela empresa receptora!

Por outro lado, a mesma empresa, realiza captação de leite de "associações", muitas vezes leite sem qualquer padrão de qualidade. Paga-se mais pelo volume e esquece-se da qualidade obtida com trabalho árduo do produtor sério.

No varejo é nítido o aumento dos preços do leite longa vida. Porque o produtor, parte mais importante da cadeia e, também, o que mais trabalha, recebe apenas cerca de 20% do preço do leite vendido no varejo? Com quem fica os 80% restantes?
Luiz Carlos Ferreira da Luz
LUIZ CARLOS FERREIRA DA LUZ

RIO DE JANEIRO

EM 04/05/2009

Concordo plenamente com o colega, pois recebo R$ 0,50 por litro e quando vou ao mercado vejo o preço do mesmo a R$ 2,25. Como pode somente eles ganharem e o produtor ficar com todo o custo de produçao? Está na hora de nossos governantes olharem com carinho para esta classe que tanto sofre, com a constante ida e volta dos preços.
dorival macedo da silva
DORIVAL MACEDO DA SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS

EM 04/05/2009

Olá, gostaria de deixar um recado para todos os produtores de leite em Goias. Nós produtores de leite devemos dar ponto final neste cartel dos laticinios, a material prima é nossa e com muita dificudade que colocamos ela nos laticinios; entao é hora de acordar e lutar para precos melhores, se nao as vacas de leite vai para no açougue.
wilian fraga guimarães
WILIAN FRAGA GUIMARÃES

GOIÂNIA - GOIÁS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA LATICÍNIOS

EM 04/05/2009

O fato do Estado de Goiás ter passado do 2º lugar em produção de leite para 4º lugar é preocupante, pois revela o quanto o produtor de leite encontra-se desestimulado na sua atividade produtiva. O cartel dos grandes laticinios manipula a tabela de preços pagos ao produtor levando crer que realmente exista uma combinação de preços nefasta.
No final quem vai pagar o preço disso tudo não é só o produtor; a industria e o próprio governo estadual também sofrerão as consequências, quando perceberem a falta de matéria prima e queda de arrecadação de impostos (IPI, ICMS, PIS, CONFIS, etc).
Ontem eramos o 2º maior produtor de leite pais, hoje somos o quarto, amanhã poderemos ser o 5º, 6º ou quem sabe 10º estado produtor de leite. Nada acontece por acaso, mas, por descaso.

Ainda há tempo para reverter o quadro negativo, falta agirmos com um pouco mais de responsabilidade e compromisso com a cadeia produtiva do leite em nosso estado. Com descupla do trocadilho, "em Goiás estão matando a vaca de ovos de ouro (leite)."
joao luiz carvalho juliano
JOAO LUIZ CARVALHO JULIANO

RIO GRANDE - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/05/2009

Recebo R$ 0,51 bruto pelo litro do leite, com os descontos recebo R$ 0,445 pelo litro.
Qual a sua dúvida hoje?