Depois de enfrentar a seca, os produtores de leite gaúchos têm nova preocupação: o excesso de chuvas.
Isso porque as pastagens, que recém estão se recuperando da estiagem severa no estado, não conseguem se restabelecer adequadamente, diz o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang.
De acordo com o dirigente da entidade, com a baixa incidência de luz solar e o excesso de chuvas, as pastagens ficam muito úmidas. “Até mesmo a entrada de máquinas para semeadura, manutenção ou recuperação fica dificultada.”
Além disso, ele ressalta que os produtores que possuem de 20 a 50 hectares têm suas pastagens de inverno implementadas na mesma área onde estavam as culturas de milho, no verão. “Eles têm um tempo curto para usar essa área, pois na primavera e no verão devem abrir espaço para o milho.”
Tang assinala que para serem realizados de dois a três cortes na pastagem, ou colocar as vacas para pastar “in loco” é preciso dar um tempo para a recuperação e adubamento. “A pastagem é a forma de produção de leite em que você pode ter um pouco mais de retorno.”
Quando não há essa condição, pontua o presidente da Gadolando, o produtor precisa comprar silagem de vizinhos e até mesmo fora do estado, o que resulta em contratação de empréstimos ou, quando não há outra opção, na venda de animais.
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nos meses de inverno deverá ocorrer o predomínio de chuvas abaixo da média em grande parte da Região Sul, em decorrência dos impactos do fenômeno La Niña. Porém, em áreas do oeste dos três estados, assim como no extremo sul do Rio Grande do Sul, as chuvas poderão ser próximas a ligeiramente acima da média. Contudo, o início da nova estação, no dia 21 de junho, foi marcado por chuvas intensas.
Segundo a MetSul Meteorologia, os dois primeiros dias do inverno foram de fortes tempestades de granizo. Os dados da instituição indicaram, somente no dia 22 de junho, um acumulado de 143 milímetros em Passo Fundo, 139 mm em Água Santa, 118 milímetros em Lagoa Vermelha, 108 milímetros em Vacaria, 101 milímetros em Erechim, 85 milímetros em Tupanciretã e São Borja, 80 milímetros em Cruz Alta, 77 milímetros em Serafina Correa e 75 milímetros em Santa Rosa e Santo Augusto.
As informações são do Agro em Dia, adaptadas pela equipe MilkPoint.